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ERA ÁGUA.
Água com tinta vermelha.
Cheguei mais perto da banheira.
Não era água com tinta, era sangue.
Muito sangue e o corpo de Lizzy ali.
Minha irmã estava com o corpo dentro da banheira cheia de água e sangue.
As lágrimas encheram meus olhos, corri até a banheira puxando Lizzy para cima, eu gritei chamando por minha mãe.
Me agarrei ao seu corpo molhado, mas meus olhos se prenderam ao seus pulsos, estavam com cortes profundos, mas, tinha um que ia em linha reta e passava por todo o antebraço, esse corte tinha nos dois braços.
Meus joelhos doíam ao ficar naquela posição segurando minha irmã, mas nada se comparava a dor que eu sentia no coração, tenho certeza que nenhuma dor jamais será comparada a essa dor que eu sinto agora.
Ela só tem 18 anos, não deveria ter tirado sua vida dessa forma.
Gritei mais uma vez, com todo o meu fôlego, minha voz falhava por cinta do choro.
- O que aconteceu? - mamãe apareceu na porta, o choque instalado por seu rosto, seu corpo ficou rígido, mas logo lágrimas molharam todo seu rosto, aposto que seu coração quebrou assim como o meu.
Ela me ajudou a tirar Lizzy da banheira, apolhou a cabeça de minha irmã mais velha em suas pernas e me mandou ligar para a emergência.
Corri toda molhada e com a roupa manchada de sangue até a sala de estar, o tapete branco e felpudo da sala encharcou assim que pisei nele, se fosse em outra situação mamãe iria me matar.
Disquei rapidamente o número da emergência.
- Alô, socorro, me ajuda por favor - falei desesperada - minha irmã, e-ela... e-e-ela... ela tava na banheira com os.. os pulsos cortados por favor me ajuda.
Eu quase não conseguia falar.
Eles disseram que chegariam rápido.
Pra mim não foi tão rápido.
Foram os piores minutos da minha vida.
Quando chegaram eu sabia que já era tarde demais.
Eu sabia.
Eu sabia.
Mas não queria acreditar.
Quando a emergência chegou, um tipo de tumulto se formou em frente a minha casa, tinha dois carros da polícia em frente também.
Tiraram minha irmã do banheiro e a colocaram em uma maca, tentei acompanha-la até o hospital, mas não deixaram.
Os vizinhos estavam chocados, "porque uma garota tão meiga e bonita tiraria sua própria vida dessa forma? Ela tinha uma vida perfeita!"
Sei que era o pensamento de muitas pessoas ali.
- Querida, fica em casa, cuida de tudo por aqui, na hora certa eu te ligo 'pra você ir ao hospital - foi o que mamãe disse.
Tentei ir com ela, mas dois braços fortes me seguraram pela cintura não me deixando partir.
Eu gritei, gritei tanto que quase perdi a voz.
- Calma, vai ficar tudo bem - era a voz de Billy.
Mas nada ficou bem.
Eu caí na grama do jardim, eu continuava molhada e manchada de sangue, as pessoas olhavam.
Mas nada importava nesse momento, aquilo era a porra da minha vida virando de cabeça para baixo.
Billy me abraçou, então eu chorei baixinho.
- Eu tô com você, pode chorar - ele sussurrava em meu ouvido - eu tô aqui.
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Ela foi enterrada na tarde do segundo dia após sua morte, meus amigos ficaram o dia todo comigo.
Stuart tentava me animar, Tatum comprou lanches pra gente, Sidney foi a que segurou na minha mão e me disse que entendia o que eu sentia, Billy me deu um beijo na testa e foi o que ficou comigo a noite toda.
