The Asylum

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"Eu não sou louco... Só não sei mais o que devo fazer.
Minha irmã tem problemas mentais. Ela ficou assim desde que meu pai esfaqueou minha mãe e depois se matou. Cuidar dela não estava sendo nada fácil. Eu não poderia passar um minuto sequer distante dela. Da última vez, ela tentou se enforcar no quarto, por sorte eu cheguei a tempo pondo ela em meus braços para que seu próprio peso não a matasse.
Meu pior pesadelo tornou-se realidade, Hye-jin foi levada para uma instituição em Daegu. Agora ela é dependente do estado. Os médicos podem fazer o que bem quiserem com ela.
Esta carta será a minha salvação. Eles não deixam eu falar com ela, não permitem que eu possa vê-la. Eu tenho direito! Ela é minha irmã!!! Mas agora eu preciso fazer uma loucura.
A única maneira de salvá-la, é tirando ela de lá, e o único jeito de tirar ela de lá, é me tornando um deles. Essa será a maior loucura que farei em minha vida, mas Hye-jin é minha irmã e eu quero ela de volta!"

(...)

Baguncei meu cabelo. Cortei meus braços e meu peitoral com uma lâmina.
Saí nas ruas descalço e sem camisa. Estava usando apenas minha calça que estava rasgada e suja com meu próprio sangue. Continuei figindo por aí, andando e me debatendo sozinho, logo esbarrei em uma pessoa qualquer e dei o meu melhor para parecer um louco.

- Não encosta em mim seu desgraçado! - Gritei andando de um lado para o outro encarando as pessoas que passavam por lá. Até comecei a babar para tornar tudo ainda mais realista. - Eu sou a antimatéria! Não encosta em mim, entendeu!!! Você acha que tem todas as respostas é?! Mas eu sou mais!

Minha atuação estava dando certo, a rua estava cheia de curiosos. Eu estava rodeado de pessoas que viam meu estado ficando chocados com minha situação. Eu deveria estar parecendo um zumbi ou um bêbado inútil. Em seguida, avistei uma viatura da polícia com três policiais, os mesmos me cercaram.

- Atenção, vou precisar de ajuda! Ele está atacado e parece ter problemas mentais. - Disse um dos policiais no pequeno rádio de comunicação.

- Está chegando a hora, não existe esperança! Não encosta em mim!!! - Gritei enquanto puxava meu próprio cabelo.

Os policias se aproximavam erguendo as mãos pedindo para me acalmar, mas continuei com meu show. Por um momento de descuido meu, um dos policiais me deu um mata leão quase me deixando totalmente sem fôlego. Em seguida fizeram uma manobra e me derrubaram deixando um dos joelhos em cima de mim enquanto seguravam minhas mãos me imobilizando totalmente. Lutei com uma força extrema enquanto soltava uma sequência de palavras sem sentido. As pessoas em volta me olhavam com medo e os policiais que tentavam me conter pareciam preocupados.

- Não me toque! Ninguém sabe mais do que eu! - Gritei enquanto me debatia para tentar levantar.

- Calma! Fique quieto. - Disse um dos policiais que estava me imobilizando.

Em seguida, uma ambulância chegou no local onde acontecia o alvoroço. Os médicos correram até mim. Seguraram uma das minhas pernas e em seguida me aplicaram uma injeção fazendo-me gritar de dor. - aquilo foi realmente doloroso - Mesmo sentindo meu corpo adormecer, não parei de lutar.

- Segurem ele, isso só vai levar alguns segundos. - Ouvi um dos médicos, e realmente não demorou para que minha visão ficasse embaçada deixando-me muito sonolento. Agora eu só ouvia ecos com ruídos.

- Podem levá-lo para o asilo, lá eles irão saber o que fazer. - Ouvi a voz do policial cansado ecoar em minha mente, em seguida acabei adormecendo.

(...)

Não sei quanto tempo passei inconsciente, mas ao acordar, eu já estava dentro do maldito asilo e estava sendo levado numa maca por um homem alto que mais parecia ser um funcionário do lugar. Eu estava acordado mas mesmo assim não conseguia me mover bem. Minha visão ainda estava turva e minha cabeça doía. Não conseguia nem falar.

The Asylum - Vmon | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora