Prologo:

62 4 3
                                    

"Once you see death up close, then you know what the value of life really is." [Depois de ver a morte de perto,  então você entende o real valor da vida] Jogos Mortais.

- Lembra quando éramos crianças e brincávamos de pique-esconde e eu gritava "Kabonn" e você vinha me achar? - Um sorriso meio torto estampava em seu rosto, era o primeiro depois que tudo começou.

- Lembro, mais por que você quer falar disso agora? A gente precisa sair daqui e não fica sentado esperando a morte se aproxima. Eu to com medo Gustavo, mais não aquele simples, como eu tenho de barata, e um medo forte que faz todo meu corpo tremer e meus pensamentos me confudir, medo de ter que ver mais alguém morrer, medo de não sair daqui viva.

As lágrimas saiam de seus olhos a medida que as palavras saiam da sua boca, as coisas aconteceram tudo de repente e ela não sabia como reagir, e muito menos como agir.

- Apenas me ouve ok? Eu não vou deixar nada acontecer contigo, eu te prometo. - Ele coloca a cabeça dela em seu ombro, e o silêncio aterrorizante toma conta do lugar por alguns segundos até que é quebrado. - To lembrando de quando você quebrou aquele vaso e mesmo sabendo que eu ia apanhar com isso eu não contei pra ninguém, e espero que confie em mim como confiou quando me contou sobre isso.

- Eu confio - às lágrimas ja tinham acabado, ela se sentia confortável em seus braços, e em um breve momento ela se esqueceu de tudo, todas mortes, a dor agoniante que sentia no ombro e o medo, tudo se foi.

- Faremos o seguinte, você vai ficar, nessa pedra, escondida, e quando eu gritar Kaboon você não vai me procura, na verdade você vai correr na direção oposta da que eu for, correr como se toda sua vida dependesse disso, e na verdade depende, eu te amo pequena, te prometo que você amanhã estará la em casa com nossos pais, so me obedeça pelo menos dessa vez. - Seus olho verdes se encheram de lágrima, era inexplicável o fato dele ser tão diferente do resto da família, se um dia a família soubesse da história sempre iria desconfia que era tudo mentira, afinal quem acreditaria que aquele moleque covarde um pouco acima do peso, olhos verdes e cabelo negro, daria sua vida pra salvar sua irmã.

Um beijo na testa era o sinal de despedida, ele se levantou ainda mancando, a beijou e sussurrou bem de leve.

- Grazi prometa que vai ficar bem?

- Sim eu prometo. - Ela não tinha o que falar, ela não queria nem pensa na ideia de despedida.

Ele simplesmente a deixou lá e caminhou, não diria muito bem uma caminhada, pois o pé que fora acertado por uma faca doia mais que tudo e ficava mais tempo no ar do que ao chão, o braço que também foi acertado agoniava outra dor terrível, além das diversas marcas de cortes pequenos que ele adquiriu fugindo pela floresta.

As lágrimas saiam de seus olhos, ele lembrava da mulher que ele deixou morrer sem fazer nada, de ter visto ela ser cortada e não ter movido uma palha por isso, a única mulher que ele ja tinha amado de verdade.

Em um breve momento ele parou, ele sabia que ia ser descoberto, mais não desconfiava que mesmo sabendo ele se assustaria, uma machadada forte ns costas, foi acertada, ele bateu o joelho no chão, tentou não gritar de dor. Juntou todas suas forças e simplesmente soltou o grito: Kaboon, foram suas últimas palavras. Depois ele usou a força pra não gritar a cada facada que levava, não queria que sua irmã sofresse.

Do outro lado ela corria entre as florestas, o vento batia em seus cabelos. Ela parecia um tipo de feiticeira de filmes em que quando o vento bate o cabelo negro fica incrivelmente perfeito.

Seus olhos negros estavam cheio de lagrimas, ela era tipo uma escultura, mesmo possuindo uma beleza normal, corpo normal, rosto normal, mais personalidade única. A medida que corria as lágrimas caiam, e junto com elas seu corpo, a testa sangrava graças a uma gueda aonde bateu a mesma e uma pedra.

Durante a corrida, ela lembrava de tudo que perdeu, a morte de seu namorado a sua frente, o corpo dele ser dilacerado, ela sentia uma dor dentro de si mesmo inexplicável, sempre que imaginava a cena ou lembrava que seu irmão deu a vida pela dela.

Ela queria desistir mais a sua promessa não deixava, depois de horas correndo ou andando, aonde sempre revezava, ela chega a uma estrada, e ao consegui uma carona, ela sente que esse pesadelo simplesmente vai ter um fim.

Rota 036Onde histórias criam vida. Descubra agora