Brother's Best Friend

Conselhos duvidosos e primeiras vezes (im)perfeitas

Jimin

Imagino que Jungkook esteja chateado comigo. Isso se ele ainda lembrar de mim, já que fiz de tudo pra fugir dele e não acabar fodendo aquele garoto na primeira oportunidade.

A realidade é que eu acabei me apaixonando por ele.

Quanta ironia, não é?

Por alguns motivos, acabei trancando a faculdade e usei a desculpa das férias para visitar minha família. Mais precisamente minha avó. Necessitava conversar com ela e contar tudo que aconteceu e pedir alguns conselhos. Ela sempre foi meu ponto de fuga.

Acabei passando alguns meses lá, já que trabalho de forma remota e tudo podia ser resolvido com um computador ou celular.

Estávamos no sofá assistindo televisão e eu vi a oportunidade para iniciar aquela conversa. Eu havia deitado minha cabeça em seu colo, como fazia quando era pequeno e ficava triste com algo.

— Vó, posso perguntar uma coisa?

Ela desviou o olhar da tela e o direcionou para mim com carinho.

— Eu sabia que algo estava errado quando chegou aqui dizendo que estava com saudades e que precisava descansar. — ela olhou para a TV novamente e deu uma risadinha falha — Só não imaginava que demoraria quase três meses pra termos essa conversa.

É, eu enrolei pra caramba.

Eu agarrei a barra da minha camisa, uma mania que tenho para desviar minha tensão.

— É. É claro que a senhora saberia.

Olhei para a TV bem na hora que o casal se beijam apaixonadamente e seguem em uma noite de amor, me perguntando se poderia ser possível entre eu e Jungkook.

— Me fale logo, garoto. Não brinque com a ansiedade de uma velha. — ela puxou meu cabelo e logo voltou a acariciar.

— Ai, Vó! Mulher bruta... Tem uma pessoa. É um garoto. Ele... — respirei fundo, pensando uma forma menos pervetida de contar a minha querida avó, de como o safado me conquistou pelas bolas e logo depois o coração. — Ele é incrivel, sabe? É adorável, gentil e muito fofo. Eu o conheço há muitos anos e esse é um dos principais problemas. Ele é o irmão do Junghyun.

Ela olhou pra mim rapidamente, como se perguntasse se escutou direito e logo suspirou.

— E?

— Acontece que ele só tem dezessete anos, vai fazer dezoito semana que vem. E... eu sei que nossa diferença não significa nada, são apenas quatro anos... mas algo me diz que eu estaria me aproveitando de alguém ingênuo. O que é uma grande hipocrisia, porque já acabei beijando ele e... — e algumas coisas a mais — Eu só não quero que acabe afetando minha amizade com o meu melhor amigo e que o Jungkook acabe saindo magoado. Tá muito difícil não cair em tentação.

— Você acha que já não está o magoando, se afastando dessa forma? Acha que o que ele sente é verdadeiro?

— O Jungkook é intenso. Se tem uma coisa que ele não levaria para frente, é algo que ele sabe que não têm cabimento. Não acho que ele insistiria nisso por mais de um ano se não gostasse minimamente de mim.

— Jimin, meu Neto, eu não consigo entender o que realmente te impede de ficar com ele. De tentar.

— Você acha que eu deveria? Acha que nossa idade não vai ser um empecilho? Que as pessoas não vão olhar e julgar, me julgar? — Me sento ao seu lado e respiro fundo.

— Ah, faça—me o favor! Eu casei com seu avô quando tinha apenas quinze anos. Eu fugi de casa porque meu pai não aceitava por ele ser pobre. Tive o teu pai aos dezesseis. Seu avô tinha dezoito na época em que o Jihyun nasceu. Acha mesmo que vou te julgar por isso? Seu pai nem foi planejado, a gente que gostava de fazer safadeza mesmo. — ela riu quando eu fiz uma careta. — O que eu estou dizendo, é que não adianta sofrer por antecipação. Depois que meu pai viu o quanto eu estava feliz, mesmo vivendo de forma simples, ele nos aceitou. Finja que vocês dois são eu e seu avô, a sociedade o meu pai. Quando os dois querem e se gostam, não há nada que impeça. Se o seu amigo não aceitar, ele nunca foi realmente seu amigo, pois ele ficaria feliz, em vê—los felizes.