Capítulo 39

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Athena

A cada esquina eu ficava mais apaixonada, visitei o museu Van Gogh e acabei lembrando de Maya, já que ama pinturas. Confesso que não fiquei mais de dez minutos lá dentro, apesar de serem quadros lindos, não consigo me "conectar" com eles, se essa é a palavra certa. Mas, uma coisa eu não posso negar, a parte onde fica o campo de girassóis é tremenda.

Fazia frio e eu estava voltando para o hotel quando um carro começou a me seguir. Apertei o passo, mas na verdade, eu queria correr, só não conseguia por usar saltos.

Entrei em uma das ruas apertadas e me arrependi no instante em que uma mão puxou meu braço, me fazendo gritar imediatamente.

- Sou eu, Athena, calma! - Théo segurou meu corpo

Me solto do seu agarre e distribuo tapas por seus braços, e jogo minha bolsa, acertando o lado de sua cabeça

- Que merda garoto, você enlouqueceu ?!

- Eu estava te chamando dentro do carro antes de você entrar aqui, ouviria se não estivesse de fone! - ele diz, os tirando do meu ouvido

Abro a boca para responder, mas fecho novamente, reprimindo os lábios.

- Me desculpa, amor. Achei que alguém estava me seguindo - falo, tentando recuperar o ar

- Você é louca! Quer ir na feira agora ?

- Claro, quero comprar lembrancinhas para todos!

Entramos no carro e em alguns minutos chegamos no local, estava bastante cheio, mas não impossível de andar. O cheiro de frutas, vegetais e animais marinhos se misturavam, e não era tão agradável de inalar.

Comprei chaveirinhos para dar a eles e uma blusa, que claramente será minha, com a estampa de um dos pontos turísticos daqui. Podem me achar brega, mas eu amei muito ela.

- Olha aquilo, eles comem peixe cru! - Théo faz uma careta

- Comida japonesa também tem peixe cru e você come...

Seu olhar sério cai sobre mim e eu cruzo os braços, esperando por uma resposta.

- Mas é diferente, como será que deve ser preparado ?

- Não sei, mas vamos descobrir agora! - seguro em sua mão, o puxando até a barraca

O moço que nos atendeu disse que ele se chama peixei arenque (haring), ele é comido cru, apenas marinado, acompanhado de cebola e picles.

- Então a gente pega ele pelo rabo, e começa a comer pela cabeça ? - pergunto, o vendo assentir - Vai lá garotão, come aí! - dou um tapa no peito de Théo

- Você me trás até aqui e fala para eu comer isso ? De jeito nenhum! - resmunga

- Então vamos fazer uma aposta. - sugiro - Quem conseguir comer pelo menos dois desse primeiro, escolhe a roupa do outro para a festa do Andrew.

Theodoro ergue uma sobrancelha, e olha em volta para ver outras pessoas comendo em barracas.

- Fechado, me dá quatro peixes, por favor!

Assim que o homem coloca o prato no balcão, o cheiro entrou em nossas narinas e era bem forte. Parecia que além da cebola, continha alho e outros ingredientes.

- Preparado ? Agora! - pego um, dando uma mordida até a metade

- Eu vou vomitar... - ele disse enquanto mastigava

Eu estava quase morrendo ? Sim. Mas não iria deixar ele ganhar, sabe Deus a roupa que eu iria ter que usar.

- Isso está uma delícia - falo pegando o outro, enquanto ele não tinha acabado o primeiro

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