E noite na casa dos la selva...
-Pensamentos do Antônio
Me encontrava no escritório quase que embriagado pensando nela... na minha mulher e no meu casamento, aquele que um dia foi, e era um casamento de inseguranças da parte dela, e com razão, Irene sabia do maldito "amor" que eu sentia pela minha ex mulher... quando aquela maldita mulher retornou pra nossas vidas é eu não pude enxergar, o que estava acontecendo do meu lado, ou melhor dizendo.. na minha frente.
Minha mulher sofria, e queria me fazer enxergar a todo custo quem era aquela Ágatha que eu dizia amar aos quatro ventos, não percebi que a solidão a consumia, fazendo a procurar saciar desejos em outro lugar, nos braços de outro homem que não era eu.
Sim eu sabia de tudo, quando eu descobrir, quis matá-la e surrar aquele geólogo de meia pataca ate ele esquecer o próprio nome, e foi oque eu fiz, além de uma ameaça pra que ele sumisse daquela cidade, lembro dele implorando para que eu parasse, ele suplicava com a boca cheia de sangue e se desaguando em choro que o banhava por inteiro, com os braços amarrados, ele gritava ... " Chega Dr Antônio!! eu tenho uma família na minha cidade, não me mata pelo amor de Deus, a Irene não queria e nunca quis nada comigo, ela ama você, ela é obcecada por você, eu fui um brinquedo na mão dela... ele só quis me usar pra fazer o senhor enxergar ela, ela te ama cassete..."
Lembrei das incontáveis vezes que rejeitei ela na cama durante aquele período, minha Irene... agora eu me sinto um completo imbecil que não queria enxergar o que acontecia debaixo das minhas fuças.
Depois que descobrir a verdadeira faceta de Ágatha, mandei ela sumir de nova primavera... Deus abriu meus olhos antes do fatídico golpe que ela me daria pela costas, e meu casamento iria por morro abaixo... em pensar que cogitei um dia me separar da Irene, tentei... e como tentei, falar com ela, mais não saia, não saia da garganta, por falta de coragem?! Talvez. Mais também por medo, medo de perdê-la de vez do meu campo de visão, por medo de nunca mais sentir aquele perfume... e como eu pude ser tão rude e arrogante com aquela mulher, com quem vivi 30 anos da minha vida.
A gente se encontrava casados, mais separados de corpo e de alma, Irene continuava ali, não fui macho pra manda- lá embora, me faltava coragem... eu estava ali tentando entender durante aquele tempo o que havia acontecido com a gente, me perguntando o porque dela ter me traído, que tolo, não?, quantas vezes eu tinha traído Irene, estava sendo hipócrita com meus pensamentos, além do mais, eu merecia aquele chifre muito mais do que ela, Irene era uma perfeição de mulher, em todos os sentidos. Ela tinha dedicado metade de sua vida a mim, sem eu merecer todo aquele amor que ela me dava, e mostrava que era a mulher perfeita pra mim... só que agora ela estava escapando entre meus dedos,eu estava perdendo Irene...
Como eu cogitava esquecer?! A cor dos seus olhos castanhos, dos seus 1,60, e como ela demorava nos banhos, esquecer dos seus sapatos do tamanho 36, e como adorava fazer sexo 30 vezes por mês... Como que eu iria esquecer Irene La Selva... o grande Amor da minha vida!
Me pego perdido na imaginação, e resolvo subir, eu precisava de uma conversa com ela, a dona dos meus pensamentos...
Subo as escadas e adentro o quarto, meu olfato acaba por ser invadido com um cheiro irreconhecível e irresistível, o hidratante que Irene passava religiosamente todos os dias em suas pernas antes de dormir. Me pego hipnotizado por 5 segundos.
-Éeeh... Irene, queria ter uma conversa com você
-Conversa? Porque? Você não troca uma palavra comigo desde o dia que você descobriu do Vini...- Antônio a interrompe antes de terminar sua fala
-Não toca no nome desse sujeito por favor.
-tá bom, eu vou conversar com você só vou terminar de passar meus cremes
