Camarim

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Subi no palco meio receosa.

— Qual o seu nome? — Ele me pergunta.

— Jessie. — Respondo eufórica. Ele era ainda mais bonito ali, na minha frente. Como poderia pensar em algo além disso?

— Das minhas músicas, qual a sua favorita?

Não demoro nem 3 segundos para responder.

— Faz completo, Chefe.

— Nu, boa escolha. — Ele sorri. — Solta o som, dj!

A batida da música começa e, enquanto não temos que cantar, ele me explica como funciona o dueto. Então, começo

Vamo embora, Chefe. Faz completo, man...

Canto com ele, nossas vozes funcionam como uma só, de repente, ele me paga na cintura e me gira, arrancando assobios dos homens na platéia, e resmungos audíveis de algumas mulheres.

A luz batendo no meu rosto, a sensação de estar ao lado do meu ídolo, a pessoa que estampa o meu quarto, que tem seu rosto no papel de parede do meu celular, da qual tenho uma almofada na cama. Tudo isso é único. E é meu. Totalmente meu.

***

A música enfim termina, ele me agradece ao microfone e me ajuda a descer para a pista da boate novamente. Canta mais uma música e da espaço para que outro artista suba no palco.

Estou no bar tomando uma Gin tônica quando alguém toca no meu ombro e, ao virar, vejo que é ele.

— Oi Jessie... — Ele diz num tom de voz quase inaudível devido ao barulho.

— Ah, oi... — Falo alto. Minhas bochechas coram e cruzo meus dedos por trás do corpo torcendo para que o rubor não seja perceptível às luzes de led.

— Não tirei os olhos de você durante minha apresentação inteira. Você é de longe a mais bonita daqui. — Ele sorri fraco, mas é o suficiente para que eu me derreta, e tenho vontade de arrancar muitos outros desses dele.

— Quê? — Pergunto, imaginando não ter ouvido direito já que ele falou bem baixo.

— EU DISSE QUE VOCÊ É LINDA. — Ele repete num tom mais alto.

— O-obrigada... — Gaguejo e bebo um pouco da minha bebida para evitar de falar besteira.

— Você... não tá afim de ir pro meu camarim? Seria mais fácil de conversar lá. — Claramente está incomodado de ter que falar alto. Imagino que talvez sua voz esteja rouca, ou algo parecido.

— Eu adoraria!

Ele segura minha cintura e me guia pela multidão até um corredor mais vazio, por onde passamos por um segurança até uma porta com o nome do Mc Ig na frente.

Ele abre para nós e fecha atrás de si.

— Fique a vontade.

Me sento num puf, ajeito meu vestido ao meu redor.

— Você é de onde, Jessie?

— Juiz de Fora. — Respondo.

— Acho que nunca fui. É roça, é? — Ele vai até uma mesa ebse serve de vinho.

— Não, é cidade grande mesmo. — Olho ao redor.

— Olha Jessie, vou direto ao ponto. — Se aproxima de mim e agaixa-se à minha frente. — Não sou de perder tempo, então... Posso te beijar?

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⏰ Última atualização: Oct 03, 2023 ⏰

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