Thomas me estocava com o que ele julgava ser com força, estávamos na mesma posição de sempre, eu fingia gemidos enquanto ele se entregava no ato, imaginava estar me deixando excitada com seus movimentos previsíveis e posição repetitiva. Eu tinha pena das mulheres com quem ele transava. Eu tinha pena de mim.
- Tá gostando disso? de quem é essa xereca hein? - ele dizia ofegante e suado, aquele comportamento se tornou repulsivo com o tempo, antes eu apenas ignorava, mas agora só conseguia reparar nisso e em como isso me dava vergonha alheia.
- É sua, Thomas. - falei fingindo gemidos para que ele terminasse logo.
Alguns longos minutos se passaram pra mim, e Thomas finalizou, se jogando ao meu lado da cama e quase instantaneamente apagando. Revirei meus olhos em um misto de tédio e ansiedade. Meu tédio se dava ao jeito que eu me encontrava, eu estava apenas com uma camisa, sem nada por baixo, não tinha curtido o sexo e muito menos gozado, já faziam alguns meses em que Thomas sequer me fazia um oral.
Minha ansiedade estava ali me assombrando por conta de Ran, por mais que eu quisesse esquecer, minha mente e meu corpo não paravam de reagir ao nosso encontro de duas semanas atrás. Eu olhei o relógio e 20 minutos se passaram desde que Thomas tinha adormecido, minha mente se encontrava em uma batalha interna entre ir ou não ir naquele bar novamente.
Eu pensei em tudo que havia passado com Thomas e tudo que havia acontecido entre mim e Ran até aqui, me convenci de que não faria mal conversar com um velho amigo novamente e juntei coragem para me levantar da cama.
- Foda-se. - Murmurei pegando uma saia, uma blusa e um casaco, me troquei dentro do banheiro, fui até a porta de casa, e chamei um motorista de aplicativo, estava decidida a ficar bêbada naquele dia então achei mais seguro chamar um carro.
...
Entrei no bar e varri o local com os olhos, procurei aqueles fios roxos e logo os encontrei. Ran estava de costas pra entrada do bar, tomando algum drink, caminhei lentamente até o mesmo que rapidamente reparou um movimento atrás de si e olhou em minha direção, seu sorriso se formou em seu rosto por me ver, ah... Aquele maldito sorriso, continuava tão lindo quanto antes, o gesto do mesmo causou um frio em minha barriga e instantaneamente sorri de volta para ele.
- Oi. - ele agora com um sorriso menor mas ainda sim tão lindo quanto antes.
- Oi. - falei tentando controlar meu nervosismo por estar ali.
- E então, o que te traz aqui?
- Não tenho certeza, acho que você.
- Estranho, posso dizer o mesmo que você. O que me traz aqui todos os dias também é você, mesmo sem saber se vem ou não. - ele disse e eu senti meu coração bater como louco.
- Certo, acho que deveríamos trocar números de telefone pra você não dar viagem perdida. - falei fazendo menção de pegar meu celular que estava em meu bolso traseiro, mas antes que pudesse fazê-lo, Ran segurou minha mão.
- [Nome], não acho que seja viagem perdida porque sempre compensa te ver, faz com que nada seja em vão. - Ele disse ainda segurando minha mão enquanto a outra deslizava por minha perna até meu bolso traseiro pegando meu telefone.
Ele anotou seu número de telefone em meu celular, e enquanto o fazia, eu o encarava pensando em como ele apenas ficou mais bonito com o tempo. eu Tentava não ter pensamentos impuros como suas mãos em mim, seu rosto entre minhas pernas, seu corpo forte e definido sobre o meu, mas claro que falhava todas as vezes.
- Por que tá me olhando assim? - perguntou me entregando o celular agora com seu número salvo.
- Apenas pensando. - disse simples e esperei que o assunto morresse ali para evitar meu constrangimento.
- Que tipo de pensamentos? - indagou curioso e eu senti o meu corpo tremer de nervoso e minhas bochechas avermelharem de vergonha.
- P-pensantes. - tentei novamente finalizar o assunto mas tanto minha autoconfiança quanto minha voz falharam. Ouvi a risada baixa de Ran e o encarei por um momento.
Ele colocou a mão que estava apoiada no balcão em seu queixo, apoiando-se em seu braço que recostava no balcão.
- Sempre amei seu jeito transparente. - Ele disse me olhando com uma certa malícia, fingi não notar e desviei o olhar. - Você fica linda timida.
Fiquei com mais vergonha ainda pelo comentário de Ran, me sentia culpada por estar com Ran ali e estar gostando daquilo tudo. Do flerte e do jeito que ele me olhava com mais desejo do que qualquer outro cara jamais olhou. Me senti hesitante por um segundo em fazer o que mais queria fazer desde que o vi. Mas quer saber?
Que se foda. Thomas me traiu incontáveis vezes e o troco não dói.
Peguei na mão de Ran e o arrastei para fora do bar, e em um pico de coragem, entrei em uma rua sem saída, respirei fundo e o encarei firme, tentando criar forças pra tomar iniciativa.
- [Nome]? O que está fazendo? - falei e ali minha ficha caiu, estava fazendo uma merda enorme, não deveria descer no nível de Thomas apenas por capricho, a vergonha tomou conta de mim e eu recuei.
- Porra. Esquece isso, Ran. Estou indo pra casa. - falei tentando fugir da situação constrangedora, mas antes que pudesse correr pra longe, Ran puxou minha mão e depois pegou em minha cintura, rapidamente colou nossos lábios, e sem que eu pudesse pensar duas vezes no que estava fazendo o beijo se aprofundou de forma lasciva e quente.
Senti meu corpo incendiar, meu coração disparar, minha nuca se arrepiar junto à minha coluna enquanto Ran passava sua mão pelo meu corpo, sentindo cada centímetro dele.
- [Nome]. Eu te quero, pra caralho. - Ele disse e eu não respondi, apenas puxei sua nuca para juntar nossas bocas novamente. Ele apertava minha cintura firmemente com a mão direita enquanto sua mão esquerda puxava meu cabelo de forma leve e provocativa.
Porra, eu gostaria de ficar naquele momento pelo resto da minha vida.
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O mau caminho || Uma segunda chance - Ran Haitani
Fanfiction5 anos depois do triste fim que [Nome] e Haitani tiveram, ela volta ao Japão agora noiva de um homem. Enquanto Ran Haitani não quer e não consegue esquecer sua ex-namorada do colégio.