THE CLASS - temporada 2 (Fanfic Now United)

S2/Ep.1: "É só uma fantasia"

Episódio 1:
"É só uma fantasia"

(narração de Billie)

Ainda tenho pesadelos do dia em que vi o corpo de Olívia completamente carbonizado no meio das cinzas, não dava mais para ver o castanho do seu olho, seu cabelo macio e delicado já não havia mais, isso me apavora, era para eu estar lá naquela noite, mas a viagem era grande e não cheguei a tempo, fico me culpando todos dias, digo para mim mesma: "se você estivesse lá, talvez ela estaria viva".

Droga Connan, eu sei que isso foi coisa sua, você merece o lugar que estar agora, ainda queimando eternamente no inferno, mas ela não, Olívia não.
Ela era melhor do que isso, eu sei que foi coisa sua, ela só tinha traumas, isso podia ser curado de outras formas, ela era tudo para mim.

Finneas entra no meu quarto segurando uma xícara em cada mão, pelo cheiro, é algo doce, adivinhei, chocolate.

- Você precisa sair desse quarto! - Diz Finneas.

- E você precisa arrumar uma namorada. - Rebato.

Pego a xícara de sua mão e me sento na janela do meu quarto.

- Não faz sentido. - Digo.

- Chocolate quente não está quente? - Pergunta Finneas. - sempre me perguntei também porquê você gosta do seu "chocolate quente" gelado.

- Tem alguma coisa errada nessa história da Olívia. - Digo, ignorando seu questionamento sobre o "chocolate quente".

- Já faz meses. - Diz Finneas.

- Que se foda! - Aumento o tom. - não vou conseguir respirar até que tudo seja esclarecido.

- Você viu no noticiário... foi confirmado que ela fez coisas horríveis...

- E aqueles imbecís? - Pergunto. - os que testemunharam tudo, acha mesmo que estão falando a verdade?

- Billie... parece que sim.

- Eu preciso ir até lá. - Digo.

- Você não vai a lugar nenhum Billie.

- Mas Finn...

- Mas nada! Tome seu "chocolate quente" e esquece isso, se não vai acabar ficando louca.

Finneas sai do quarto, ele parece está putasso com tudo isso. Ele sabe que não desisto fácil, então era só esperar o momento certo para fuga.

- Talvez eu esteja! - Sussurro.

Tomo o chocolate olhando para o lado de fora da casa pela janela, a neve branca caindo no chão, me lembra as cinzas pelo ar naquele dia, uma lágrima escorre pelo meu rosto, e tudo ainda parece não fazer sentido.

Algumas horas se passaram depois da breve discussão com Finneas, ando pelo corredor da casa em silêncio, já é tarde e nossos pais costumam a dormir cedo, passo pelo quarto de Finneas, sua porta está um pouco aberta, ele está na cama com seu notebook e fones de ouvido, seria o momento perfeito.

Ando pelo corredor em direção ao quarto do meus pais, eles estão dormindo, entro no quarto, em silêncio começo a procurar a carteira do meu pai, pego todo seu dinheiro e seu cartão, não era muito, mas dava para se manter durante a viagem. Nas coisas da minha mãe, pego seus cartões também, minha mãe costumava escrever as senhas de seus cartões em uma agenda que ficava dentro de sua bolsa. Com tudo nas mãos, saio do quarto ainda em silêncio, e vou para o meu. Separando umas roupas me lembro que Olívia adorava minha jaqueta preta, até usou uma vez, eu a coloco e arrumo minha mochila.

Tudo pronto, já passou das Onze, hora de ir, passo pela cozinha e pego a chave do carro do meu pai que estava em cima da bancada e vou em direção a porta dos fundos. Aqui fora tá muito frio e a neve não para de cair, entro no carro respiro fundo, olho para o retrovisor, e Finneas está sentando no banco de trás.

- Eu sabia que ia aprontar. - Diz Finneas.

- Finneas por favor.

- O que tá fazendo é loucura.

- Você não sabe o quanto tudo isso tá fodendo com a minha cabeça, sai do carro!

- Você não é assim Billie... vai fazer o que quando chegar lá?

- Sai da droga carro Finneas!

- Vai matar eles? - Pergunta Finneas. - quer mesmo ficar igual a Oliva?

- Eu já estou!

- Está como? Maluca?

- Morta.

Finneas sai do carro e diz:
- Isso é loucura, vou contar pros pais.

Ele não pode foder com tudo agora, abro a porta do carro e vou até ele.

- Você não sabe o quanto eu tô sofrendo com tudo isso! - Grito.

- Matar aquelas pessoas não vai te fazer ficar bem, só vai piorar. - Diz Finneas ainda andando em frente.

- Não faz isso comigo Finneas.

Finneas para, se vira pra mim e diz:
- Não faz isso com a gente Billie! Comigo, com mãe, o pai, ninguém merece isso!

Começo a chorar, está tão frio aqui fora que sinto minhas lágrimas congelando.

- Você não é assim Billie. - Ele continua. - Você é boa, todo mundo ver, todo mundo diz que você é boa, começa acreditar!

- Esse é problema. - Digo. - É... exatamente disso que eu tô falando...

- Do que você tá falando Billie? - Ele pergunta.

- As pessoas sempre olham para mim, e viam o que queriam ver... mas é só uma fantasia.

- Você não é assim! - Diz Finneas se virando em direção a casa.

Vejo Finneas caminhando, eu preciso para-lo, eu preciso. Olha para baixo e vejo a flores da minha mãe completamente tomada pela neve, me abaixo e pego o vaso de flores, rapidamente corro em direção ao Finneas, e quebro o vaso na sua cabeça.

Finneas está jogado na neve, sua cabeça começa a escorrer, e a neve no chão já não estava mais branca, fico sem respirar, escorrego na neve e caio pra trás, estou em choque, será que ele está vivo? Matei meu irmão? Me desespero, me levanto e vou até o carro, entro no carro e começo a gritar, olho para o retrovisor e tenho uma alucinação, Olívia está sentada no banco de trás: "Ele vai ficar bem, apenas dirija!" ela dizia.

Olho pela janela, e Finneas parecia está afundando na neve.

- Eu sinto muito Finneas! - Sussurro. - Sinto muito mesmo.

Ligo o carro e saio bem rápido daquele lugar, em direção a estrada, ainda choque, quase não se ver nada, o vento e a neve cobriam toda a visão, minha respiração começa ficar mais pesada ainda.

"É só uma fantasia, é só uma fantasia" essa frase na sai da minha cabeça, é só uma fantasia, respirando fundo, coloco na minha cabeça que tudo aquilo não passou de uma fantasia, Finneas está bem, eu não vi ele essa noite, a fuga deu certo, tudo bem detalhado, começo acreditar nessa mentira, mesmo sabendo que é uma mentira, é só uma fantasia, é só uma fantasia.

- Que a vingança comece! - Digo, não é uma fantasia.

fim do episódio