Of All The People In The World...

605 80 27
                                    

O som do balançar dos sininhos pendurados na porta foram como acordar Seungmin de um pesadelo.

Virou quase que instantaneamente, e desta vez era sim ele, era Chan. Ele parecia um tanto assustado, o que preocupou o Kim. Sentiu um frio na espinha em vê-lo, mas ao mesmo tempo tão, mas tão aliviado, ver aquele rosto esbelto, os cabelos loiros e cacheados, era como um anjo. Seungmin teve um choque a realidade, seu choro aliviado escorreu pelo seu rosto sem nem perceber, seu corpo tremia, as roupas claras e delicadas molhadas com lagrimas, davam o toque tão fragilizado.
Nos olhos de Chan ele estava perfeito, e mesmo que pra si não estivesse, ele iria faze-lo ser mais perfeito ainda 

Um pouco desajeitado, ele levantou, correndo até o homem mais velho, e o abraçando o mesmo, colando sob o peitoral alheio, sem muita reação, apenas o alivio. Chan sentiu aquele aperto tão forte, tanto no coração quanto Seungmin, o abraçando. Ele retribuiu, e retribuiu forte, como se seu braço encaixasse na cintura do mais novo perfeitamente.

— Ei calma... Não chora... — Chan falou baixinho, no ouvido de Seungmin, vendo as lágrimas pararem de escorrer nas bochechas do moreno, estar tão próximo de Seungmin era tão.. tão diferente. Ambos sentiam que já se conheciam a muito tempo, sempre, dês de quando se conheceram conversaram tão bem.
Em armonia.
Chan esfregava o polegar nas costas do Kim, mal percebiam a movimentação que já começava na cafeteria ao mesmo tempo que tinha pouca gente mas ruas, era assustador como em segundos aparecia gente de todo o canto, o Bahng pegou algumas coisas da mesa, como a mochila alheia, e a comida mal-mexida.

Guiou o Kim até a sala de funcionários, um lugar aconchegante, arrumado, a cara dos irmãos, aromatizador dando um toque leve de lavanda, um piano no cantinho, que o cacheado tocava de vem em quanto, junto a vasos com várias flores bonitas que Felix cuida, são de seus lindo buquês que tanto amou receber e cuida até hoje com carinho, além da sala ser decorada com vários quadros feitos a mão, alguns pareciam com Felix, um com Chan, e outro ficava numa escrivaninha bonita e organizada, parecia com o sardento, e outro rapaz.

Seungmin em instantes se sentiu muito mais aliviado, admirava o local, e sentava com vergonha no pequeno sofá, o mais velho entrou e sem perder tempo se sentou ao lado do outro, abraçando a cintura alheia novamente, o vendo o agarrar de volta, eram como um ímã, nenhum queria soltar o outro. Diferente de certas pessoas, Christopher era a única pessoa que Kim deixaria lhe tocar sem medo. Seu ar protetor tranquilizava tudo, mesmo que Seungmin estivesse receoso e ainda com muito medo.

— Hey.. Você tá bem? Você me assustou ontem, fiquei com medo e... Eu vi você fumando.. — Disse finalmente, as palavras entaladas na sua garganta, finalmente disse depois de se separar um pouquinho do outro.

Um choque passou por todo o corpo de Seungmin, seu maior medo era esse, estava com medo de Chan acha-lo um nojento, sabia que aquilo era errado, e estava tão arrependido, o medo tomou conta do seu corpo e então seus olhos começaram a arder.

— N-Não foi por que eu quis! Eu... Eu queria.. Eu.. — Seu choro foi cortado por si mesmo;

Estava confuso, e ansioso, Chan estava se aproximando demais, sentiu a mão quente do mesmo no seu pescoço, acariciando sua orelha, a respirações misturadas, o clima tenso e gostoso... 

— Eu sei que não foi sua culpa... tudo tem um motivo, certo? Você não é o culpado..  Eu não sei o que está acontecendo mas, de verdade, eu quero estar pra você, e sempre vou estar disposto te ajudar...— O loiro começou a falar, e falar... Seungmin não conseguiu escutar nem a metade, sua própria cabeça o ignorava, mesmo que escutar sua voz fosse incrível, sua mente ainda estava afogada no mar se sua imaginação.

Aquela sensação foi embora assim que o mais velho se distanciou, talvez, só talvez aquela foi a primeira vez que Seungmin queria beijar alguém, de verdade. 

—... Certo? Espero que realmente possamos ficar mais próximos do que nunca, eu gosto muito de você.. — Seungmin só conseguiu ouvir aquele finalzinho, ficou meio confuso, mas apenas sorriu com o rosto avermelhado, o abraçou, deitando a cabeça sob o ombro de Chan, suspirando alto, mas, bem aliviado. — Essa carinha bonita é pra ficar de bem humor, se não sem café com leite. — Chan sorriu, em quanto passava os dedos na cintura do outro, fazendo cocegas, fazendo o outro rir alto. 

O cacheado deu outro abraço apertado no Kim, ouvindo aquela risada gostosa, que o lembrou de quando o viu pela primeira vez.

— Bem vindo! O que o senhor deseja hoje? — O rapaz de cabelos claros e cacheados disse sorridente de para o cliente, que parecia ser um estudante, jovem, cabelos castanhos e arrumadinhos, e o suéter bege com a bolsa lateral.

— Humm, não sou muito de tomar café sabe? Mas ouvi falar que os cafés daqui são ótimos! — Disse sorridente, fazendo o barista sorrir lisonjeado. — Mas quero algo simples, um café com leite por favor.. — Apoiou o braço na bancada, olhando em volta, e o vendo preparar o café.

— Prontinho.. Posso saber seu nome? — O barista falou com um certo tom se flerte, sorrindo mostrando as covinhas. Que fez o outro sorrir e corar um pouco.

— Kim Seungmin, estudante de medicina passando por estresses diários, mas nada que um café resolva, né? — Disse sorriso meigo, fazendo o outro rir.

— Um prazer senhor Kim, Bahng Chan ou Christopher.. — Disse estendendo a mão para o mesmo. Nesse lance, conversaram quase a tarde inteira, rindo, e se conhecendo ainda mais..

Sentiam essa conexão dês da primeira conversa, ambos tão receptivos. Em harmonia.

— Quer me ajudar a preparar algumas coisas? Hoje é minha folga, podemos passar o dia juntos! — Chan disse sorrindo, e estendendo a mão para o outro, que se levantou sorrindo e apertando a mão do mesmo.

— Claro.. — Falou pouco, o acompanhando calmamente. Andaram juntos ate o carro do loiro, abriu o porta-malas, revelando várias sacolas de supermercado, cheias de compras a maioria para a cafeteira. Chan pegou as mais pesadas, carregando a maioria em cada mão. — Minha nossa... Não ta pesado? Deixa eu te ajudar.. — Seungmin riu, pegando uma sacola pesada e se assustando com o peso, tombando pra baixo. Fazendo Chan rir.

— São pesadas demais... Deixa que eu levo essas, pega as levinhas.. — Ele ia, fazendo o outro levar algumas sacolas com menos peso.

Saíram dali, levando tudo ate a cozinha da cafeteria, e guardando tudo. Tempo de qualidade, definem ambos completamente, passando aquele tempo juntos, rindo e trocando carícias suaves, como ajudando em coisas simples. Seungmin se sentia em outra realidade, era incrível demais, ele ama como Chan se preocupa e tem cuidado com ele, ou quando eles conversam, e conversam sempre animados, aquela onda de alegria, fazia muito tempo que Seungmin não sorria conversando. Era um garoto largado, que com o tempo, teve sua vida melhor de certa forma. Agora, sem a recaída péssima, o Bahng era sua alegria. 

O moreno tinha terminado de guardar algumas coisas, encostado na bancada de mármore da pia, observava o outro guardando algumas coisas pesadas, tirando um tempinho para reparar melhor no mais velho, assim que percebeu o quão ele é bonito.. e forte. Não tinha reparado muito bem nos braços e peitos bem trabalhados. Tinham outras vezes que lembrou das camisas sociais apertadas por trás de aventais. Por Deus... Seungmin não pensava assim a segundos a trás. Pensou também na beleza indescritível dele.. Chan tem o rosto tão memorável, tão incrivelmente bonito, aquele sorriso fazia Seungmin borbulhar dos pés a cabeça.

— Terminei.. — O mais velho secou a testa um pouco suada. — Quer ficar por aqui ou ir pra casa?.. — Por segundos o coração de Seungmin acelerou, Chan havia percebido, e logo se corrigiu apressado. — Pra minha casa! Podemos assistir algo, a gente vê' lá, topa? — O outro concordou com aquele sorrisinho bobo. Sem demora, os rapazes já estavam no carro, sorrindo de si mesmos, que se encaravam de vez em quanto, e riam de timidez. Era estranho como eles praticamente eram estranhos, mesmo sendo uma loucura, ambos estavam doidos pra se conhecerem cada vez mais.

O peso que é sentir ser um menino dês de muito novo rodeado de pessoas más o faz ter medo de amar mesmo amando, até sua família, quem deveriam cuidar e não usá-lo no passado.


"-Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura."
Friedrich Nietzsche.

Está gostando da historia?? Comenta e vota!! 🫶

FILL THE SPACE  ''chanmin''Onde histórias criam vida. Descubra agora