Lírios

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CAPÍTULO: UM

As vezes eu queria ter uma máquina do tempo, pra mudar todos os momentos que eu fracassei na minha vida, eu voltaria no exato momento e me impediria momentos constrangedores e surreais.
É me impediria de ter vindo pra essa cidade, cheio de babacas. Eu falo assim porque todos são adolescentes sem mentalidade de um futuro promissor. Eles se acham os donos do universo, zombando dos mais fraco e fazendo de trouxa qualquer um.  Mas comigo vai ser diferente, pois eu não me curvo perante  a um bando de pirralhos.
Eu estava no primeiro ano do ensino médio, fazia uma semana que minha mãe decidiu se mudar pra essa cidade chamada Lírios, de Lírios ela não tinha nada, as casas eram muito perto uma da outra, além de todos se conhecerem, o ambiente tinha aspecto de uma pequena comunidade de Portugal, resumindo parecia um centro de tortura, pois fui acostumado a  viver em cidade grande como São Paulo e Rio de Janeiro e está ali me dava ansiedade.
Dois dias antes de começar o período escolar, eu decidir conhecer um pouco sobre o lugar, algo me chamou atenção que foi uma pequena livraria perto da minha casa, eu sempre amei ler e escrever e isso era um ponto positivo daquela cidade.
E foi nela que eu conheci uma garota, pelo perfil dela logo percebi que ela era o tipo de garota que era humilhada na escola e nas ruas.
Seus cabelos eram cacheado, tinha olhos pequenos e usava óculos além do seu rosto ter um pouco de acnes, a garota usava umas roupas que pareciam ser da avó dela, ela pegou um livro e logo vi que a garota tinha um bom gosto, ela percebeu que eu a observava a menina abaixou a cabeça, ajeitando os óculos no rosto.
Pequei um livro, uns dos meus favoritos, e levei até a moça que anotava os nomes em um computador.
— Quantos custa este livro? — perguntei pra moça que parecia uma gótica com o cabelo todo  pintado, tatuada e cheia de pinces
— aqui não vendemos, só alugamos. — respondeu ela com uma animação....
— e quanto custa o aluguel?
— Um real. —explicou ela  — se for levar, coloca a moeda naquele pote.
— Eu vou levar — falei indo até o pote todo decorado.
— Me diz seu nome, tenho que anotar aqui. — disse a gótica.
— Me nome é Bia. — respondi
— isso é abreviação de Beatriz ou Bianca?
— Não é só Bia mesmo.

Era Meu primeiro dia de aula na escola Vila Maria, eu não estava nenhum pouco feliz só queria entrar na sala de aula e estudar. Eu ainda estava caminhando em direção da escola quando vi a garota de óculos, sendo humilhado por alguns garoto. Eu poderia ficar só olhando eles fazerem o que quiser com a menina, mas esse não era  uma atitude que me caberia.  Cheguei perto deles e fiquei encarando eles; um dos rapazes se virou para mim falando:
— Perdeu alguma coisa aqui, pirralha?
— não, mas vocês sim. — respondi encarando o garoto que tinha o dobro do meu tamanho — perdeu o seu celebro.
— Quem tu pensa que é? — se alterou o idiota vindo pra cima de mim, mas eu continuei no meu devido espaço com o olhar  firme e forte. – Nunca te vi por aqui.
— Vai  se acostumando então, você ainda me verá muito, mas espero sinceramente que isso não aconteça.
Eu não queria mas papo, então passei entre eles e fui até a menina acuado. Ela estava de cabeça baixa quase chorando.
— vamos — falei pegando na mão dela, mas o imbecil do garoto puxou a menina pela mochila dizendo:
— Onde pensa que vai feiosa; ainda não terminamos com você.
— Larga ela agora seu imbecil – Falei empurrando ele de perto dela, ele então chegou ou bem — perto do meu rosto , deu pra sentir o hálito de  tabaco dele, o garoto parecia que ia me dá um safanão, mas fui salva por uma garota que chegou do nada.
— Rômulo, o Ruan está vindo aí! — disse a menina ofegante.
— Isso ainda não acabou — sussurrou ele no meu ouvido.
Ele é seus súditos foram embora, eu olhei para a garota e dei um leve sorriso e dizendo em seguida:
— É ,Acho que arranje oi meu primeiro inimigo nessa cidade.  
— Obrigada — agradeceu a menina  com a voz baixa — por me defender
— Nossa, você fala então — falei suspirando fundo — você deveria usar isso pra se defender daqueles mesquinhos.
— Eles me dão medo — respondeu ela.
— medo não resolve nada, sabia? Mas esquece isso, e me diz o seu nome?
— Ives — respondeu ela.
— Bonito nome, o meu é Bia, e não é abreviação.
— Entendi.... — disse ela tímida.
Na sala de aula, a professora me apresentou para os meus colegas de classe dizendo:
— Essa é a Bia, e ela irá se juntar à nós de agora em diante, espero que cuidem bem dela pois ela chegou a pouco tempo na cidade
— Seja bem-vinda Bia — falou uma menina simpática, ela parecia ser a presidente da turma.
— Obrigada — agradeci apertando a mão dela.
— Rute leve a Bia até o assento dela. — mandou a professora
Rute me levou até a última fileira, e lá me sentei; perto de mim, tinha um garoto dormindo, com fones no ouvido, eu era nova ali, mas sabia que se professora pegasse ele naquele estado com  certeza ele seria advertido. Então decidi fazer um ato de caridade e cutuquei no braço dele. Ele acordou meio sonolento.
— A professora! — sussurrei pra ele fazendo um gesto pra ele tirar os fones de ouvidos.
Ele percebeu a tempo e tirou os fones e ficou ereto na carteira, a professora passou por ele até onde eu estava o rapaz olhou para trás e me deu uma piscadela.
Eu só franzi o cenho para ele que voltou olhar para frente , as garotas do lado ficaram me encarando como se eu tivesse ofendido o BTS ou o Justin Bieber, eu nem liguei só  curtir as aula. Na hora do recreio eu me sentei  com a Ives, é engraçado que parecia que eu estava cometendo um crime todos ficavam olhando de cara dura e ficavam cochichando. Três garota então chegaram na minha mesa falando em tom debochado:
— Olha,  se não é  a garota novata.
— Obrigada, pelo elogio — respondi no mesmo tom.
— Não foi um elogio, mas queríamos te avisar pra ter cuidado com quem você anda. — Falou a garota olhando fixamente para Ives, que automaticamente abaixou a cabeça.
— Não precisa se preocupar, eu sei bem com quem eu ando. — respondi
— Não , não sabe.  — argumentou ela.
— Menina eu que decido isso, agora por favo, poderia nos deixar merenda em paz.
— Depois não diz que eu não avisei. — falou ela indo embora.
— Que garota doida — falei percebendo o a tristeza da Ives — Você conhece ela.
— Conheço, ela é a Soraia, namorada do Rômulo do terceiro ano.  
— Agora entendi, ele é ela formam um belo casal, não acha — falei dando um leve sorriso.
— Deve ser – respondeu Ives um pouco  chateada.
— Deve ser? que resposta foi essa — falei dando uma mordida no meu sanduíche, Ives provou um pouco de suco de fruta e logo tocou o sinal de entrada novamente, todos os alunos voltaram pra suas classes.
Chegou a hora da saída, eu e Ives saímos juntas da escola, não iria deixar ela andar sozinha a partir daquele momento, os pelinhos arrepiados do meu braço era um sinal que o grupinho dos idiotas iriam aprontar alguma. E a maior parte da tetra não era comigo, já havia percebido que todos fora os professores  odiavam a Ives, e não era só por ela ser nerd, talvez fosse coisa da minha cabeça, mas eu teria que descobrir, ou força a Ives a me contar.
Ela estudava no terceiro ano, e todos não iam com a cara dela , era a única coisa que eu sabia, me vir em um mato sem cachorro. Mas enquanto isso  eu andaria com ela e a protegeria, já que ela era muito calada e parada.
Quando chegamos em frente a sorveteria, lá estava o grupinho de valentões, eles pareciam um bando de cachorros esperando para atacar, eu não iria dá para trás se era briga que eles queriam era isso que eles iriam ter.
Dei minha mochila para Ives segurar e tomei a frente, Soraia chegou perto de mim dizendo:
— Me falaram que você, enfrentou meu namorado — disse ela empurrando meu peito — Quem tu pensa quem é.
— Eu sou Bia, e a culpa não é minha se teu namorado, não aguenta o trampo. — falei debochando deles todos — Foi ele que foi correndo pra você, não foi?  que patético hein Rômulo, sendo defendido pela namoradinha.
— Não enche garota, nem bem chegou e quer ser a rainha da cocada — argumentou Rômulo levantando de onde estava.
— Eu não disse nada; e outra são  vocês que estão me transformando na rainha da cocada. — falei olhando seriamente pra eles — Mas eu não quero vocês como súditos.
— Você se acha garota — falou Soraia dando um sorriso falso — Mas também andando com essa sonsa eu já devia imaginar.
— Não mete ela nisso, não! — respondi em defesa da Ives
— Quer saber, não adianta dizer nada pra essa aí — Falou Rômulo virando de costas e pegando a mochila que estava em cima da cadeira. — deixa ela se ferrar sozinha.
— Tem razão, Rô — disse Soraia indo atrás dele,  junto com o resto da trupe.
Eu estava boiando, eles eram doidos ou o que? Não entendi nada.
Cheguei em casa e a mamãe, assistia televisão ela se virou para mim e perguntou:
— Como foi a aula , filha?
— Que a senhora acha? — falei jogando a mochila no sofá.
— se arruma depois filha hoje vamos almoçar na casa do seu tio. — falou mamãe trocando de canal.
— que tio, a senhora não tem irmãos? — falei surpresa, pois ela não tinha parentes vivos, mas fiquei feliz por ela,  fazia tempo que eu não via um sorriso no rosto dela, e faria de tudo para ele continuar — Mas tudo bem, eu irei me arrumar.
— vai, que eu te espero.
No carro minha mãe me explicou que quando ela tinha minha idade ela morou em Lírios por muito tempo, até o dia que seus pais se mudaram para São Paulo.
E que nessa cidade ela tinha um melhor amigo que ela considerava como um irmão, e que ele queria muito me conhecer. A casa do amigo da minha mãe era bem bonita ele abriu a porta falando:
— Nossa Maria, você mudou muito — disse ele abraçando minha mãe, e se virando para mim ele continuo a dizer — E essa é sua filha?
— Sim é a Bia,  a minha princesa.
— que bom conhecer minha sobrinha — disse ele um pouco de mais feliz.
— Então vamos entrar.— falou ele
Entramos e a casa era ainda mais linda por dentro, e olha que eu julgava muito as coisas que eu não achava bonito. Mas aquela estrutura tinha me causado impacto. Estávamos sentados, pronto pra almoçar, quando três pessoas entraram no recinto, fiquei paralisada , mas não foi de medo e sim de como as coisas estavam ficando interessante. Uma das pessoas era o garoto do fone, que eu não sabia o nome e os outros dois eram nada mais e nada menos que Rômulo e Soraia.
Eu sorrir de lado para os dois, pois o apocalipse estava apenas começando, e só pela cara de desconforto do Rômulo eu saquei na hora que André era seu pai, que consequentemente, era o melhor amigo da minha mãe.
Tudo aquilo estava completamente maravilhoso, ninguém me enfrenta e fica por isso mesmo.

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⏰ Última atualização: Oct 08, 2023 ⏰

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