quatro | sinais

92 19 13
                                    

"Todos querem ele, esse foi o meu crime

No lugar errado, na hora certa

E se eu desmoronar, então ele vai me aparar

Em um mundo de garotos, ele é um cavalheiro"

"Slut!" | Taylor Swift

-

Alguns dias se passaram e eu consegui minha carta brasileira e acabei comprando uma moto também. Vi numa loja de usados uma moto igual à que o meu pai tinha, sempre fui apaixonado pela sua Ducati, que ele cuidava como se fosse um filho. E quando eu vi uma moto idêntica a dele, e tão bem cuidada para uma moto de mais de vinte anos, eu tive certeza de que eu a queria.

Não foi um dos itens mais baratos que já comprei, mas meu pai adorou saber que eu me interessei em comprar uma moto igual a dele. Meu pai tem bastante dinheiro por causa do futebol, mas sempre vivemos sem esbanjar muito.

Estava arrumando minha mochila para ir para a faculdade, e resolvi colocar meu capacete extra dentro da mochila, ao mesmo tempo que Mia entrava no meu quarto.

— Hmmm... Vai levar o capacete extra? — ela tirou onda, fazendo uma careta levada. — Quem é a garota?

— Não tem garota. — dei de ombros, terminei de fechar minha mochila e a coloquei nas costas.

— Tudo bem, não precisa falar agora se não quiser. — ela sorriu. — Mas eu sei que tem uma garota.

— Tchau, Mia. — desconversei e já ia saindo do quarto, mas ela me parou antes que eu saísse.

— Ei, me empresta sua jaqueta jeans? — ela pediu com os olhos suplicantes e eu olhei confuso para ela. — Quero um modelo boyfriend, e eu não tenho namorado, então preciso de uma sua. — ela explicou e eu sorri.

— Tudo bem, pega no meu closet. — concordei e ela deu alguns pulinhos, me abraçou e me deu um beijo na bochecha, antes de correr para o meu closet para pegar minha jaqueta.

Saí do quarto, e encontrei minha tia fazendo café e torradas, e dei um beijo em sua bochecha.

— Já vai, meu amor? — ela perguntou voltando sua atenção para mim. — Estou um pouco atrasada hoje, mas acho que dá tempo de tomar café antes de ir.

— Não se preocupa. — a tranquilizei e peguei uma torrada da torradeira, que acabava de ficar pronta. — Vou conseguir chegar a tempo da aula. — completei me sentando à mesa e mordendo a torrada.

Coloquei minha mochila no chão ao meu lado e vi minha tia me olhar com a mão na cintura.

— Sua mãe pediu para não ficar correndo com essa moto, Theo.

— Não vou correr. — falei e minha tia estreitou os olhos para mim, desconfiada das minhas palavras. — Vou tomar cuidado. — prometi e ela negou com a cabeça, encheu um copo com suco de laranja que ela havia acabado de espremer.

— Se acontecer algo com você, sua mãe me mata. — ela disse e colocou o suco na mesa à minha frente, e voltou para o fogão, onde fazia ovos mexidos e fritava bacon.

Quando terminou, dividiu em pratos e colocou um na mesa para mim e foi para o corredor gritar a Mia, que disse que estava terminando de se maquiar. Minha tia se serviu de café preto, e sentou à minha frente, perguntando sobre como estava a faculdade. Conversamos bastante enquanto eu terminava de comer, mas não demorei tanto para não perder minha hora.

Linhas Invisíveis - Theo's VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora