Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Tiana - 20 anos
Pego um frasco de perfume, vendo o preço assustador e deixo em cima da prateleira, limpando a poeira que vem da rua. Olho ao redor, ouvindo as vozes das pessoas e o tumulto aqui na loja, eu trabalho numa loja de cosméticos, é difícil querer as coisas e não poder comprar, infelizmente Tiana nasceu pobre, do pó eu vim e nele eu fiquei.
Vejo o filho da dona me olhando, ele passa a mão pelo pescoço e sorri de lado, olhando pra minha bunda. Eu olho e fico séria, parece criança que nunca viu nada na vida, esse é do tipo que não podia ver a página 5 do livro de ciências, no 5° ano, porque ele fazia escândalo quando via um pau e uma buceta, tenho até preguiça.
Joana: Amanhã é dia de promoção aqui na loja, eu acho que vou ser promovida - ela bate palmas e eu sorrio, sentindo pena - Fiquei com o filho da dona e ele vai me ajudar, tava precisando, mona!
Eu: Cada um faz o seu futuro, né? - falo baixo, limpando as outras prateleiras - Tiana pode ser fudida como for, mas ela não achou a buceta no lixo pra fazer isso - ela me olha e eu dou ombros, ouvindo alguém me chamar.
Olho pra trás, ajeitando o meu cabelo longo pro lado, respiro fundo, sentindo o cheiro de perfume e o Rogério me chama na sala da dona. Eu olho pra Joana e ela sorri de lado, eu vou, né? É o filho da dona, eu tento ao máximo evitar contato, porque eu sou boa, mas não sou otária e sei bem como funcionam as coisas, pobre sim, burra nunca!
Entro na sala toda fechada, tem uma cortina que puxa pela cordinha, ele puxa pra baixo e a cortina se fecha completamente, deixando o ambiente todo coberto, quem tá lá fora não vê nada. Ele me olha e aponta pra cadeira preta, eu me sento e fico calada, mexendo nas pontinhas do meu cabelo. Odeio esses filhos de chefe, não são porra nenhuma, mas é uma marra do caralho.
Rogério: Minha mãe falou contigo sobre o aumento no final do mês? - eu cruzo minhas pernas e confirmo, vendo ele mexer na camisa social clara - E tu acha o que? - eu dou ombros e ele se encosta na cadeira, fazendo barulho - Falei contigo sobre aquele assunto, tu não me deu respostas - eu solto uma risada baixa e ele se aproxima, os dois separados por uma mesa - Vai querer sair comigo ou não?
Eu: Eu tenho cara de quê? Tenho cara de puta que dá e ganha dinheiro com isso? - falo direta e ele puxa o sorriso de canto, mexendo na caneta prateada - Se eu não respondi é porque eu não quero, tenho namorado e também não sou otária de me envolver com o chefe - faço aspas no chefe e ele bate a ponta da caneta no vidro da mesa - Se o Rogério quer puta, a Tiana pode passar o contato de umas meninas que trabalham com isso, mas ela não trabalha, posso ir? - ele aponta pra frente e eu saio, abaixando meu vestido da loja.
Saio da sala dele, fechando a porta com cuidado. Eu olho pra Joana e ela sorri, faço cara feia e nem é por brincadeira, piranha safada dá pro filho da dona e ainda quer arrastar os outros. Passo a mão pelo meu uniforme e vou pra porta da loja, essa porra é bem no centro do Rio, eu morro de calor, mas só tenho um copo de água pra me satisfazer. Eu reclamo tanto desse emprego, que daqui a pouco eu tô indo direto pro RH.