୧﹐Tempo não é um problema﹒Ꮺ

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O ambiente ao redor era um hospital. Médicos e enfermeiros passando pelos corredores,  era possível ouvir conversas distantes de médicos e, provavelmente, familiares dos pacientes. Um dos quartos se destacava. Ao entrar, se depararia com dois garotos.

Um deitado na cama, aparentemente desacordado, com cabelos cacheados e escuros, com os olhos da cor de ametista. Sua pele era bronzeada, tinha por volta de seus 19 anos e estava vestido com uma roupa padrão hospitalar.

Segurando sua mão, estava um garoto de mais ou menos 20 anos, com cabelos cacheados e curtos com olhos pretos como o abismo, com uma leve barba no queixo e com a pele retinta. Ele usava uma touca e uma regata branca, além de suas calças alaranjadas.

Estes seriam Narancia Ghirga e Guido Mista, respectivamente.

***

Não era novidade ver Mista naquele mesmo quarto, passando a maior parte do dia jogando fora todo o seu tempo de lazer para ficar sentado ao lado de Ghirga, o observando. Ter alguém tão próximo em estado de coma não é nada fácil, principalmente quando se tratava dele. Mista sempre trazia flores novas quando as do quarto murchavam.

Ele sempre trazia as mesmas flores, flores de laranjeira. Não só por elas serem as flores que estavam ao redor de Narancia quando chegou seu momento de quase morte, mas, além disso, por elas terem cheiro de laranja. Um cheiro que Guido remetia a Narancia rapidamente. Na verdade, sempre que via algo com a cor laranja ou da fruta laranja, lembrava do garoto que era apaixonado e por isso tinha o nome remetido a tal.

Mista passava a maior parte de seu tempo com um mínimo sentimento de esperança de que Narancia acordaria, ou pelo menos daria algum sinal de reação. Narancia estava vivo, mas desacordado, e isso preocupava Mista. Isso fazia Guido ter pensamentos desagradáveis sobre o estado de Nara, pensamentos que sempre tentava evitar.

Até que, de repente, Mista acorda de seus pensamentos profundos, sentindo um aperto em sua mão. Se espantou porque a única coisa que estava segurando sua mão era a mão do mais novo. até pensou em chamar a enfermeira, mas não daria tempo. Ao olhar para cima viu o cacheado apertando os olhos, logo depois os abrindo. Mista arregalou os olhos com o que via, esperou todo esse tempo por algo que estava acontecendo na sua frente.

**Guido ON**

Quando vi ele abrindo os olhos, percebi que todas as semanas que eu fiquei esperando valeram a pena. Todos aqueles sentimentos agonizantes com medo dele não acordar finalmente sumiram. Fui tranquilizado quando seus olhos se voltaram para mim, era como se toda a agonia tivesse sumido no momento em que vi seus olhos. E que olhos lindos, aliás...

Ele demorou um pouco pra processar o que aconteceu, que não é uma novidade já que ele é meio lerdo. Ele finalmente tinha acordado, mas fiquei com um medo sincero ao pensar em alguma consequência como perda de memória ou algo do tipo, mas ouvi ele chamar meu nome, e fiquei feliz por ele lembrar de mim.

—Mista?.....

Apertou minha mão novamente. Sua mão estava bem gelada. O que faz sentido, afinal estávamos em uma sala fechada com ar condicionado. Ele parecia estar voltando a consciência, mas parecia estar um pouco assustado com o ambiente. Lembro dele me contar sobre experiências não muito boas com hospitais.

—Onde é que eu tô?...

— Calma Nara, você tá no hospital.

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⏰ Última atualização: Oct 05 ⏰

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