Capítulo dois

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Oi, você que está lendo!

Este capítulo foi escrito no meio de vários caos emocionais, uma das perdas mais dolorosas da minha vida e um novo bloqueio de escrita. Alguém pode, por favor, pedir para o narrador da minha vida dar uma maneirada?!

Apesar disso, ele foi escrito com muito carinho, espero que você aproveite!

Boa leitura, nos vemos no final!



Ao abrir os olhos ainda nas primeiras horas da manhã, Louis se sente em paz, quase imperturbável. Não há conflitos em sua cabeça, seus lençóis estão brancos como sempre e a janela que ele insiste deixar aberta durante a noite permite que o vento entre e rodopie pelo quarto, trazendo o frescor da brisa do mar, que está a algumas poucas centenas de distância.

Louis respira fundo uma, duas, três vezes e fecha os olhos apenas para abri-los de novo ao se lembrar de Harry. Harry, uma sereia ferida que ele encontrou, levou para casa, cuidou e que agora está dentro da banheira no final do corredor.

Ele se pergunta se, de repente, ficou doente, teve um sonho muito vívido e, agora, de volta à realidade, percebeu que estava alucinando, mas, ao prender a própria respiração, ele quase pode ouvir o movimento da água na banheira. Harry está lá, ele ainda deve estar lá, com suas pernas humanas com textura de cauda, como se seu corpo não conseguisse definir se ele seria uma sereia ou um humano e optasse pelos dois.

Ele se levanta, sentindo o corpo cansado, os músculos dos braços e das costas doloridos, e se espreguiça, sabendo que levará alguns dias para que tudo pare de doer. Depois de se limpar no banheiro de seu próprio quarto e vestir as roupas para mais um dia de trabalho, Louis vai até o banheiro do corredor. A porta está do mesmo jeito que deixou ontem depois de dar boa noite a Harry, mas, por um momento, ele se questiona se todo o dia anterior foi real e, caso nada tenha sido uma alucinação, ele se pergunta se Harry teria ficado durante a noite ou procurado uma forma de fugir.

Louis prende a respiração antes de empurrar a porta e seus olhos encontram diretamente os verdes, que olham para ele com emoções que conflituam entre o desespero e o terror. Seus dedos seguram a porcelana da banheira com firmeza e as pernas continuam praticamente na mesma posição em que Louis as deixou.

- Bom dia - Louis diz, mas sua voz sai falhada, com resquício de sono ainda presente. Ele pigarreia e repete. - Bom dia.

As mãos de Harry relaxam na banheira e ele quase sorri para Louis, os cantos dos lábios subindo de forma quase imperceptível. Se Louis não o olhasse com tanta atenção, não perceberia que o rosto de Harry está preenchido por cansaço. Ele parece bem e seus machucados são apenas hematomas, no entanto seus lábios estão brancos e secos e a região abaixo de seus olhos está mais escura, em um tom arroxeado que contrasta de forma estranha com sua pele.

- Oi - Harry diz e sua voz, da mesma forma que sua expressão, carrega cansaço indisfarçável.

- A água doce não fez bem para você? - Louis pergunta. Harry demora um pouco para responder, parecendo pensar.

- A princípio, fez, mas acho que as ninfas só conseguem manipular a água até determinado ponto.

- Você quer que eu o tire da banheira?

- Sim, por favor - Harry responde, a voz carregada de alívio. Louis se aproxima, procurando nos olhos da sereia qualquer tipo de recusa em relação à custa distância, no entanto, antes que suas mãos toquem a água, Harry o para.

- Espere - sua voz quase desliza pelos ouvidos de Louis e ele precisa se concentrar para não se perder do mesmo jeito que se perdeu na noite anterior, porque seus rostos agora parecem próximos demais e Louis consegue até mesmo ver o padrão verde escuro que contorna a pupila de Harry, que pisca, os olhos saindo de foco por menos de meio segundo, o faz com que Louis deixe sua distração de lado. - Você vai molhar suas roupas.

I'll be your mermaid • l.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora