Todas as Palavras sufocadas.

Prólogo.

Amar às vezes é sofrer por um amor não correspondido.
É ser forte para saber dizer não ao coração.
Mais forte ainda para deixar o amor ser feliz sem pensarmos em nós mesmos.
E fazer um voto de despedida do amor, escrever no final da carta eu te amo e te deixo ser feliz sem interromper em sua vida amorosa e depois simplesmente rasgar a carta e abrir os olhos para o que o mundo te mostra e você não vê...

Valdeir sales

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Os cabelos dele estava ainda mais arrepiado naquela noite, seus dedos passando pelos fios negros de forma obsessiva, os óculos tinha caído para a ponta do nariz e seu olhar era vidrado, como se tivesse passado dias sem dormir.

Com um suspiro frustrado, Hermione se inclinou para frente e arrancou o pergaminho da mão dele, recebendo um leve "Ei!" Em troca.

— Você precisa de uma pausa, Harry. — Ela disse se forma firme e enfiou o pergaminho nas vestes, sabendo que Harry não ousaria tentar pegá-lo.

Os olhos dele se estreitaram e sua boca afinou em desagrado. — Fala isso pro Snape.

— Professor Snape, Harry e você não pode culpá-lo, você teve todo o fim de semana para terminar e não fez isso. — Ela o corrigiu.

— Acho que tenho um assunto mais importante que a redação estúpida do Snape. — Foi assim que Hermione teve certeza do seu cansaço, era verdade que Harry não gostava do Professor Snape, mas ele quase nunca xingava. Harry colocou um braço na mesa e deitou a cabeça em cima, os olhos olhando pra frente, sem ver, um suspiro deixou seus lábios entreaberto. — Me sinto uma maldita tartaruga na linha de partida.

— Pense pelo lado positivo, a tartaruga ganha no final. — Ela tentou brincar e sentiu um calor no peito quando ele sorriu suavemente. De repente, ela se sentiu culpada, sabendo que Dumbledore estava exigindo muito do Harry naquele ano e o que ela estava fazendo? Brigando com Ron e esquecendo o mais importante: Harry. Ela esticou o braço sobre a mesa e começou a passar as unhas pelo couro cabeludo dele, sabendo que isso ajudava a relaxar e ignorando completamente o frio que revirou seu estômago. — Me perdoe, Harry, sei que tenho sido uma péssima agora.

Harry, que estava com os olhos fechados, respondeu em um tom falso de decepção. — Eu deveria esperar por isso, é compensação por ter sido uma amiga incrível nos outros anos, eu deveria ter dado mais valor.

— Oi?! — Ela empurrou seu ombro.

Harry levantou a cabeça, rindo, os olhos turvos de sono e bochechas coradas.

— Ei, era brincadeira. — Ainda rindo, ele pegou a mão dela que estava batendo nele e a apertou, os olhos de repente mais claros e um sorriso suave no rosto amassado. — Você é a melhor amiga que alguém pode pedir, Hermione, você nunca tem que pedir desculpas pra mim. Além disso, Ron meio que mereceu.

Hermione tentou de tudo pra não corar sob seu olhar paciente e compreensivo, ela amava Harry, realmente amava, mas as vezes ele era muito denso, não conseguindo ver um palmo na frente do rosto.

E as vezes ele tinha esses momentos de Harry e de repente seu coração não cabia no peito, sua mão suava como se ela tivesse em uma sauna e sua barriga sentia muito frio. Ela nunca olhou muito de perto, pela única vez na vida, Hermione tinha medo do conhecimento.

Sendo tudo, menos Grifinoria, Hermione puxou a mão da dele, dos dedos que faziam carinho em cima da pele, deixando um rastro de fogo pra trás, dos olhos que pareciam ainda mais verdes com o óculos fora do caminho, dos cabelos que era tão rebelde quanto o dono, daquele sentimento zumbindo que trazia um anseio desesperado.

— Você deveria dormir um pouco, Harry, amanhã conversamos sobre como consegui a memória. — Ela começou a reunir suas coisas quando ele segurou sua mão novamente, desta vez, ele estava de pé e muito perto, tanto que ela podia sentir o cheiro de grama e pinho sob sua roupa de Quadribol e algo exclusivamente Harry, tão inebriante que deixavam sua boca seca.

— Você é a melhor, Hermione, obrigado. — Com um último aperto, ele se foi, deixando uma sensação nauseante pra trás.

Não resistindo, Hermione se virou para olhá-lo e viu quando Ginny correu até ele, seus lindos cabelos ruivos brilhando atrás dela, o uniforme de Quadribol abraçava brilhantemente suas curvas.

Hermione notou como Harry começou a mexer de forma nervosa no cabelo, coisa que ele sempre fazia quando uma garota se aproximava.

E então ele sorriu para algo que ela disse, as mãos abaixando para o lado, o nervosismo deixando seu corpo e ele sendo ele mesmo novamente.

Daquela distância, ela podia jurar que o viu corar, tão forte que quase parecia doente.
Hermione sentiu sua barriga apertar de forma desagradável, um sentimento tão ruim que ela queria correr e chorar no seu travesseiro até desmaiar.

Mas ela não fez nada disso, pois ela era Hermione e ele era Harry, seu melhor amigo, ela deveria está feliz por ele finalmente conseguir falar com uma garota sem tropeçar em si mesmo.

Por isso ela engoliu em seco, reuniu seus pertences e passou por eles com um sorriso largo no rosto.
Por algum motivo, Hermione passou a noite com a garganta coçando, como se tivesse entalada com algo.

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Lá vou eu de novo tentando superar esse bloqueio com uma história extremamente triste.

As vezes só quero desistir, mas minha sede de escrever se torna maior kkkkk