1 de 3: Os pensamentos do fluminense

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Nota inicial: Autora apareceu aqui outra vez depois de muito tempo! Estou muito ansiosa por essa história, escrevi com cuidado e carinho e espero do fundo do meu coração que gostem. 

Desde agora quero ressaltar a capa maravilhosa que a @bloved_ck fez para mim. Eu estou completamente apaixonada por eles. Muito obrigada, amor! Por favor, apreciem essa maravilha de arte. 

Também quero agradecer a @FloryVici por ter apresentado esse universo colonial tão maravilhoso e dar mais asas para minha imaginação. Eu amei criar todo esse headcanon e agora estou muito feliz por começar a compartilhar com vocês.

Enfim, dedico essa história a todos que sempre me apoiam aqui e no Twitter, que me enchem de palavras carinhosas e me incentivam a continuar. Eu amo e estou aqui por vocês. Desejo uma boa leitura. 

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Problemas

Sentado na poltrona macia no centro de seu escritório, Rio de Janeiro, capital e atual sede do império português, olhava para as duas províncias vizinhas de pé, do outro lado da mesa, lhe encarando de volta. Um suspiro pesaroso escapou de seus lábios e um latejar incômodo não o deixava raciocinar direito.

- Não tem como continuar assim! Alguma coisa precisa ser feita! – o paulista reclamava em tom firme com um semblante muito sério. Ele apoiou sua mão direita na empunhadura da espada em sua cintura, não de forma ameaçadora, mas era algo como uma mania de quando estava nervoso. – Está tudo uma bagunça. Desde que foi dividido o meu trabalho com o Minas, a gente fica invadindo o espaço um do outro.

- Foi definido que vocês tinham que decidir onde eram os limites. – lembrou Rio enquanto procurava a carta da ordem em meio aos papéis sobre sua mesa.

- Mas isso não vai funcionar. – revidou o moreno. - Eu sei que a Coroa está empolgada com o trabalho do Minas por causa do ouro, mas não é justo ele invadir o meu território.

- Eu não 'to invadindo. Aquela parte é minha. – o mineiro se defendeu.

- E quem decidiu isso? Você? – voltando-se a outra província, São Paulo questionou com certa ironia e revirou os olhos, encarando novamente Rio de Janeiro. – Viu? A gente precisa de uma nova demarcação. Uma certa!

Rio sentiu seu coração acelerar e o corpo ser tomado por um nervosismo de repente. Sempre que o paulista entrava pela porta ele já sabia que teria problemas. Diante seu olhar determinado, o mais alto sentiu suas mãos trêmulas e nenhuma palavra lhe vinha à mente para tentar melhorar aquela situação. Sabia que sempre que algo precisava ser resolvido, era a ele que os outros recorriam, mas, apesar de sua posição, ainda era muito difícil saber o que fazer.

- Guanabara! Você não vai dizer nada? – questionou o paulista batendo a mão sobre a mesa de madeira, assustando os outros dois, o fluminense ridiculamente se encolhendo na cadeira, sem reação.

- O que se passa aqui?

A voz surgiu atrás deles de repente, tão imponente que seus corpos se tencionaram no mesmo instante e um silêncio esmagador possuiu o ambiente. O eco de suas passadas se aproximando vibrava em seus ouvidos de forma torturante, fazendo-os sentir diante a presença de um predador. O lisboeta caminhou sem pressa até se posicionar ao lado de Rio e colocou uma garrafa de bebida cheia até a metade sobre a mesa. Direcionou seu olhar para o mineiro que instantaneamente baixou a cabeça e mirou o chão, logo após olhou para São Paulo e sentiu uma pequena irritação surgir dentro de si diante sua expressão séria e inabalável.

- Qual é o problema? – Lisboa questionou novamente, agora se direcionando ao fluminense que não demorou em se ajeitar na cadeira.

- Parece que está tendo algumas divergências com as marcações do território de São Paulo e Minas Gerais. – ele respondeu de maneira rápida e sem encará-lo de volta. – De acordo com São Paulo, Minas tem entrado no território com frequência porque não ficou claro onde começa e termina as regiões.

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