Drinks, Dates & Wednesday's

Friends & Tragic Dates

- Viado.- Mingyu puxou uma das cadeiras da mesa e se sentou.- Eu não aguento mais ser solteiro.

- A triste vida do pobre rapaz de vinte e oito anos que ainda é solteiro.- soltei uma risada soprada, me sentando ao lado dele.

- É sério.- ele bufou.- Ninguém me quer.

- Como assim ninguém te quer, Mingyu?- olhei para ele embasbacado só de ouvir aquilo saindo da boca dele.

- Ninguém me quer, ué.- deu de ombros.- Simples.

- Acho que você tem uma memória um pouco ruim, porque só no mês passado você deve ter recusado umas três pessoas. Acho melhor ir num neuro, a idade tá começando a bater.- ele me olhou indignado.

- Talvez eu tenha me esquecido disso mesmo.

- Memória de peixinho dourado.- soltei uma risada.

- Desculpa aí, senhor memória de elefante.- Mingyu revirou os olhos, mas acabou rindo junto comigo.

- Mas desembucha. É quarta à noite, o que você quer?- mudei vagamente o assunto. Até porque, convenhamos, ninguém inventa de sair em plena quarta-feira simplesmente por sair.

- Eu preciso da sua ajuda.- ele me olhou com uma carinha de cachorro.

- Ajuda pra quê, homem?- ergui a sobrancelha.- Você é bem crescidinho já, não é possível que não consegue dar um jeito na sua vida amorosa sozinho.

- Por favor, Nonu.- ele fez um biquinho.

- Tá, tá bom. Mas o que eu ganharia em troca?

- Minha felicidade!- sorriu grande, tombando um pouco a cabeça para o lado. Essa cara de quem sabe que obviamente eu vou concordar em ajudar de qualquer jeito. Não, não. Dessa vez não. Eu acho.

- Sua felicidade é a minha tristeza então você paga a janta toda vez que a gente se encontrar a partir de hoje.- abri um sorriso ladino.

- Você quer me falir?- Mingyu me olhou indignado novamente.

- É apenas para suprir os gastos da minha sanidade mental. Ao invés de você me pagar um psicólogo, você paga a minha janta!- o garçom veio até a nossa mesa. Fizemos nossos pedidos e voltamos a conversar.- Mas me conta, qual é o seu plano?

- Plano? Precisa de plano?

- Mano.- olhei para a mesa, massageando as têmporas.- Você acha mesmo que eu, logo eu, vou te apresentar para alguém?- volto meu olhar para ele, com a sobrancelha erguida e com um leve fundo de julgamento, o que, por algum motivo, o fez rir.

- Por que não?- ele disse sarcástico.

- O palhaço saiu mais cedo do circo hoje, não é mesmo?- soltei uma risada fraca. Acho engraçado o fato de ele me pedir ajuda com algo e ainda assim não saber nem o que fazer a respeito.

Na verdade, eu também não posso falar muita coisa. Não pensei em nada também.

- Min, quando foi a última vez que você foi num encontro?- olho para ele, com uma curiosidade sincera até demais.

- Não sei.- ele parou e começou a contar os dedos.- Eu não faço ideia. Mas a última vez que eu namorei...- ele fez outra pausa, um pouco mais demorada.- Acho que foi na faculdade.

- A situação tá pior do que eu esperava, ein.- Mingyu me olhou ofendido.

- Ah é? E quando foi a última vez que você namorou?- ele ergueu o queixo, convencido. Eu odeio quando ele faz isso.- Fala ai agora.