Quando a vida não era tão louca

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MARIANA BARCELOS


Por trás de uma mulher "perdida" existe uma mulher que foi impiedosamente ferida.

Quando se diz Mariana Barcelos, a primeira coisa que deve surgir na mente das pessoas é toda a loucura que carrego comigo. Mari Barcelos é sinônimo de diversão, felicidade, sensualidade, promiscuidade. Correto? O que poucas pessoas sabem é que, durante 18 anos da minha vida, eu fui uma pessoa completamente diferente.

Não posso dizer que minha vida era regida na santidade, isso seria mentira. O meu primeiro beijo na boca foi aos doze anos de idade, com um garoto de 11 que se chamava André. Acredite, mesmo tendo trocado saliva com ele, aquilo foi extremamente inocente. Estávamos em um famoso clube da cidade, éramos namorados há poucos meses e nunca havíamos nos beijado. Então aconteceu e foi mágico. Uma das cenas mais bonitas que carrego comigo. Após o ato, ambos saímos correndo, movidos pela empolgação, e nos jogamos na piscina, onde, acompanhados de nossos dois melhores amigos, começamos uma guerra de água para comemorar. Depois disso, namoramos pouco tempo e mal nos beijávamos, o que era no mínimo curioso. Foi a partir daí que tudo mudou...

O primeiro beijo na boca é um caminho sem volta.

Pense em uma garota beijoqueira? EU! Beijei todos os garotos beijáveis da cidade, de cidades vizinhas, da torcida adversária, de outros estados... E, pior, eu anotava todos os nomes em um caderninho. Na festa de 15 anos da minha amiga beijei 10 garotos e consegui fazer isso com talento, sem que nenhum deles desconfiasse do meu malfeito. Eu passei a disputar com as minhas amigas a quantidade de garotos que beijaríamos nas festinhas. Foi o auge da minha adolescência.

Mas...

Percebeu que só falei de beijos? Pois é! Quando a maioria das pessoas possuíam a certeza de que eu já tinha transado com metade da cidade, eu nunca havia feito nada que além de beijar. Tudo bem, até rolou uns apertos na bunda, mas nunca passou disso. Uns 3 garotos inventaram que transaram comigo e eu, ao invés de ficar revoltada, apenas ria. Eu era beijoqueira, mas sempre possuí uma inocência e o sonho de viver um conto de fadas. Sonhava que um dia encontraria meu príncipe encantado, que ele me pediria em noivado de uma maneira encantadora, que teria o casamento dos sonhos e filhos lindos. Afinal, desde pequena ouvi que a gente nasce, cresce, se casa, tem filhos... Para mim, essa era a vida perfeita e eu guardaria minha virgindade para poder viver tudo isso com uma só pessoa.

Aos 17 anos eu ainda jogava bola com os meus amigos na rua, brincávamos de queimada, vôlei, entre muitas outras brincadeiras. Eu não possuía preocupações na vida, tampouco pensava em meu futuro profissional. Concluí o ensino médio sem saber qual curso iria fazer na faculdade, então adiei os planos e entrei em um cursinho de Recursos Humanos. E foi no trajeto para a casa que ele me viu e a minha vida inteira mudou...

Era domingo, último dia das férias de julho, eu estava sentada na calçada do meu vizinho, ao lado da minha casa, acompanhada de todos os meus amigos que moravam na mesma rua. Minha rua era o paraíso dos adolescentes, parecia um ponto de encontro dos mais jovens; era sem saída, calma... e foi assim até entrar um carro em alta velocidade, levantando poeira. Fiquei ligeiramente assustada quando ele parou em frente a minha casa. No som, tocava bem alto What Goes around, come back around, do Justin Timberlake, a música que eu temo jamais esquecer.

O surpreendente começou a acontecer assim que do carro desceu um homem bastante decidido e se aproximou de mim, sem se importar em cumprimentar os meus amigos.

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