Entre sorrisos bobos e apertões, Ramiro foi tirando o chapéu de Kelvin, e acarinhou aqueles cabelos loiros:
- Seu cabelo é tão bonito, macio... E tem uma cor bonita, parece inté cabelinho de milho - falou quase sussurrando, com aquela suavidade que ele só tinha com seu Kevinho..
Kelvin, que ouvia com um olhar apaixonado, fez uma careta:
- Cabelo de milho, Rams?
- É pruque é amarelinho, quase parecendo de oro - o peão explicou com aquela pureza quase infantil que possuía.
- Tá bom - o cantor sorriu, achando fofo, e foi enroscando os dedos nos cabelos do moreno - O seu também é lindo, com esses cachinhos... Ih, fiquei preso, não consigo soltar - ele fez graça.
- Não tem que soltá de mim mesmo. Ocê é meu, Kevinho - Ramiro olhou nos olhos do amado e puxou para mais perto, segurando forte.
- Sou sim, meu Rams. E queria ser ainda mais - Kelvin envolveu o pescoço do outro com os braços.
- Eeeeê, Kevinho... isso não é certo - o moreno gaguejou, paralisado. Já não tinha forças para recuar, embora também fosse difícil ir em frente. Ele ainda achava que não devia beijar o rapaz, mas não conseguia mais fugir de perto dele, o corpo não obedecia.
- Claro que é, Ramiro! Você disse que me ama, e eu também te amo. Então, o que ainda te impede? - o cantor justificou com doçura, mas com a respiração já falhando por estar tão perto daquele homem tão desejado.
- Eu não sei... - Ramiro balbuciou - Quando olho pra ocê, não vejo mais nada. Parece que tudo fica mais luminoso... mas daí eu ouço aqui dentro - ele bateu com a palma da mão na testa - que não pode, que homi com homi não pode.
- Tem só nós dois aqui, Rams. Ninguém vai dizer nada - Kelvin já não tinha condições de explicar muito.
- É... - murmurou o peão, chegando cada vez mais próximo dos lábios do loiro, que também se aproximava. E dessa vez, Ramiro não se esquivou, deixou que as bocas se encostassem. Primeiro com delicadeza, apenas sentindo a maciez dos lábios um do outro, como um selinho demorado. Aos poucos, o peão foi entreabrindo a boca e encaixando em cada pedacinho dos lábios carnudos de Kelvin, que também explorava os do seu Rams. Quando as línguas se tocaram, o moreno estremeceu como se tivesse levado um choque e instintivamente fez menção de recuar, mas o loiro o conteve, sem deixar que descolassem os lábios. As línguas se enroscaram por minutos que pareceram um tempo infinito. Só afastaram as bocas porque precisavam recuperar o fôlego, mas Ramiro permaneceu enlaçando a cintura de Kelvin, e este com os braços em volta do pescoço do moreno.
- Tá ouvindo? - sussurrou o loiro, extasiado e com os olhos faiscando.
- O quê? - o peão franziu a testa de leve, olhando encantado para seu Kevinho.
- Sininhos! - exclamou o cantor.
- Agora que ocê falô... acho que tô escutando. Parece que tem anjinho tocando pra nóis... - Ramiro sorriu emocionado.
- O anjinho do amor... - Kelvin estava com os olhos marejados.
- Então é assim, um beijo de amor?
- Parece que é....
O moreno abraçou o amado com força:
- Ô, meu Kevinho... nunca me senti assim, sabe... tão feliz.
- Eu também, meu Rams.
Demoraram-se naquele abraço tão cheio de vontade de morar para sempre nos braços um do outro. A blusa muito fina de Kelvin quase não oferecia barreira entre seu peito e o de Ramiro, bastante exposto pela camisa aberta quase até o umbigo. O calor subia pelos corpos de ambos, e o loiro não aguentou:
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A primeira noite (do resto de nossas vidas)
FanfictionRamiro, depois de impedir Kelvin de viajar, convida o rapaz para passar a noite em seu quartinho. Continuação da cena de 05/10.