My sunflower!

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O tempo é relativo.

Você descobre isso quando espera notícias de alguém que você ama.

Já havia horas que Kelvin estava sentado no sofá de sua casa navegando no telefone, após ter buscado as crianças na casa de sua sogra, esperando notícias de Ramiro.

Depois da última ligação com o marido, ainda não havia recebido nenhuma notícia e seus olhos começavam a pesar de esperar por uma resposta.

Acabou cochilando e acordou assustado com o barulho do telefone, com um número desconhecido no visor.

"Alô?" Ele fala piscando sonolento e assustado

"Senhor Kelvin? Aqui é do hospital nova primavera, estamos com o seu marido aqui..."  iniciou uma mulher ao outro lado da chamada

"Meu Deus, Ramiro tá bem?" Kelvin responde levantando assustado do sofá

"Está sim senhor, ele apenas sofreu algumas lesões e vai ter que ficar em observação por algumas horas" a mulher responde com calma.

"Eu estou indo pro hospital agora, obrigada" Kelvin responde desesperado, já procurando o número de sua sogra nos contatos do telefone, pendido para ela cuidar de suas crianças, enquanto iria até seu marido. 

"Kelvin querido" Ágata fala ao chegar na casa do filho "mande notícias quando puder"

Ele sai de casa em seu carro em direção ao hospital atingindo o limite de velocidade.

Ao passar pela recepção e ver onde seu marido estava, correu em direção do quarto, encontrando-o com a farda suja, um olho roxo e o braço engessado.

"Amor! Você tá bem?" Kelvin pergunta correndo em sua direção.

"Tô bem, tô bem" Ramiro responde emburrado.

"O que aconteceu amor?" Kelvin fala acariciando os cachos do marido

"Uns machos começaram uma briga por uma mulher, acabou em um tiroteio, quando fomos levar eles pro camburão um acabou me empurrando e eu caí no meio fio" Ramiro responde revirando os olhos contrariado por ter caído.

"Aí, amor" Kelvin fala soltando risadas histéricas "e eu achando que você tinha levado um tiro, mas, só tropeçou no meio fio."

Aos poucos em seu peito foi crescendo o alívio de ver que Ramiro estava a salvo, embora machucado.

"Fala sério Kevin, eu sou macho, para de rir" Ramiro fala emburrado.

"Tadinho do meu policial machão desastrado" Kelvin fala fazendo graça e rindo da cara do marido.

O médico veio ver o paciente algumas horas depois e ambos foram liberados para irem para casa.

Ao chegarem sua sogra e as crianças os esperavam no sofá apreensivas.

"Papai você tá dodói" a pequena Alice correu em direção ao pai olhando para o olho roxo e o gesso preocupada

"Papai caiu amor, precisou ir no hospital rapidinho" Ramiro respondeu não querendo preocupar as crianças.

"Papai, olha, uma flor pra você, pegamos no jardim" Olivia entregou a flor ao pai "ela é amarelinha bonitinha."

"Você gosta de amarelo, né papai?" Ravi perguntou

E Ramiro vendo as três crianças preocupadas, encheu os olhos de lágrimas.

"Só vocês mesmo para me fazerem feliz." Ramiro responde abraçando os pequenos.

"Filho, você já está melhor?" Ágata pergunta, já sabendo o que tinha acontecido pelo Kelvin que ligou para a sogra enquanto aguardavam o médico. "Estou indo para casa."

"Tô bem, mãe." Ramiro responde abraçando a senhora "vá com Deus."

"Boa sorte Kel, você vai ter trabalho com esse homem manhoso pela casa por estar machucado" Ágata fala ao genro rindo

"Oh mãe, me respeita que eu não sou macho de ficar choramingando não." Ramiro respondeu com um bico no rosto emburrado.

"Tadinho do meu neném" Kelvin responde beijando o bico do marido, que revira os olhos "e obrigada Ágata por olhar os pequenos."

Ágata se despede das crianças antes de sair, deixando a família sozinha.

"Olha gente, o papai tá de gesso, sabiam que dá pra desenhar?" Kelvin fala travesso para as crianças, ele sabia bem o resultado disso.

"Pai, podemos desenhar no seu gesso?" Olivia pergunta animada e os irmãos imitam a carinha de cachorro perdido da mais velha, olhando em direção ao pai.

"É Ramiro, deixa a gente desenhar, vai ficar uma gracinha indo na delegacia com o gesso coloridinho." Kelvin fala também animado com a ideia.

"Gracinha papai." Ravi tenta imitando seu pai.

"Você me paga Kevin." Ramiro responde e Kelvin solta uma gargalhada

"Aguardo ansiosamente para pagar por isso." Kelvin responde safado.

"Larga de ser safada" Ramiro fala e depois finalmente virando para as crianças "Podem pintar o gesso, vão buscar as canetinhas." 

Elas comemoram com uma dancinha e hi-fives, saindo correndo para buscar as canetas.

"Eu vou escrever 'Kelvin, meu amorzin' no seu gesso Rams" Kelvin fala rindo e Ramiro solta uma gargalhada.

"Cê gosta de um mal feito né?" Ele responde puxando o marido para perto pela cintura.

"Gosto" ele responde antes de ambos se beijarem e as crianças voltarem com as canetas.

No final do dia o Ramiro tinha flores, corações, uma princesa e 'Kevin meu amorzim' escrito em seu gesso.

Little moments (kelmiro version) Onde histórias criam vida. Descubra agora