consequências de falar o que quer.

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— admiro sua coragem, yeonjun. — soobin disse ao pé da cama, massageando a panturrilha do namorado. yeonjun tinha os olhos brilhantes, mas não disse nada porque, afinal, a mordaça em sua boca não o permitia responder; tudo que ele podia fazer era encarar o namorado com os olhos suplicantes e desesperados. — você sempre foi um pirralho, mas não imaginei que fosse me diminuir assim.

um suspiro saiu abafado pela mordaça, e soobin riu. o mais velho parecia tão patético daquela maneira: a mordaça de bola apertada em suas bochechas, os pulsos amarrados em cima da cabeça em um nó caprichado, o corpo completamente nu se não fosse a cueca preta implorando para ser tirada e os olhos suplicantes. yeonjun era lindo, mas não era de elogios e amor que ele gostava em uma cena, então soobin guardava seu amor para sua própria mente.

do lado de fora, ele facilmente seria o dominador mais impiedoso que yeonjun já conheceu.

— sabe, eu realmente gostaria que você se explicasse agora. por que acha que eu não sou bom o suficiente? — ele zombou, ainda sem parar o carinho quase inocente na panturrilha de yeonjun, que arregalou os olhos e choramingou. — não teve nem coragem de admitir para os amigos que eu sou quem te fode gostoso toda noite, não é? sou tão ruim assim?

yeonjun choramingou mais alto, tentando responder, ele precisava dizer que soobin era o melhor dominador que ele poderia ter, que ele o fodia muito bem e que não disse o que disse de propósito. mas soobin não queria ouvir, e é por isso que ele estava amordaçado.

— o que foi? o gato comeu sua língua?

a verdade é que ele é sim um filho da puta. e ele sabe de sua fama, por isso se aproveita dela. yeonjun é um pirralho baixo, mas ele pode ser ainda mais baixo se quiser – ele sempre pode, afinal o mais velho sabe de seu lugar e não pretende sair tão cedo. soobin sabe todos os pontos fracos do namorado, e sabe jogar sujo como ninguém.

soobin saiu de onde estava e engatinhou sobre yeonjun até seu rosto se encontrar com o do outro. as respirações se misturaram brevemente, o dominador sem intenção alguma de deixar uma brecha para o submisso se aproximar. eles se encararam pelo que pareceram horas, e soobin estava precisando segurar o sorriso safado ao notar com mais clareza a saliva escorrendo pela lateral do rosto do mais velho e os olhos marejados, todo bagunçado. yeonjun era tão sexy, mesmo parecendo destruído com mais nada além de uma conversa unilateral e um carinho na panturrilha.

— você se importa de esperar um pouco aqui? — soobin disse em um sussurro, sorrindo travesso e levantando o próprio tronco, apertando a ponta do nariz do submisso e rindo diante dos olhos arregalados pela falta de ar repentina. e então caminhou até uma gaveta do armário que yeonjun conhecia bem; era sua gaveta favorita.

quando soobin a abriu, o que foi revelado foram diversos brinquedos para praticantes de bdsm, não quaisquer brinquedos, mas os brinquedos para brincadeiras mais pesadas. yeonjun não era acostumado com jogos difíceis, mas ele não precisava gostar, porque aquilo era uma punição. yeonjun precisava chorar e, se necessário, usar seu gesto de segurança. soobin queria que ele chegasse ao seu limite, e estava determinado.

a primeira coisa que ele separou foi um anel peniano. um clássico que usavam em quase todas as cenas e que se usado com sabedoria, não deixaria yeonjun gozar por um bom tempo. logo depois, pegou na outra mão clipes de mamilo, sorrindo para si mesmo ao se lembrar bem o quanto o submisso odiava aquilo porque doía demais e seus mamilos inchados eram sensíveis. como se soobin se importasse com a dor que yeonjun estava sentindo.

virou-se para trás e yeonjun revirou os olhos quando notou os objetos nas mãos de soobin. ele era tão previsível que o submisso sentiu vontade de rir. quer dizer, que tipo de punição boba era aquela? clipes de mamilo eram dolorosos, mas yeonjun podia aguentar algo pior. se ele pegasse uma chibata, yeonjun não sentiria mais nada além de prazer, porque ele era bastante masoquista e soobin sabia disso.

MENDICITÉ, yeonbinOnde histórias criam vida. Descubra agora