Chapter two

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(Jack POV)

É claro que eu sei o que é um híbrido. Todos sabem. Foi um dos assuntos mais falados nos últimos anos.

Mas isso não me impediu de ficar surpreso ao constatar que o garoto na minha frente é um. Um adorável e assustado híbrido, que tenho plena certeza ter sido abandonado á julgar pela sua cara

- Hey - Falei baixo.

E para minha surpresa ele choramingou um lento " - Onde Michael está?".

- Você está na minha casa Michael - Falei enquanto segurava um sorriso pela sua pronuncia.

- V-você r-roubou Michael? - Ele me perguntou-me parecendo horrorizado.

- Não! Não querido, eu o encontrei na minha porta molhado e desacordado e te trouxe pra dentro antes que ficasse doente - Tratei logo de explicar.

Ele estudou meu rosto por um momento, procurando algo que falasse que eu estava mentindo, quando não encontrou seu rosto suavizou.

- Moço?

- Sim?

- S-será que v-você poderia ajudar Michael? - Ele pediu olhando pra mim com seus grandes olhos verdes suplicantes. Adorável.

- Claro Michael, do que você precisa? - Concordei, nem se eu quisesse negar seu pedido.

- Mi-eu preciso i-ir pra minha casa, se não m-inha mamãe ficará preocupada. - Ele gaguejou lentamente, me explicando. Acho que eu vou me jogar da ponte com tanta fofura -.

- Eu não sei onde é sua casa Michael, sinto muito.Você acha que poderia me falar? - Acrescentei rapidamente á pergunta quando vida sua expressão desolada ao que falei que não sabia onde ele morava.

- Michael n-não sabe. - Antes que eu pudesse falar algo mais, ele começou a chorar. Essa cena é de cortar o coração. Seus olhinhos verdes estavam mais claros e avermelhados assim como suas bochechas e a ponta de seu nariz. Para meu horror ele começou a soluçar.

- Michael,  não chore, eu vou pensar em algo - Eu tentava desesperadamente acalma-lo - Por que você não procura algo no bolso de sua calça ou casaco? - Sugeri ao menino.

- Pra quê? - Ele fungou.

- Pode ter algo que explique o porque de você estar aqui. - Expliquei, ele acenou a cabeça e começou a procurar e para minha surpresa tinha mesmo algo no bolso do seu casaco. Uma carta.

- Leia. - Incentivei.

- De m-mamãe, bara Michael! - Ele leu lentamente e com um pouco de esforço - É da minha mamãe! - Ele curvou os lábios para cima num lindo sorriso.

- Leia o resto então Michael - Falei lhe dando um sorriso - Aliás, meu nome é Jack.

- S-senhor J-jack, você p-pode ler para mim? Está d-dificíl e Michael a-ainda não sabe ler d-direito.

- Claro, me dê aqui - Pedi. Ele passou a carta para minhas mãos e ficou esperando ansiosamente. Desdobrei o papel e comecei a ler.

'Michael mamãe te ama. Muito. Mas tive que te deixar, não fique bravo meu anjo.

Não era seguro para Michael ficar por aqui mais, por isso te deixei na casa de Liz. Ela é minha amiga e tem dois filhos.Vocês podem ser amigos meu amor, isso não é legal?

Entregue essa carta a senhora Liz, Michael. Ela irá cuidar de você e te manterá seguro.

Quando não houver mais perigo para você, eu irei te buscar...Eu prometo! Mas não sei quando isso vai acontecer e nem se vai acontecer. Por isso peço para que você fique com Liz, e a obedeça como o bom menino que você sempre foi para mamãe.

Não fuja meu anjo, fique ai...Pela mamãe.

Mamãe te ama mais que tudo Michael.

Karen de Michael.'

Quando terminei de ler, entendi a situação. A mãe de Michael o tinha abandonado. Aparentemente a mulher tinha motivos, mas não deixava de ser extremamente triste.

Michael que se encontrava ao meu lado chorava de soluçar. Meu coração se apertou de novo ao ver seus ombros tremendo, e seu rosto banhado em lágrimas enquanto balbuciava 'mamãe' repetidamente.

- Michael, anjo, se acalme. - Eu falava rapidamente, sentindo o desespero me invadir. Era péssimo vê-lo assim, mas parece que minhas palavras somente fizeram seu choro aumentar.

- Mamãe de Michael também chamava ele de anjo - Ele choramingou. Sem pensar duas vezes o abracei. Ele enfiou seu rosto na curva do meu pescoço e enrolou suas mãozinhas nas minhas costas.

Após algum tempo seus soluços diminuíram gradativamente até pararem. "Jack?" ele falou abafado.

- Hm?

- Quem é Liz? - Ele tirou seu rosto do meu pescoço e agora me olhava curiosamente.

- É minha mãe. - Respondi hesitante com medo dele começar a chorar de novo ao ouvir a palavra 'mãe'. Mas ele somente abaixou sua cabeça e olhou com tristeza para suas pequenas mãos, enquanto brincava com seus dedos.

- E-essa é a casa dela? - Apenas fiz um barulho em concordância, então ele fez outra pergunta.

- Michael v-vai ficar a-aqui agora?"

- Sim, e eu vou cuidar de você.

- Minha mãe Karen que cuidava de mim antes, se v-você que vai cuidar de Mi-mim agora então v-você é minha nova mamãe?

- Eu posso ser seu papai, tudo bem?

- Tudo bem. - Ele abaixou a cabeça.

- Posso te abraçar então? - Pedi gentilmente.

- Pode - Ele balançou a cabeça como se dissese sim. O abracei fortemente sentindo suas orelhinhas brancas tocarem no meu queixo, e ele retribuiu com alegria soltando um pequeno ronronar.

- Jack? - Ele chamou.

- Eu?

- Ainda vou sentir falta da mamãe Karen. - Ele constatou com tristeza.

Foi nesse exato momento que minha mãe encolheu entrar pela porta de casa com Luke.

- Jack, o que é isso? Quem é esse rapaz? - Minha mãe perguntou, me olhando com desconfiança.

- É, Jack, quem é esse rapaz? - Luke perguntou com frieza, me olhando acusatoriamente.

- Mãe, esse é o Michael -Iignorei meu irmão. - Filho da Karen. - Completei minha sentença, minha mãe arregalou os olhos ao ouvir o nome da mãe do pequeno.

- Karen?

- Sim. - Tirei suavemente Michael de mim e falei baixinho pra ele não ficar com medo. Peguei a carta e ofereci pra minha mãe - Leia os dois lados! - O segundo é especialmente para você.

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