𝐎𝐍𝐄𝐒𝐇𝐎𝐓

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Em uma pacata cidadezinha do México, vivia um homem chamado Benito. Ele era conhecido em toda a vizinhança por sua intensa aversão ao barulho. O menor som, fosse a buzina de um carro ou o latido de um cachorro, o faria estremecer. Benito apreciava a serenidade do seu lar pacífico, onde podia escapar da cacofonia do mundo exterior.

Numa tarde ensolarada, Benito conheceu alguém que desafiaria para sempre a sua preferência pelo silêncio. Essa pessoa era Jeffrey, um homem animado e carismático que era o completo oposto de Benito em todos os sentidos. Jeffrey tinha uma paixão insaciável pelos extraterrestres, um fascínio por alienígenas que não conhecia limites. Ele acreditava firmemente que a Terra havia sido visitada por seres de outros planetas e estava ansioso para compartilhar suas teorias com quem quisesse ouvir.

Os caminhos de Jeffrey e Benito se cruzaram em um dia fatídico em uma empresa local. Benito entrou para conseguir um dinheiro tranquilamente quando Jeffrey, com seu entusiasmo contagiante, iniciou uma conversa sobre encontros com alienígenas e avistamentos de OVNIs. A princípio, a irritação de Benito cresceu à medida que ansiava pela serenidade do silêncio. No entanto, algo nos olhos brilhantes e na narrativa animada de Jeffrey começou a amolecer seu coração.

Apesar de sua descrença em todas as coisas extraterrestres, Benito não pôde deixar de ser cativado pela paixão de Jeffrey. Ele ficou encantado com a maneira como a voz de Jeffrey parecia dançar de excitação enquanto ele falava sobre encontros imediatos, conspirações governamentais e objetos voadores não identificados. Era como se o entusiasmo de Jeffrey fosse contagiante, e Benito não pôde deixar de sorrir ao ver como ele parecia adorável, todo entusiasmado com os alienígenas.

À medida que os dias se transformavam em semanas, Benito e Jeffrey passavam cada vez mais tempo juntos. Benito começou a tolerar, e até mesmo a gostar, dos longos discursos de Jeffrey sobre alienígenas. Ele não compartilhava das crenças de Jeffrey, mas adorava a forma como os olhos do namorado se iluminavam de admiração, a forma como sua voz subia e descia de excitação. Benito começou a perceber que havia algo verdadeiramente cativante na maneira como Jeffrey via o mundo.

O relacionamento deles se aprofundou e o silêncio antes acalentado de Benito começou a abrir espaço para as reflexões apaixonadas de Jeffrey. Ele descobriu que o amor poderia preencher até as maiores lacunas em seus interesses. Benito não precisava acreditar em alienígenas para acreditar no amor de Jeffrey por ele.

Numa noite quente, enquanto Benito estava lendo um livro em seu tranquilo jardim, seu namorado, Jeffrey, irrompeu pela porta da frente. Jeffrey era uma pessoa entusiasmada e falante, com uma paixão particular por teorias da conspiração, especialmente aquela sobre alienígenas visitando a Terra. Ele cumprimentou Benito com um largo sorriso e um brilho nos olhos, pronto para mergulhar no seu assunto favorito.

"Benito, você não vai acreditar no que li hoje sobre alienígenas! Existe uma teoria de que eles vivem entre nós disfarçados", exclamou Jeffrey, suas palavras transbordando de entusiasmo.

Benito suspirou interiormente, preparando-se para o ataque de barulho, mas enquanto Jeffrey divagava sobre sequestros, círculos nas plantações e acobertamentos secretos do governo, algo comum aconteceu. Benito viu-se cativado, não pelas teorias da conspiração em si, mas pelo entusiasmo e paixão com que Jeffrey falava.

Mesmo que Benito não acreditasse em uma palavra do que Jeffrey estava dizendo, ele não pôde deixar de sorrir ao ver seu namorado gesticular animadamente e pintar imagens mentais vívidas de encontros com alienígenas. Era como se o entusiasmo de Jeffrey tivesse um poder mágico que fazia com que o barulho de suas palavras acalmasse os ouvidos de Benito.

As horas transformaram-se em dias e logo se tornou um ritual diário. Jeffrey voltava do trabalho, corria até Benito e começava suas discussões entusiasmadas sobre alienígenas. Benito, apesar de sua aversão inicial ao barulho, ouvia com atenção, ocasionalmente balançando a cabeça ou intervindo com um comentário brincalhão.

O relacionamento deles floresceu dessa maneira peculiar. Benito descobriu que, além do barulho, havia uma ligação mais profunda entre eles. Ele admirava o amor sem remorso de Jeffrey pelo misterioso e inexplicável, e adorava como os olhos de seu namorado brilhavam como estrelas sempre que ele se aprofundava em seu assunto favorito.

Uma noite, enquanto estavam sentados na varanda sob o céu estrelado, Jeffrey se inclinou e disse com um sorriso: "Sabe, Benito, mesmo que você não acredite em alienígenas como eu, agradeço por me ouvir tagarelar sobre sobre eles. Você é a pessoa mais paciente que conheço.

Benito sorriu de volta, dando um beijo gentil na bochecha de Jeffrey. "Posso não acreditar em alienígenas, mas acredito em você, e é isso que realmente importa. Sua empolgação é contagiante e adoro ver você tão apaixonado por alguma coisa, mesmo que seja algo que não entendo muito bem."

Jeffrey era um crente ávido na vida extraterrestre. Ele poderia falar por horas sobre espécies intergalácticas, a possibilidade de avistamentos de OVNIs e as mensagens ocultas supostamente codificadas em círculos nas plantações. A maioria das pessoas assentiria educadamente e pediria licença depois de alguns minutos de suas divagações apaixonadas. Mas não Benito. Não se tratava de alienígenas ou dos mistérios do universo. Era sobre o próprio Jeffrey. A forma como seus olhos se iluminaram, o tom de sua voz e os gestos animados que acompanhavam suas histórias fizeram o coração de Benito bater mais forte. A pura paixão e excitação que Jeffrey exibiu foi um som inebriante do qual Benito nunca se cansava.

As noites deles costumavam ser assim: enrolados no sofá, com uma xícara de chá na mão, com Jeffrey narrando suas últimas descobertas ou teorias, enquanto Benito, com os olhos semicerrados, inclinava-se e ouvia, absorvendo o calor da voz de Jeffrey, em vez de do que o conteúdo de suas palavras.

Certa noite, enquanto Jeffrey discutia com entusiasmo a possibilidade de um encontro próximo, ele parou de repente e olhou profundamente nos olhos de Benito. "Você acha que eu sou louco, não é?"

Benito sorriu gentilmente, puxando Jeffrey para mais perto. "Talvez um pouco", ele admitiu com uma risada. "Mas é o tipo de loucura pela qual me apaixonei."

Jeffrey sorriu, cutucando-o de brincadeira. "Bom, porque tenho mais algumas histórias para compartilhar."

E à medida que a noite avançava, o som da voz de Jeffrey encheu a sala, uma doce sinfonia que Benito nunca quis que terminasse.

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