Ordens

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Pov. Ghost

Havia uma movimentação diferente no estande de tiro quando cheguei, não era nem seis e meia e havia uma pequena multidão de soldados a grudados observando alguma coisa. Eles cochichavam entre si e pareciam levemente surpresos. Enquanto passava pelos soldados para descobrir o que estava acontecendo de tão interessante, parei de imediato.

Angelina estava atirando. Não apenas atirando, mas estava de bruços no chão, com uma espingarda de precisão e seus glúteos, uau, aquela calça estava perigosamente apertada demais. Eu consegui me perder por alguns segundos na paisagem a minha frente, como os outros soldados, mas logo voltei a mim. Invadir o estande de tiro rapidamente, entrei na cabine onde ela atirava concentrada e a chamei pelo rádio.

- Angelina, pare agora! – Ela tomou um susto com a minha voz e virou-se na minha direção, ela parecia confusa com a minha ordem, mas acatou.

Ela se levantou do chão com agilidade, vindo até mim segurando o rifle, ela usava o uniforme que eu dera na outra noite e seus olhos eram perdidos. Enquanto vinha até mim, parecia que ela andava em câmera lenta, eu estava secretamente admirando cada detalhe seu agora. O uniforme lhe caiu como uma luva, ela usava botas marrom claro de salto, sua cintura era fina e seus quadris largos, além disso seu cabelo preto estava preso em duas traças, mas um cachinho que caia delicado em seu rosto.

É que rosto.

Ela era muito mais linda do que lembrava na noite anterior, a pele clara e bochechas rosadas, olhos castanhos claros, a boca pequena e delicada. Além disso, seus dentes da frente eram levemente separados e maiores, como os de um coelhinho. Ela era muito fofa, fofa demais.

- Eu fiz alguma coisa errada, Tenente?

A voz dela finalmente me alcançou e eu percebi que talvez estivesse babando, mas a máscara com certeza ajudou a disfarçar. Eu balancei a cabeça, afastando os pensamentos sobre a aparência dela.

- Um momento. – Peço brevemente e me volto a multidão de soldados que estavam a nossa volta observando Angelina – DISPENSADOS!- Grito num tom sério.

Então como formigas tontas, os soldados começaram a sair do estande para começar as suas atividades de rotina, deixando eu e Angel a sós. Eu dou um longo suspiro, sem saber muito como proceder aquela situação.

- Que horas são? – Pergunto, cruzando os braços e a encarando seriamente.

- Bem, são seis e quarenta e dois agora. – Ela responde me olhando confusa, enquanto segurava o rifle contra o peito quase como se fosse um urso de pelúcia.

- Eu lembro bem de ter dado a ordem para você me encontrar as sete, em ponto

- Eu sei, mas é que..

- Sem desculpas. – A interrompi, balançando a cabeça negativamente – Eu sou seu superior por agora, eu mando, você segue minhas ordens, se eu disse sete em ponto, nem um minuto antes ou depois. – Uso minha voz bem mais grave e firme com ela, vejo aquele belo rosto ficar vermelho de aborrecimento, ela fez que ia dizer alguma coisa, mas se calou – Estamos entendidos, Angel? – Dou um passo para mais perto dela, sem quebrar meu contato visual.

Eu esperava que ela recuasse para trás, como as pessoas costumavam fazer, mas ela ficou firme no lugar, com o rosto vermelho de irritada. Ela respirou fundo, então seus olhos me encaram, nossos corpos perto um do outro igual na noite anterior.

- Sim, senhor.

Ela não viu, mas sinto meus lábios se esticar num sorriso.

- Muito bem, Angel. – Dou um passo para trás, satisfeito com a obediência dela – Bem, já que você está aqui, vamos começar seu treinamento.

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