🔸 Capítulo 07

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Pov's Arthur Aguiar.
Estar dentro daquela sala me dava vários gatilhos diferentes por lembrar o quanto sofri fazendo fisioterapia dentro do hospital, era várias vezes no dia e no corpo inteiro praticamente, então, era difícil estar alí e muito mais complexo explicar o que era aquilo para a fisio que inclusive era um poço de arrogância e grosseria, assim como eu. Mas, no caso dela era extremamente dona de si e conduzia cada passo da consulta com autonomia e muita prática, e isso de certo modo soou estranho dentro da minha rotina que era apenas ficar no quarto.
Lua : Fiquei vermelha nada. -ela levantou segurando algumas ferramentas-
Arthur : Bom, é óbvio que eu to brincando né. -falei tirando o celular do bolso- olha bem pra minha cara, sou um alejado de merda.
Lua : Não sabia que além de alejar a perna, o pênis também ficava. -ela deu de ombros e virou pegando a caneta e anotando, e eu senti meu rosto corar-
Arthur : Pra uma fisioterapeuta, deveria saber. -escutei sua risada e ela se virou  indo até o seu armário-
Lua : Nós sabemos que não existe isso, senhor Arthur. Você pode dizer pra quem quiser, mas não para sua fisioterapeuta, pênis é um músculo a parte e ele não tem nada a ver com as suas pernas.
Arthur : Abusada você.
Lua: Agora vamos logo trabalhar essas pernas. -assenti vendo ela pegar um elastico azul grosso e prendeu em meus pés e puxou alongando novamente, puta que pariu que essa mulher ia me matar hoje e eu ia voltar pra casa com mais dor do que quando cheguei-
Arthur: Mulher do céu, que dor. Chega, ja ta bom né? Ta ótimo.

Lua: Só tá ótimo quando eu falar.

Arthur: Você não ta no meu corpo pra saber quando tá ótimo.
Lua: Você aguenta mais que isso.

Arthur: Não, eu não aguento. -ela ajoelhou no chão puxando mais ainda e eu senti minha perna latejar- para, PARA.

Lua: Isso, só mais um pouquinho. -ela soltou devagar e suspirou- foi. -ela sorriu- eu disse que aguentava.

Arthur: Escuta, você não ouve seus pacientes não? Eu falei pra parar várias vezes.

Lua: Se eu te ouvir, não saímos do lugar. -ela sorriu e estendeu a mão devagar para me ajudar a sentar na cadeira- amanhã nós vamos ficar em pé, e se prepara que vai doer.

Arthur: Você quer me espantar em vez de me ajudar? -eu segurei suas mãos e sentei na cadeira devagar-

Lua: Bom, não acho certo mentir para os pacientes. -lhe encarei- vai doer mesmo, vai doer muito e essa dor tem um propósito. Se não doer, é porquê não está no processo de cura.
Arthur: Isso se aplica a vida?
Lua: Talvez. -ela sorriu doce e pegou a folha anotando mais algumas coisas, novamente ela girou a manga do jaleco e aquele roxo em seu pulso estava me incomodando desde que entrei. Mas, suspirei e fiquei quieto para não gerar nenhum desconforto, ela me ajudou a colocar os sapatos e amarrou lentamente os cadarços-
Arthur: Minha vontade é zero de vir amanhã hein.

Lua: Eu sei, é um saco ver minha cara todo dia, e ainda encontrar com quem te fez sentir dor. -ela sorriu e sentou na poltrona- mas é necessário.

Arthur: Não quero voltar a andar.

Lua: Como não? Você não querer passar pelo processo tudo bem, mas não querer voltar andar?

Arthur: Eu queria ter morrido naquele acidente.
Lua: Para com isso, porquê desejar morrer assim? Você precisa é de uma psicóloga. Arthur: Não, chega de profissionais. Eu mal quero vir aqui, imagina em uma psicóloga. Lua: Você é novo demais para ter um. pensamento tão carregado de raiva.
Arthur: Sou mesmo, só quero ficar em paz no meu quarto esperando a morte. Sem ninguém enchendo a droga do saco.

Lua: também queria ficar no meu quarto sem fazer nada. -ela anotou devagar no papel e sorriu me olhando- mas né? A vida não funciona assim e sempre vai ter alguém pra encher o saco. -ela esticou me entregando a receita- ta aqui anotado seus exercícios pra fazer em casa

Arthur: além de vir aqui todo dia, tenho que fazer em casa?

Lua : é, você tem. -escutei a porta se abrir e era Melanie, e de fato, seu cabelo estava bagunçado e seu batom totalmente borrado. Olhei para Lua e ela deu de ombros e minha vontade era de morrer-

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