Disciplina - IchiBya/ByaIchi

.Capítulo Um;

Notas iniciais:

COE.

Mais uma ByaIchi, pra não perder o costume. E mais uma das fanfics que eu divido em dois capítulos porque o que eu tava planejando ficou grande demais pra resumir em um só 🤠.

Essa Twoshot é dedicada a Miih_Haruka que me deu a ideia. Muito obrigado, e espero que seja do seu agrado :D.

Espero que vocês gostem. Agora continuemos.

Boa leitura~

— Eu ainda não entendo por que você insiste em me impedir de ir junto. A ideia da minha presença é tão ruim assim?

A sentença de Ichigo ressoou entre um bufar pesado, tal qual uma criança birrenta que argumentava com os pais, inconformada. Ele rodeava a mesa do namorado pela sabe-se lá qual vez — foram tantas que Byakuya até mesmo já havia desistido de contar —, o cercando como uma barata tonta, e o pobre coitado só queria ter um almoço pacífico, sem ter um pé no saco insistente o atazanando ao pé do ouvido. Captou um suspiro indolente, quase cansado, além da mirada de esguelha irritadiça acompanhando o seu perambular incessante.

Ele conseguia ser uma dor de cabeça quando queria, no entanto, pior do que isso: jamais desistia de algo quando queria. E estava determinado a convencer Byakuya a levá-lo junto àquele maldito encontro anual do clã Kuchiki, mesmo que lhe custasse toda a sua saliva!

— A questão para mim não é a sua presença, tem a completa ciência disso, Ichigo. Não me importaria de levá-lo comigo a lugar algum, mas este encontro é um tópico delicado. — era nítido o seu esforço para escolher as palavras certas e se manter composto — O clã Kuchiki é conhecido pelo seu tradicionalismo e mentalidade conservadora. Além disso, os anciãos são imensamente julgadores e não veem com bons olhos nada além do estrito aos valores da nobreza.

O jovem Shinigami espalmou ambas as mãos na mesa do Capitão, irises âmbares ardendo em determinação e seriedade, fixas nos olhos afiados.

— Por que você acha que estou insistindo tanto em ir com você? 'Tá pensando que vou te deixar sozinho, solto naquele ninho de rato? — riu nasal, meneando a cabeça — Mas nem fodendo! Estou cagando e andando se eles são conservadores e tudo mais, eu consigo lidar com alguns velhotes falando um monte de besteiras.

— Modos, por favor. — censurou, ligeiramente desconcertado pela língua ferina e indiscreta do outro — Se estiver ao meu lado, eles vão julgá-lo severamente, ofendê-lo com palavras duras sem remorso algum e não medirão esforços para demonstrar o seu descontentamento.

— E daí? — deu de ombros — Eu consegui lidar com você tentando me matar umas três vezes ao me conhecer e destilando as ofensas mais criativas possíveis a cada vez que me via, então passar por isso é fichinha.

Byakuya sorveu um longo gole de chá, como se hidratar seu corpo também recarregasse as energias que eram inevitavelmente drenadas com aquela conversa. Tudo que dizia respeito à sua família e quebrar as suas tradições, embora fosse algo ínfimo, hora ou outra se mostrava uma pedra no seu sapato, era apenas questão de tempo.

— Não é sobre lidar, e sim sobre respeitar os costumes e pensamentos deles sem deixar que isso perturbe a sua paz de espírito. — argumentou, erguendo as pupilas com seriedade desenhada nas sobrancelhas expressivas — Temo que a sua natureza impulsiva e explosiva afete o seu julgamento. Ela não será um bom presságio neste ambiente.

Kurosaki soltou uma risada desacreditada, salpicando escárnio. Era nítido que estava ofendido, todavia, parte de si concordava e sabia ser verdade. Dificilmente se controlava ao ouvir alguma gracinha ou vir o que, em sua concepção, considerava uma injustiça.