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Duas semanas depois, estou na fronteira de Sandwind, por mais arriscado que seja, detesto ficar dentro desta cidade e presa.
Desde que conheci Hyun-Jae continuei mantendo contato com ele, e ele está aqui comigo.
Já é a segunda vez que venho aqui essa semana e ando vendo uma movimentação diferente, pessoas com uma jaqueta azul com um C grande estampado passando em sigilo, eles usam uma espuma realmente parecida com a que Rachel usou no Guarda-Chuva.
— O que acha que pode ser? — Pergunto a Hyun-Jae.
— Não faço ideia, deve ser mais algum projeto inútil do governo. — Responde ele indiferente. — Porque não chamou as meninas?.
— Ally e Rachel estão ocupadas e não queria trazer Krystal, ela ia ficar perturbando.
— Desde que você nasceu você só fez elas de amigas? — Ok, ele tocou aonde dói.
— Tinhamos Mayle, Mas depois ela virou uma pessima pessoa e uma verdadeira cobra, e morreu em uma batida…
Pra falar a verdade, isso não tem muito tempo, faz um ano mas aprendemos a conviver bem sem essa… pessoa que não merece menção.
— Desculpe eu não sabia. — Diz ele arrependido, é fofo de se olhar.
— Não sinta ela era um lixo, aliás você não se considera ninguem?
Ele sorri
— Vamos, é melhor irmos embora, se a policia nos ver aqui, vai achar que estamos fofocando seus planos. — Diz.
Volto andando devagar, hoje está mais fresco que o costume, eu chutaria uns 23 C゚o clima perfeito, que seria mais agradável se estivéssemos em outras condições.
— A cidade pode ser ruim mas não podemos mentir a sua beleza inegável. — Diz Hyun-Jae
Ele tem razão, Sandwind faz um lindo contraste da areia do chão com o azul do céu e as árvores que cercam o bosque, é lindo, só não é mais bonito que o lindo céu da noite aqui, como não é tão civilizado tem pouca iluminação, consigo ver até a via láctea daqui.
— Preciso lhe mostrar a visão do céu noturno de dentro do bosque.
— Não pode ser tão diferente do que daqui de dentro não? O bosque apesar de ser a fronteira sul de sandwind e dar em uma floresta ainda é do lado.
— Vai se surpreender, a parte que eu vou deve ter pelo menos um km de distância da entrada, e as árvores bloqueiam a iluminação da cidade.
Ele parece encantado.
— Ei, preciso ver Krystal, vejo você a tarde? - digo, realmente gostaria de continuar aqui mais Krystal vai destruir a casa se eu demorar muito.
— Claro. — Responde ele com um sorriso. - vou até sua casa.
— Até mais.
  Vou voltando devagar depois que ele volta para casa dele, ao intere da semana obviamente terminamos de pintar a casa dele, até Krystal ajudou, claro, ela ama ficar perto dele, como se ele fosse um artista.
E acabamos ficando muito próximas dele, principalmente eu, é bom ter o círculo de amizade maior, e alguém que destoe a loucura, ele é super gentil e carismático, e faz de tudo pra ver você feliz, é uma otima pessoa.
Olho pro céu e momentaneamente esqueço que o sol existe então meus olhos ardem, porque eu sou assim?
Entro em casa e vejo um leve caos, Krystal está cantando e dançando e parece que tentou fazer alguma receita mas pelo menos a casa ainda está em pé.
Você deve se perguntar como eu ganho dinheiro, a resposta é simples, eu não trabalho, quando minha mae morreu quando eu tinha 12 anos ela deixou uma pequena fortuna guarda de anos juntando, então eu simplesmente escolhi dosar bem o dinheiro pra ele durar anos, aliás não é como se aqui tivessem muitas coisas tentadoras a se comprar, até a internet tem limite para esse tipo de coisa.
— Krystal! Cheguei.
— Notei estragou minha festa pessoal.
— Aquela que tem você o K-pop os ácaros os micróbios e as bactérias? Sinto muito por estraga-la. — Falo rindo, não posso julga-la muito quando Krystal sai eu sou a primeira a fazer isso.
— Hyun-Jae vai vir aqui mais tarde. — Digo.
— Novidade, mas é bom de qualquer forma.
Estou morrendo de sono, o que não é muita novidade, não deixo de viver em um lugar exaustivo, sabe, eu saio de casa o tempo inteiro, mas ainda tenho aquela pontada de receio de ser pega, acho que confio mais do que deveria nessa cidade.
Ignoro o pensamento, se pudesse acabar com isso com certeza eu faria, mais está fora da minha capacidade de parkour.
— Krystal, faz alguma coisa pra gente lanchar, tipo um cookie.
— Nem pensar estou dançando não me atrapalhe.
Ignoro ela e fico deitada olhando para teto umas meia hora, escurando as musicas que Krystal bota.
Levanto e resolvo sair de novo.
— Você não para em casa esses dias. — Diz Krystal.
— Que horas são? Não vou poder sair se Hyun-Jae estiver pra chegar.
—15:40hrs.
— É, desisto de sair
Em 20 minutos ele chega, eu queria mostrar a visão do céu na pedra pra ele hoje, mas está nublado fico meio decepcionada.
Vou ter que fazer isso outro dia, infelizmente.
Lavo a louça enquanto espero ele.
E quando ele chega, obvio q Krystal faz questão de abrir a porta.
— Oi, de novo. — Diz Hyun-Jae
— Pra mim não é de novo. — Diz Krystal com um sorriso.
— Ok, então só oi. — Sorri Hyun-Jae.
Lembro que não sei se ele gosta de ler.
— Senta vou fazer um lanche. — Falo.
— Eu te ajudo. — Ele diz.
Me pergunto como ele consegue estar sempre sorridente.
— Ei você já leu algum livro? — Pergunto.
— Já li vários, tenho 18 anos Halley. — Diz ele com sarcasmo e eu rio.
— Eu não sei se já te falei que sou leitora e me sinto na obrigação de fazer você ler meu livro favorito. — Digo.
— Quando eu acho que você não pode me surpreender mais você diz que é leitora, ja leu quantos livros? — Diz ele supreso.
— Aproximadamente 150 em dois anos e meio.
Ele fica chocado e começa a rir.
— Só você mesmo, aliás qual é esse seu livro favorito?
— Esse aqui.
Pego Legend da autora Marie lu e mostro a ele.
— É pequeno gostei, mas se quiser que eu leia vai ter que me emprestar.
— São quatro livros, leia a sinopse e eu penso em seu caso — Eu digo com exitação sobre emprestar o livro.
Depois que ele lê ele responde:
— Ok, me ganhou com a sinopse vou ler e te falo.

Ele não estava brincando quando disse isso porque no dia seguinte ele ja estava na metade do livro
— Eu só não consigo entender como a June ainda suspeita que o Day matou o irmão dela, isso não bate ela é um prodígio, porquê ela não usa o cérebro? — Ele está meio que... Surtando.
— Distopias são assim já li muitas. — Digo.
— Porquê esse gênero não é considerado contemporâneo levando se em consideração a situação que a gente vive?
— Não faço ideia, aliás, trocando um pouco de assunto Rachel e Ally tiveram um surto colerivo quando descobriram que você estava lendo Legend.
Digamos que somos obececadas, eu de preferência ja li muitas e muitas vezes, Krystal também ama, e apesar de aqui ser um pessimo local, tem bons ambientes para todo tipo de leitura, se é que me entendem.
— Claro que sim. — Ele ri. — Quem sabe eu não me junto a esse surto coletivo.
— Ei, hoje dá para irmos a pedra o que acha?
— Sou a favor, posso levar o livro comigo? Pode ler pra mim? — Os olhos dele brilham com a ideia, não posso negar a felicidade dele.
Abro um sorriso.
— Tá bom eu leio. — Digo — Mas precisamos avisar Krystal que vamos e depois passar mais 20 minutos dizendo a ela porque ela não vamos levar ela, e pegar alguma coisa pra comer.
— Nada trabalhoso. — Ele ironiza.
— Nada mesmo — Eu rio. — Então vamos.
— Vamos.

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