𝐍𝐨 𝐂𝐨𝐫𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐝𝐨 𝐌𝐚𝐫 ❘ Alanna é uma mulher sem pátria, que vive fugindo do seu passado.
Um dia, ela é capturada por Buggy, um pirata cruel e ambicioso, que a trata como uma arma.
O palhaço planeja usá-la como isca para roubar...
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𝔎oa estendeu a mão para a Alanna. Buggy já tinha saído, faziam alguns minutos, mas ela não foi capaz de se afastar da destruição. Sentou-se em uma pilastra caída, de concreto, mais afastada e observava a cidade, digerindo com o estômago vazio tudo o que tinha acabado de acontecer. Alanna contemplava o terror que aquelas famílias tinham sofrido, uma parte de si se corroendo em um silêncio vermelho, um vermelho ardente que queimava suas entranhas e escorria por seu corpo banhando-a em escuridão petrificante.
— Estou surpreso, Lanna. — Comentou o ruivo ainda com a mão estendida, parado em frente a ela. Os dentes afiados estavam escondidos por detrás dos lábios finos. — Não achei que fosse te encontrar aqui. Sendo sincero; achei que você já teria desaparecido entre os escombros dessa vila.
Ele sorriu com as próprias palavras e se sentou ao seu lado no pilar, sujo pela fuligem ainda morna, como se a cidade não estivesse destruída a semanas.
— Eu realmente carrego uma má fama. — Contemplou a jpvem abraçando os joelhos, a barriga se remexia de dor. Ficaram longos minutos em silêncio. Koa se apoiando nos braços esticados para trás e Alanna traçando círculos preguiçosos na saia preta que o ruivo lhe dera a apenas alguns dias atrás. — Ele… ele é um monstro.
O rapaz negou com a cabeça.
— Existem muitos monstros à solta, acredite em mim, Lanna. Mas Buggy não é o pior deles. — Rebateu o homem. — Além do mais, não foi o capitão quem destruiu a cidade.
Alanna voltou-se de súbito, descrente. Não havia motivos para acreditar em Koa, assim como não havia motivos para desconfiar do homem. O ruivo apenas a fitou, algo como um sorriso singelo surgindo em seus lábios.
— Você é sempre tão desconfiada… me lembra alguém. –Koa deixou escapar. — Alguém que eu perdi há muito tempo atrás.
Alanna piscou, finalmente se lembrando que todos tinham uma família, até mesmo as mais perversas pessoas. Todos, de alguma forma, já tiveram alguém. Todos já sentiram o azul quase fosforescente da liberdade, do desejo e da angústia.
