IVY: Estou cansada... podemos para um pouco? - largo o lápis.
ANA: Vamos continuar - ela vira e me mostra a folha. - Viu? Minha parte está ficando boa.
Ana sempre foi uma boa namorada, ela não sai do meu lado, mas as vezes sua ambiciosidade é sufocante. Sempre atrás de novos projetos, nunca descansando. Solto um suspiro, desbloqueando o celular.
ANA: O que você tá olhando aí? - ela chega perto com a cabeça.
Na tela, um story de Beatriz está tocando uma música incompreensível. Ela dança e ri com outras garotas. Ana franze a sobrancelha com reprovação.
ANA: Dá uma olhada, enquanto estamos aqui fazendo algo produtivo, elas ficam pulando como umas idiotas, não apreciam as coisas boas.
Olho para ela e abro um sorriso sem dentes.
IVY: É... mas eu prefiro que você não fale assim dela. - encaro seus olhos verdes. - Somos amigas.
ANA: Desde quando? - ela ajeita a postura.
IVY: Ah, eu conversei com ela e a Maxine, a gente se deu bem.
Ela faz uma expressão esquisita.
ANA: Você acha mesmo que elas vão com a sua cara? São tudo falsas.Fecho o rosto, sem saber o que fazer.
IVY: Mas, você não acha que seria legal conversar com elas de vez em quando? - continuo stalkeando o feed dela no instagram.
Ana pega meu celular com a mão, dando zoom numa foto de uns amigos de Maxine sorrindo.
ANA: Aqui - ela aponta. - Você acha mesmo que esses sorrisos são verdadeiros?Ela pausa para ajeitar seu tom de voz.
ANA: Afinal, eles não tem a intimidade que a gente tem, quando que algum amigo dela pararia para conversar com ela sobre algo além de futilidade? - ela brinca com meu cabelo. - Não acha triste? Imagina não ter alguém como eu, dizendo o quanto te ama.
Ela abre um sorriso bobo, e eu também. Puxando meu queixo, ela me dá um selinho. Levanto da cadeira e sento no seu colo, apoiando a cabeça no seu ombro.
IVY: Não sei o que faria sem você. - fala baixinho.Por um momento, penso nisso, o que eu faria sem Ana, se nunca tivesse a conhecido. Me sinto mal por estar pensando nisso... droga.
Volto a beija-la, suas mãos na minha cintura me deixando com borboletas na barriga descem até minha coxa, que ela aperta de leve.
Qualquer contato com ela me deixa segura, seu beijo é reconfortante, gentil. Levo a mão para dentro de sua blusa, brincando com a alça do sutiã.
De repente, ela me solta com um pulo. Escuto passos subindo a escada rapidamente e entendo exatamente o que está acontecendo.ANA: Minha mãe - ela sussurra com os olhos arregalados.
Volto para a minha cadeira e finjo estar continuando o trabalho enquanto sua mãe entra no quarto. Ela avisa para Ana que precisam sair de casa em 10 minutos.
IVY: É melhor eu ir - sorrio. - Te vejo amanhã?
ANA: Na verdade, vou faltar amanhã na aula, vou no otorrino.Me despedi dela com um selinho, antes de recolher minhas coisas e sair.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Você não presta, Ivy - ROMANCE LÉSBICO
Любовные романыIvy e Ana namoram a 2 anos, ambas sendo o primeiro romance uma da outra, mas Ivy começa a se sentir ignorada em sua relação, e muito sozinha, vendo as outras pessoas curtirem muito mais do que ela. O que será que acontecerá para preencher esse vazio?