Any Gabrielly 🦋
Solto um suspiro ao entrar em casa e fechar a porta, me encostando na mesma. Fecho os olhos momentaneamente, sentindo meu corpo e meu psicológico bem pesados. O dia que eu esperava que fosse bom, foi horrível, e o pior é que nem demonstrar que fiquei chateada por Noah eu consigo. Nem alguém pra falar sobre isso eu tenho.
— Oi! — Abro os olhos quando ouço Amber. Ergo o rosto, a vendo se apoiar na grade com uma mão para descer as escadas, e apoiar outra na parte de baixo da coluna. — Estava mesmo precisando de você.
Franzo a testa e faço uma careta de "nem vem, que não tem". Ah não ser que seja algum lance de grávida, como abaixar pra pegar alguma coisa ou sei lá.
— Pra quê? — Pergunto
— Só um minuto...Amber solta uma risadinha enquanto desce as escadas. Ou tenta. Suspiro e subo até lá em cima, porque ela ainda está no quarto degrau. Seguro sua mão com firmeza, e Amber consegue descer melhor e mais rápido agora.
— Muito obrigada! — Ela diz, e não posso deixar de notar seu tom de surpresa na voz. — Venha cá.
Sorrindo toda animadinha, Amber passa pelo corredor estreito, em direção até a cozinha. Estamos sozinhas em casa, porque meu pai está em outra reunião de negócios.
— Eu sei que você e eu não nos damos muito bem. — Observa Amber
— Jura? Nem notei.Ela ignora meu sarcasmo.
— Mas eu pensei que podíamos sentar um pouco, tomar um sorvete enquanto você me ajuda a decorar esse bolo.
Olho para o forno, que está aceso e assando o bolo que ela citou; o cheiro está gostoso. Depois olho de volta para Amber, que junta as mãos e cobre os lábios, tentando esconder um sorrisinho animado. Ela é fofa, admito, mas é impossível olhar para ela e não pensar em todo o sofrimento que fez minha mãe passar. Além disso, todo esse esforço para se dar bem comigo é só porque meu pai pediu.
— Não, obrigada. — Passo por ela e vou até a geladeira, onde pego uma garrafa de refrigerante de cereja – uma das várias do estoque que eu fiz meu pai comprar. — Boa noite.
Quando passo por Amber outra vez, ela suspira e é visível a expressão entristecida em seu rosto bonitinho e jovem. Eu paro por um segundo na porta, a observando dar as costas para mim e ir pegar o sorvete na geladeira. Imagino que deva se sentir meio solitária o dia inteiro aqui, com meu pai trabalhando quase sempre até tarde. Aposto que fica conversando com o bebê na barriga, porque não tem mais ninguém pra fazer isso durante o dia. E meu pai deu licença pra ela do trabalho, depois que a gravidez ficou meio "difícil" – já que ela é a porra da secretária dele –, então nem conversar com os colegas de trabalho ela conversa. Nunca vi Amber com nenhuma amiga, e as senhoras da vizinhança não gostam dela também.
Aaaaah, que droga.
Abro a garrafa de vidro usando a batente da porta, dando um gole antes de girar nos calcanhares, de volta para a cozinha.
— Tá bom, eu te ajudo a decorar esse bolo idiota.
Amber olha para mim, abrindo um sorriso largo e bonito. Na verdade, ela é bonita na maior parte do tempo, com longos e brilhantes cabelos castanhos escuros bem lisinhos. Seus olhos azuis são intensos e um pouco puxados para o verde, e se esticam para os lados levemente quando ela sorri, porque a mesma tem sangue nativo americano. Além de uma pele bem morena, puxada para o avermelhado, Amber não tem uma ruga ou linha de expressão no rosto; é uma bonequinha perfeita.
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𝐴𝑙𝑙 𝐹𝑜𝑟 𝑈𝑠
Fanfiction[16+] Any Gabrielly é invisível. Não literalmente, mas, para os grupos sociais da Bridgton High School, ela é completamente invisível. Mas ser invisível ou não é o última coisa com a qual a adolescente de 16 anos se importaria. Na verdade, Any nunca...