parte 2.

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Oi! Surgindo aqui depois de meses como se nada tivesse acontecido 🫣
Juro que tô tentando finalizar essa história. Ela provavelmente vai ter só quatro partes e eu tô escrevendo um pouquinho todo dia, então provavelmente não vai demorar tanto 😶‍🌫️

Quando as duas caminhonetes cheias de funcionários dos Santana Neves chegam em frente à residência, Kelvin observa o marido parar de andar em círculos pelo local devido ao nervosismo e deixa Maria Flor sentada em uma das poltronas que estão espalhadas pelo pátio para acompanhá-lo. Os homens saem dos carros e andam apressados ao encontro do casal para quem trabalham, todos com expressões confusas e intrigadas no rosto depois de terem a hora do almoço interrompida.

— Chamou, patrão? — Marcelino, um dos funcionários em que Ramiro mais confia e considera como um braço direito, diz ao chegar perto dos outros dois homens, logo vendo as caras preocupadas e desesperadas dos chefes. — Oba, patrãozinho! — Com um aceno do boné, ele também cumprimenta Kelvin, que assente em resposta.

— Chamei. — Ramiro responde em um tom firme e Kelvin reconhece que o marido está no modo completamente focado, sem espaço nenhum para distrações, enfurecido e desesperado com o sumiço de Betinho. A expressão no rosto de Ramiro é absoluta; as sobrancelhas estão franzidas em chateação, a boca em um traço fino, preocupado, e os olhos perdidos, mas ainda assim fixos e demonstrando força em frente aos funcionários. — Meu filho sumiu. — Ele diz sem precisar, nem querer, enrolar a informação.

A expressão preocupada que surge no rosto de Marcelino é genuína, e ele olha entre Kelvin e Ramiro, provavelmente buscando confirmar que aquilo havia mesmo acontecido. Depois, olha para trás, para os parceiros de trabalho, em incredulidade, sendo recebido também por caras assustadas e confusas.

— O Betinho, patrão? Como foi isso? — Um dos funcionários mais atrás pergunta, o cenho completamente franzido e os braços cruzados numa pose tensa.

A verdade é que Ramiro, apesar de sempre tentar manter a pose de durão em frente a quem trabalha na fazenda, nunca foi desrespeitoso ou abusivo com nenhum dos funcionários. Muito pelo contrário; devido aos anos de terapia constante, ele aprendeu a usar toda a humilhação e os abusos que passou nas mãos de Antônio La Selva para se transformar no patrão que nunca teve. E isso envolve ter uma relação próxima, de um companheirismo real, com os subordinados.

É por isso, e também pelas próprias personalidades receptivas de Kelvin, Maria Flor e Roberto, que todos os trabalhadores ali têm muito apreço pelos Santana Neves. Não foram poucas as vezes em que Ramiro levou Betinho e Flor, desde pequenos, para as plantações, para passear com ele na caminhonete pela terra batida e para brincar de colher o que a fazenda os dá.

— Sim... Não sabemo como foi, ele tava brincando aqui no pátio... — Ramiro responde dessa vez com a voz mais fraca, deixando um pouco do seu verdadeiro abalo transparecer por um tempo. No entanto, ele logo limpa a garganta com um pigarreio e pergunta para Marcelino, já com um tom mais firme: — Vamo entrar na mata pra procurar. Cês tão armado? — Antes de fazer esse último questionamento, Ramiro espia rapidamente na direção da entrada da casa, onde Maria Flor está sentada, para se certificar de que ela não está ouvindo.

Ao lado do esposo, Kelvin suspira pesado e fecha os olhos por alguns segundos, já sabendo o que viria pela frente. Quando ajusta a visão novamente, ele vê os peões confirmando através de acenos com a cabeça que sim, estão armados, provavelmente tendo se preparado para isso depois de ouvir o chamado urgente do patrão minutos atrás. Kelvin olha cauteloso para Maria Flor e agradece por ela ter encontrado uma distração com os enfeites da mesinha de centro do pátio.

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⏰ Última atualização: May 21 ⏰

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