Prólogo

259 28 9
                                    





|| EPÍGRAFE ||


" Quando tudo parecia ter tido um fim ruim, ela chegou pra mudar tudo. Com consequências."


Amanda,

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.



Amanda,

Boston - Massachusetts




  Vamos lá, como poderia descrever a minha nada mole vida?

Serve dizer que acordo com os passarinhos, e que os animais da floresta me ajudam a limpar a casa? Não né? Até porque, nem só de Disney vive uma mulher. Mentira! Nem de Disney podemos viver! Seria tudo mais fácil se nossas vidas fosse como nos desenhos, não? Pelo menos eu adoraria. Seria incrível sair cantando todas as vezes que alguém dúvidasse de mim, ou tiver um príncipe encantado me esperando quando eu estiver pensando que nada deu certo...Mas ok, ok! Realmente, nada disso vai acontecer! Então, o lance é encarar a vida como ela é, e sonhar em um futuro bom lá pra frente...Mas calma! Claro! Enquanto ele não vem, a gente se ferra.

Meu nome é Amanda, tenho trinta anos, moro em Boston e sonho em ser uma grande bailarina profissional, mas enquanto isso não acontece, trabalho como dançarina em uma famosa boate aqui. Sou apenas isso. Só pra constar. Já perdi a conta de quantas vezes me ofereceram dinheiro pra fazer...Vocês sabem o que, mas não aceito. Não é da minha índole, não é o que a minha mãezinha lá no céu, gostaria que eu fizesse. Então, apenas danço, pego o meu dinheiro dá noite, e volto pra casa. Não me sinto feliz em fazer isso, tanto que uso uma máscara quando me apresento, mas no momento, é o que me sustenta, e me faz chegar cada vez mais perto de realizar o meu sonho.
Perdi meu pai quando tinha cinco anos, e minha mãe aos quinze. Sou filha única, e confesso que ainda não me acostumei em viver sozinha. Divido um apartamento de dois cômodos com a minha melhor amiga, Sarah, mas ainda sim, o vazio no meu peito parece que não vai se fechar nunca. Dói saber que estou nesse mundão sozinha. É péssimo não ter eles em datas especiais, pra puxar a orelha e dar colo. Eu sinto falta, e se for parar pra pensar muito, acho que vou acabar enlouquecendo. Por isso, todas as vezes que fico triste, coloco minhas sapatilhas de balé, e saio rodopiando. Fecho meus olhos, abro os braços, e sinto como se eles estivessem me vendo dançar. E é por isso que eu danço. Por eles.
Hoje é domingo, e a boate está lotada. Suspiro, contando até cem, e começo a me arrumar. A pedido do dono, as roupas precisam ser minúsculas. Já tentei revidar a situação vindo apenas com uma saia e um top, mas ele me disse que se eu ousar me vestir assim de novo, estarei sem emprego. Em silêncio, me sento na cadeira, e olho a minha imagem no espelho. Respiro fundo mais uma vez.

Talvez eu já tenha o dinheiro suficiente pra ir pra Nova York. Talvez seja o meu último dia nessa vida.

Repito em pensamento. Esse é o motivo por continuar aqui. Preciso ter dinheiro suficiente pra ir estudar na academia de dança de Nova York. É por um sonho.

Do Nada, Pra Tudo - Docshoe Onde histórias criam vida. Descubra agora