"E foi empunhando sua adaga que ele venceu aquela batalha, com aquele rápido e certeiro golpe para a vitória. Tudo parecia ter se acalmado naquele momento, mas ele não teria tempo de descansar, pois mais uma criatura havia surgido naquele momento."
– Por que fechou o livro? – Perguntei, querendo saber o restante.
– O resto da história você saberá depois, agora vá logo dormir que amanhã cedo você tem treino e logo depois vamos precisar cuidar da nossa plantação. Colheremos algumas frutas amanhã. – Disse meu pai, levantando-se da cadeira próxima a minha cama.
Meu pai beijou minha testa, desejou-me boa noite e então saiu do quarto. Eu com meus nove anos de idade, estava lá sem nem ao menos imaginar o que estava prestes a acontecer em nossa vida, apenas mais uma noite esperando saber o restante da história de meu pai e me preparando para o dia seguinte.
Faz uma semana desde que tudo aconteceu. Perdi completamente meu diário, então estarei reescrevendo ao menos os acontecimentos mais recentes, pois é algo que jamais devo esquecer. Vou manter os ensinamentos e os costumes da minha mãe, de sempre escrever tudo sobre a vida em um diário. Só queria saber escrever tão bem quanto ela, mas prometo continuar melhorando com o passar o tempo.
Sempre pelas manhãs eu e meu pai treinávamos luta com espadas, isso desde meus sete anos de idade. Eu sempre me perguntava o motivo de precisar aprender isso tão cedo e ele apenas me respondia que era por minha segurança. Como sempre, antes de dormir, escrevi em meu diário como havia sido o meu dia, pois minha mãe havia dito que devemos preservar nossas lembranças e que escrever é um ótimo modo de também guardamos nossos sentimentos daquele momento. Pouco tempo passou até que finalmente peguei no sono e, novamente, aqueles esquisitos sonhos de uma guerra entre todos os reinos, acho que todas essas histórias e aventuras que meu pai me contava mexeu com minha cabeça, embora eu ache sempre muito divertido.
Mal havia amanhecido e eu já estava sendo acordado com um bater na porta, seco, único e leve, mas o suficiente para ser audível.
– Bom dia! Está pronto para a sua aventura? – Perguntou meu pai que havia batido na porta com uma das espadas de madeira em suas mãos – Hoje será mais agitado, pois parece que a vila está bem tumultuada.
Eu me levantei com a menor vontade do mundo, como em todos os dias. Se eu pudesse dormiria até meio dia, mas logo que a preguiça passava eu pensava no dia incrível que eu acabaria perdendo. Logo fui e logo terminei o banho. Na cozinha, tomei o café da manhã com meus pais e então fui até a frente de casa com minhas duas espadas. No início eu até não gostava e reclamava das dores após o treinamento, mas depois passou a ser bem divertido mesmo saindo bem dolorido depois.
Pouco tempo passou até que finalmente estávamos em um campo logo em frente de casa, algumas poucas pequenas e já outras grandiosas árvores ao nosso redor com um grandioso espaço entre elas. Era perfeito para nosso treino, mas também não poderíamos demorar nesse dia, pois tínhamos que cuidar da plantação que ficava bem mais perto de casa e meu pai também disse que o dia seria bem agitado. Posicionei minhas duas espadas, cada uma em uma mão e fiquei olhando meu pai.
– Está pronto? – Disse ele, já em posição e a alguns metros de distância de mim – Hoje pegarei bem mais pesado, já que ontem você conseguiu defender a maioria dos golpes.
– O senhor está é ficando velho, isso sim! – Gargalhei debochando e acabei quase tendo um ataque de riso quando vi a careta que meu pai fez.
Mal pude perceber, devido tanto rir, e ele já estava lá com as espadas vindo em minha direção. Ele saltou e girou com suas espadas na lateral de seu corpo. Levantei minhas espadas e as cruzei formando um "X". Realmente estava pegando pesado dessa vez, tanto que eu nem ao menos consegui segurar o golpe, pois logo que a primeira espada dele golpeou as minhas, eu acabei tacando-as na minha cara e logo a segunda espada dele veio e acertou no topo de minha cabeça.
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As Cores de um Legado
FantasyToda história merece ser escrita. Toda história merece ser contada. Ao menos isso era o que os meus pais falavam. Esta é a minha historia, dos meus amigos e inimigos, mas tambem do mundo. A herança de uma antiga familia para um desconhecido . . . P...