PRÓLOGO 🎨

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𝐍 𝐀 𝐑 𝐑 𝐀 𝐃 𝐎 𝐑

Como deveria ser o dia de um garoto que morava com a avó, perdeu as pessoas mais importantes de sua vida em um acidente de carro e, foi deixado para trás pelo seu primeiro e único amor?

Muitos diriam que ele deveria erguer a cabeça e seguir em frente. Mas... não era bem assim que Park Jimin se encontrava nesses últimos dois anos.

Deitado em sua cama, em seu quarto que pelo chão havia telas, tintas, pincéis e alguns rascunhos de seus desenhos espalhados, ele deixava suas lágrimas escorrerem por seu rosto, molhando seu travesseiro e, pensando que se seus pais estivessem com ele até hoje, nada disso estaria acontecendo.

Não estaria com essa dor da saudade e, não estaria com o seu coração quebrado por ter sido deixado para trás a dois anos, pela pessoa que teve uma paixão inexplicável, ao ponto de sentir o verdadeiro amor.

Jimin é muito grato pela sua avó paterna. Ela quem cuidou de si nesses últimos anos em que perdeu seus pais. A Sra. Park Ji-Nah é um amor de pessoa, ama cozinhar para o neto, e sempre que o vê no estado em que se encontra agora, faz um ótimo bolo de morango para tentar alegrar o dia de seu Jimin – o que nem sempre funciona.

Jimin ama a sua avó, ela é o motivo pela qual ele ainda respira. Mas ele não consegue superar a perda de seus progenitores, pelo menos não mais, não depois de ter sido deixado pelo único que conseguiu o alegrar na época em que seus pais morreram.

O loiro não culpava-o pela forma que se encontrava agora, mas não deixava de sentir uma grande onda de raiva e tristeza por aquele homem que o deixou, e ele nem ao menos sabia o motivo de sua ida, e nem recebeu explicações, apenas em um determinado dia teve seu coração quebrado por ouvir:

"Não me toque mais. Isso não é certo, não posso fazer isso. Me odeio todas as noites em que me deito e penso o quanto deixei essa relação ser levada pela emoção. Eu deveria ter usado a razão e nunca teríamos nos envolvido."

Razão e emoção, duas coisas que não entravam na cabeça de Jimin naquela época, mas hoje ele entende, que se tivesse usado 5% de sua razão, não estaria com o coração estraçalhado nesse exato momento, a ponto de sua cabeça latejar de tanto dor por passar horas e horas chorando.

– Jimin? Posso entrar, meu filho? – É tirado de seus pensamentos pela voz mansa que se faz presente do lado de fora de seu quarto.

–  Pode sim vovó, não tranquei a porta. – Sua voz sai embargada, pois admirava muito o quanto sua avó era guerreira, e mesmo com suas crises nunca desistiu de lhe dar amor, e principalmente, apoio.

– Menino, que bagunça é essa nesse chiqueirinho. –  Diz em um tom brincalhão para tentar animar um pouco o seu neto.

– Prometo arrumar tudo quando eu melhorar, vovó. Só preciso de um tempo para me acostumar novamente com a dor da perda. –  Diz enquanto sua avó vinha em sua direção, pronta para lhe receber em um abraço cheio de conforto e afago.

– Queria poder tirar todas essas dores de você, meu filho, mas não consigo, me perdoe por tudo isso.

– A senhora não tem culpa, jamais se culpe por isso, eu que não tenho um psicológico bom o suficiente para aguentar isso de uma vez. –  O loiro diz enquanto funga no colo de sua avó.

Jimin não queria que ela se culpasse, jamais. Tudo o que ele passou não foi culpa dela, e nunca seria. Ele só precisava organizar os seus pensamentos e conseguir voltar a trabalhar para ter uma vida normal. Ele nem exigia felicidade, ele só queria ser... normal.

– Estou preparando seu bolo preferido, chamei o Tae pra vir comer também, tenta levantar e tomar um banho. Não gosto de te ver dessa forma, sei que tudo apenas piorou quando Jungkook terminou tudo entre vocês, mas você pode dar a volta por cima, meu filho.

Entre Cores e Notas • JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora