Histórias de uma mente perdida

Morrer*

Eu não sou dramático, mas quero morrer 

Não vejo mais motivos para viver 

Meus sentimentos, continuo a esconder 

Estou sempre sem saber o que fazer

Tem coisas que devo falar, mas não sei como dizer 

Tem coisas que me atormentam, são impossíveis de se esquecer

Traumas do passado que eu continuo a remoer 

Eles controlam a minha mente 

Na real, já nem estou mais consciente 

Estou totalmente fora de mim

Não queria que as coisas fossem assim 

Se tem algo a me contar, tem que ser agora, antes de eu ir 

Estou perto do fim, posso pressentir 

Estou no fundo do poço, mesmo que não queira admitir 

Cresci, e a vida não é o que parece 

Não estou aguentando mais, queria que você soubesse 

Acho que vou me despedir em breve 

Cansei de viver em um mundo que tem tanto a se provar 

Um mundo onde você não tem a oportunidade de falhar

Estou no chão, sem conseguir me levantar 

Não sei nem mais se quero tentar 

Não consigo amenizar essa dor

E não vai existir nenhum salvador 

Me sinto tão pequeno perante o universo 

Tenho estado totalmente disperso 

Talvez seja por essa carta que eu me despeço 

Já que o paraíso parece fora de alcance 

Tudo o que já sonhei está tão distante 

Viver tem sido extremamente agonizante 

Muito difícil seguir em frente 

As vezes sinto que ninguém me entende

Todos apenas fingem que compreendem 

Prefiro morrer que viver dessa forma 

Na verdade, parece que ninguém se importa 

Tenho me sentido completamente solitário 

As vezes realmente não me sinto amado 

Procurando amor, mas sou negado

Não quero viver assim, estou cansado 

Espero minha morte, estou no aguardo 

Escrevi essa carta para te avisar 

Avisar que não quero mais estar nesse lugar

Queria mudar as coisas, mas não vou conseguir 

Prefiro apenas fugir, sinto muito, mas preciso fugir 

Eu acho que tenho pensando demais 

Assim começo a sentir ansiedade 

Assustado com esses pensamentos, eles não são normais 

Não consigo encarar a realidade 

Sinto muito por todos que eu já magoei 

E aqueles que me machucaram, já perdoei 

Agora acho que já está na hora de ir

Eu preciso de uma felicidade instantânea

Que venha de forma espontânea

Não posso querer ir, não me parece certo

Morrer agora não me parece correto

Mas tenho vivido no inferno

Tem sido algo muito complexo

Talvez eu já deva me despedir.