A mão de quem às corta • Parte 1

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Chicago, 1987

Kyle atende a ligação no viva-voz na frente de Jhon.

"Alô?"

"Kyle?"

"Pode falar."

"Me encontre na lanchonete do Carl amanhã às 19:00."

"Posso saber o motivo?"

"Não." A chamada é desligada.

Jhon olha para Kyle com uma expressão engraçada.

"Ele sempre faz isso," diz Kyle, erguendo os ombros de forma cômica.

"Lanchonete do Carl às 19:00?"

"O dever me chama, detetive, rs."

Jhon se levanta.

"Lembre-se, a gente nunca se viu, ou eu te mato."

"Cê que manda, detetive, rs."

Jhon sai do apartamento de Kyle e rapidamente liga para Max.

"Max."

"Oi, Jhon?!"

"Sim."

"O que foi? Descobriu algo?!"

"Tenho uma possível localização do Doador."

"Sério? Como? E onde?"

"Eu disse que eu daria um jeito, me encontre amanhã às 17:00 horas na frente da agência."

"Ok."

Porão de um Restaurante em Chicago, 00:20 PM

"Acho que ele foi embora," sussurra Patrick.

"Tem certeza?"

"Acho que sim, ouvi a porta bater há umas 2 horas."

Ele abre a porta do armário devagar. Olha ao redor e vê o local vazio.

"Vem, está seguro."

Ela sai também.

"Obrigado por me salvar!" Ela o abraça.

Sem jeito, ele responde.

"Ei, ah, tudo bem, relaxa."

"É sério, obrigado."

"Relaxa, qual o seu nome?"

"Pode me chamar de Sam."

Ela olha para o freezer ao lado, o abre e se depara com o cadáver da mulher. "Ai meu Deus!"

"Sam! Vamos sair daqui, venha!" Ele estende a mão.

Ambos exaustos após ficarem horas escondidos no armário, sobem as escadas rapidamente, tentam abrir a porta, mas ela estava trancada.

"Não, não, não, não, caramba," se indigna Patrick. "Eu não ouvi ele trancar, eu juro, eu não ouvi ele trancar!"

"Ei, ei, calma," ela coloca a mão no ombro dele. "Ele deve ter alguma chave reserva aqui embaixo, é só a gente procurar."

Os dois descem e começam a vasculhar o local, até que escutam a porta sendo destrancada. Rapidamente, pegam algo para se defender e se escondem novamente no armário.

O homem desce as escadas com equipamentos e produtos cirúrgicos, retira o cadáver e joga sobre a mesa de cirurgia. Ele abre seu tórax, remove seus órgãos e os coloca em sacos com gelo dentro de uma maleta.

Patrick e Sam assistem a tudo pelo vão do armário e ficam completamente enojados.

1 Dia depois.

Jhon indo para a agência liga para Kyle enquanto dirige.

"Alô?!"

"Kyle!"

"Detetive? Não cansa de me perturbar?"

"Presta atenção, quero que me fale tudo o que rolar no encontro de vocês dois, tá me entendendo!?"

"Ih, qual é? Agora vai ficar se intrometendo nos meus negócios, não foi esse o acordo que a gente fez em 84?"

"Cara, tenho duas jovens e um adolescente desaparecidos, se não já estão mortos. Pessoas a quem dei a palavra aos seus familiares, que os encontrariam, familiares preocupados e em prantos que me ligam todos os dias para terem notícias deles. E o cadáver do pedófilo Jefferson Goldberg no qual tinha os mesmos sinais em seu corpo que o de Erick Marshall, tinha um bilhete para mim, então esse cara sabe quem sou eu, tentou me atingir, e eu não vou pular fora do ringue. Preciso que me ajude, só mais uma vez!"

"Não sei não, detetive, que vantagem eu tenho em expor minhas relações pessoais com um fornecedor de matérias-primas de altíssima qualidade? O que é falado na hora dos negócios fica na hora dos negócios. Sabe muito bem que vítimas de sequestros são cifrões para mim, e afinal, te disse tudo que eu sabia ontem, ele só mata gente que merece e doa ou vende os órgãos, ah, e curte comida brasileira."

"Quanto você quer?!"

"Acho que a resposta correta seria, o que eu quero."

"O que quer pra me ajudar?"

"Você tem uma respeitável história aqui na cidade, detetive, desde 77 ajudando e salvando pessoas. Às vezes honestamente? Claro, às vezes dando as mãos para quem as corta? Também, mas mesmo assim você tem valor."

"Vai direto ao ponto, desembucha."

"Arriscar perder um fornecedor é arriscar perder grana, tá ligado? Mas eu quero algo que vale muita grana no meu mundo."

"O quê?"

"Eu quero um dos rins de Jhon Mitchell."

Continua.

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