Introdução.

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            Há cerca de dez mil anos humanos, Eberion surgiu. Um universo paralelo ao nosso e da junção do caos e da ordem, nasceram os seis Imortais. Não se sabe ao certo como eles apareceram em Eberion nem o porquê, mas acreditam que toda vida criada naquele mundo e tudo o que nele existe se deu graças aos seis. Muitas são as lendas sobre quem são e o que realmente querem, mas uma coisa é certa, nada do que iremos contar hoje seria possível se eles não existissem.

O primeiro a chegar foi Markus, o frio. Por onde passava o ar tornava-se mais gélido e rarefeito, seus passos deixavam pegadas de gelo puro e cristalino e partículas de gelo se formavam a partir de sua respiração. Scarlett surgiu logo em seguida, uma bela mulher de pele pálida e cabelos rubros que pareciam ser feitos de puro fogo, o calor que Scarlett trazia ao seu redor era intenso, forte e provocador. Erion foi o terceiro a surgir, o mais forte de todos eles. De pele cor de barro e corpo robusto, Erion ostentava suas marcas de guerreiro por todo o corpo, marcas essas que se misturavam com pinturas, seus cabelos tinham um tom de barro misturado a um verde musgo. Vector surgiu logo depois, trazendo a brisa calma em seu caminhar. Ao contrário do irmão, Vector era esguio e tranquilo, fios platinados brotavam de sua cabeça e cresciam até seus joelhos, ele sempre ostentava uma tranquilidade absoluta em sua face. Por último surgiram as gêmeas Seraphynne e Evangelinne. Unidas em nascimento e donas de uma cumplicidade invejada por todos, Seraphyn era doce e tranquila, sinônimo de pureza, sempre postando aos lábios um sorriso angelical. Seus cabelos eram dourados como os raios de sol, e tinha olhos de um azul celestial, um azul único que talvez nunca fosse visto novamente. Já Evangelinne era o seu total oposto. Dona de um corpo escultural era possuidora de fios negros como a noite que se perdiam de tão longos, seus olhos tinham um brilho macabro, vermelhos como o sangue. Lábios vermelhos e carnudos que sempre deixavam transparecer um cruel e sádico sorriso. Juntos, os seis formavam a cúpula protetora e assim, os criadores de toda a vida em Eberion.

Unidos com o propósito de transformar aquele lugar em seu novo lar, os seis criaram do caos, poeira e cinzas a vida daquele novo mundo. Das mãos de Markus surgiram os rios, lagos, mares, mas a sua criação favorita era a neve e todos os invernos, Scarlett foi responsável pelos vulcões e todo o fogo gerado naquelas terras, cada tom vermelho naquele mundo, tudo o que era quente e toda a paixão foi dada por ela. Erion criou montanhas, vales, florestas, toda a mata e vida silvestres, já Vector fez o dever de aperfeiçoar tudo o que seus irmãos criaram. Mares precisavam de ventos, montanhas não seriam montanhas sem as brisas e nem mesmo a lava dos vulcões se espalharia sem a ajuda dele. Vector criou o ar, o vento, a brisa agradecida de todas as tardes. Por último estavam Seraphynne e Evangelinne, cada uma seria a criadora de algo único, algo que levaria a vida e a continuidade daquele mundo. Do azul dos olhos de Seraphyn surgiu o dia, o azul celeste de todas as manhãs e tardes, a luz que banharia a todos durante as suas doze horas. Dos longos e negros fios de Evangelinne surgiu à noite, a escuridão após a luz. A noite que traria a todos a paz e ao mesmo tempo o temor, seus olhos brilhariam em cada estrela que surgi-se no céu, e a lua seria como a sua pele. Pálida, delicada e completamente apaixonante. Durante dois dias os seis trabalharam, e durante dois dias eles admiraram aquele novo mundo, suas criações, mas cada um deles se sentia vazio de alguma forma, talvez o fato de apenas os seis viverem naquele mundo sem nenhuma companhia. Irmãos sempre brigam e continuam se amando, mas nada daquilo seria de fato completo se não houve alguém para mostrar, para usar e aproveitar com eles cada uma daquelas belezas daquele mundo. Foi então que no terceiro dia a última perfeição aconteceu. Juntos, cada um deu aquilo que achava de mais essencial, e juntos eles criaram o mais forte e ainda sim, mais frágil ser já existente, o ser humano. A primeira era chamada de Helena, a filha favorita. Helena foi ensinada por cada um dos seis naquilo em que eles eram melhores, a filha perfeita. Inteligente, forte e astuta. A pedido de seus criadores, ela cuidava de toda Eberion, a primeira usuário dos seis elementos. Cada parte de seus pais percorria pelo corpo da jovem, e cada uma delas aflorava a cada novo prazer descoberto, cada novidade. Durante os dezoito anos, até o seu crescimento Helena viveu para aprender e agradar aos Imortais, recebendo o amor e a atenção de cada um, mas a jovem aos passar dos anos sentia falta de algo, algo que a deixava vazia, algo que todos ali tinham, menos ela. Foi então que Seraphynne notou a constante tristeza da Primeira, dando-lhe assim a chance de ter o seu próprio companheiro, Seraphyn deu o poder de gerar vida à Helena, colocando em seu ventre um novo fruto, fruto esse que se dividiria em dois, dois corpos e uma única alma, a Imortal deu a Helena duas crianças que nasceriam de seu corpo. Ulliel e Ellahyn, os primeiros espíritos do guerreiro e do mago. Juntos a Helena, os gêmeos criaram toda uma civilização com a base dos Imortais, apadrinhados por Seraphynne e odiados por Evangelinne, eles foram responsáveis por habitarem aquele mundo, e os filhos de seus filhos seguiram a sua doutrina. Eberion então surgiu, dando lugar há uma vida de magia, encantos e eternidade a todos. Durante mil anos os três viveram para ensinar aos seus filhos enquanto os deuses mantinham-se absortos em seus pensamentos, apenas observando tudo o que acontecia. Mas a o dom que Seraphynne deu aos humanos não agradou a todos, principalmente a mesquinha Evangelinne, enciumada pelas belezas que os gêmeos faziam aos seus filhos e a forma cruel como tratavam a noite. Após muito pensar e tramar, Evangelinne reuniu-se com seus irmãos e finalmente colocou em prática o seu plano. Seraphynne dera a Helena à benção da criação, e a criação deles agora tinha suas próprias crias, seus próprios filhos. A essência de cada um estava em todos eles, mas nenhum deles era mais puro como Helena. Foi então que reunidos, cada um decidiu dar a vida ao seu próprio ser, uma criatura única de cada Imortal que levaria consigo a mais pura essência de seu elemento. Retirando um pouco da essência humana de Helena, eles criaram os seus primogênitos. Foi então que do gelo de Markus surgiu os Frios, seres fortes e velozes, dominadores do gelo e da água, os dominadores de sangue conhecidos como Sangnis. Dos cabelos de Scarlett nasceram os mais poderosos usuários de fogo, os Dragões de Ignus. Orgulhosos, imponentes e dominadores. Erion uniu a essência primordial de Helena aos seus filhos, metade homem e metade animal, assim nasceram os destemidos e protetores Animus. Vector por sua vez soprou, os ventos do norte, sul, leste e oeste deram a vida ao Ventanius, o Elemental do ar. Foi então a vez de Seraphynne, uma única lágrima escorreu por sua face, tocando em seguida seus fios dourados. A lágrima uniu-se ao ouro de seus cabelos, e a bondade de seu elemento unido a luz e ao amor por Helena, assim surgiram os Angelus. Evangelinne foi a última, misturado a essência de Helena, o negro de seus cabelos uniu-se ao puro vermelho de seus olhos, aquele brilho cruel, maquiavélico. Das sombras surgiu o primeiro deles, o filho favorito e a perfeição de Evangelinne, o Diabolis. O total oposto dos filhos de Seraphynne, ele tinha asas negras no lugar de brancas, o mesmo brilho vermelho no olhar e fios negros que brotavam de sua cabeça.

Cada um tendia a tendência de seu elemento, mas nenhum deles era completamente mal ou bom, graças à essência de Helena, os filhos dos Imortais tinham algo que os permitia fazer as escolhas que desejassem, todos eles tinham o livre arbítrio.

O plano de Eberion foi então dividido em sete reinos e em cada um deles, um regente de sua raça comandava a favor de seu criador. Nas terras gélidas das montanhas uivantes, o reino de Markus era comandado por Darius, o seu filho predileto e maior guerreiro. O reino foi nomeado de Glacies e a constante neve por todas as suas terras era algo existente em toda época do ano. Logo abaixo Scarlett fez surgir o reino de Ignis ao redor dos vulcões de sangue, a terra mais quente de toda Eberion era comandada por Alexandra, a bela dragona mãe. As florestas que cercavam todos os reinos eram dominadas por Rex, o primeiro licantropo Rei, o leão. Seu reino se expandia por todos os outros em pequenas escalas, e ao centro e oculta na floresta estava Petra, a terra de Erion. Uma grande rocha flutuava cercada de nuvens por toda Eberion, nela era encontrada o local de paz e bons ventos, a terra de Vector. Regida pela Elemental maior Victoria, era o local mais difícil de chegar a Eberion já que nunca se sabia por onde a rota de Ventus iria passar. Acima das nuvens e de todas as terras estava Lux, a terra de Seraphynne. A gentil e doce Angela tomava conta de seus filhos com amor e dedicação, mostrando a todos o poder da luz que cada um possuía. E por ultimo estava Tenebrae, a noite sempre existente naquelas terras causava um temor sem igual nos visitantes, mas aos seus habitantes era o mais habitual dia de "sol". O filho favorito de Evangelinne foi incumbido de cuidar de suas crias, Diabolus era um pai rígido e cruel, mas jamais desrespeitados por seus semelhantes. A terra dos humanos foi chamada de Scientia, a terra do conhecimento e da magia, a capital de todos os reinos e de Eberion, a única a não ser banhada pelo mar já que todas as outras cercavam seu território, Scientia era regida pro Helena e seus filhos, dando aos humanos o poder Elemental, sendo eles os únicos seres capazes de ter todos os elementos primários e secundários, mas tirando dos mesmos a imortalidade.

Com o passar dos anos, portais foram abertos em toda Eberion, permitindo assim a viagem de seus filhos a outros planos, incluindo a Terra. Terrena, como era chamados as pessoas vindas daquele planeta, foram permitidos em Eberion, mas junto deles muitos males vieram aquele mundo. Doenças e a inveja, Terrena não eram capazes de usar a magia e por conta disso acabaram se relacionando com os habitantes de Eberion, criando assim os meios-sangues. Crias dos sete filhos com Terrena, a impureza da magia e a sede de poder. Mas nem todos eram assim e com o passar do tempo a aliança aos Terrena tornou-se mais próspera e proveitosa para todos. Terrena ensinaram-lhe a tecnologia e os Eberions misturaram a magia, a perfeição era só o começo assim como toda a ambição. E é assim que a nossa história começa.. Sejam bem-vindo a Eberion.

Eberion, O Despertar.Onde histórias criam vida. Descubra agora