1. riders on the storm, the doors.

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— Tennessee Whiskey, um maço de cigarros. Algo mais? - Sob o rosto delicado, traçou-se um sorriso tedioso. Mary MacDonald tinha olhos brilhantes para uma atendente de bar. Não porque havia algo que conflitasse as duas coisas, mas porque qualquer um que se pusesse a visitar o Mischief Bar depois da meia noite poderia ver que seu lugar não era ali.

       Era a primeira regra: O início da madrugada em Hogsmeade era reservada para os de sonhos roubados, os moralmente exilados e aos golpistas. Prostitutas da noite embriagada, cowboys de laço ralo que se permitiam a dúvida.

— Você deveria ir com calma. - Debruçada sob o balcão, Lily Evans se pronunciou após o terceiro gole em seu Old-Fashioned, cabelos ruivos trançados escorrendo pelos ombros sardentos, o batom carmin manchando a beira do copo, obrigando Mary a revirar os olhos de forma afetuosa.

    Ambas estavam juntas a dois anos. Remus conhecera Mary de forma peculiar, numa noite sufocante do verão texano, quando a biblioteca local fechara e os dois tiveram a mesma ideia intelectualmente desesperada de roubar alguns exemplares. Remus para seu pequeno acervo pessoal, Mary para sua encantadora namorada apaixonada por Sappho.

    Um ano depois do evento, Remus roubara as alianças de noivado da família Evans, que na época pertenciam ao noivado da irmã mais velha de Lily. No mesmo mês, ela e Mary se casaram numa cerimônia não-oficial na primavera pouco florida do interior americano, usando a mesma exatas alianças.

— Preocupado com a competição, hm?

— Ah, Mary. Não o assuste com isso. - Lily suspirou, os olhos doces acompanhados de um riso frouxo. - Remus sabe que é o melhor. Ele poderia colocar essa cidade de merda inteira no chinelo, se quisesse.

     Remus revirou os olhos.

— Não sou ganacioso a tal ponto.

    E aquilo era apenas parcialmente verdade.

    Remus Lupin crescera numa casa gasta, moralmente e fisicamente. Ao sul de Hogsmeade, Lyall Lupin tinha uma espingarda de cano rubro, e os melhores olhos de caça de toda a região, acompanhados por um vício insessante em beber e uma raiva geracional. Hope Lupin era doce, mas de liberdade escassa e saúde limitada.

    O produto dessa equação improvável fora o maior golpista de Hosgmeade.

    Remus começara a roubar ainda quando pequeno, movido a raiva ou a necessidade, furtos singelos mas de um cálculo impressionante passaram a irritar moradores locais. A habilidade era inegável, e o que eram antigamente chamados de 'irritação prolongada' logo se tornaram crimes planejados, movidos e datados diante as fases da lua.

      Toda noite de lua cheia Hosgmeade esperava ansiosamente pelo crime da vez, e Remus acordava no dia seguinte apenas um pouco mais cedo, gastava 30 centavos no jornal local, e lia as opiniões sobre seu próprio trabalho. À aquele ponto, era uma figura local. Um mito. Parte de um folclore criminal e propriedade pública e desconhecida da cidade, que dividia opiniões.

     Haviam os que o repudiavam, é claro. Em sua maioria fazendeiros e banqueiros que perdiam horas e sacos de dinheiro tentando se proteger dos ataques, movendo discussões públicas, pedindo milhares de doláres pela cabeça do canalha com síndrome de lobisomem.

     Mas também haviam os renegados, os de olhos cansados e sede por diferença. E era com eles que Remus realmente se importava.

    Até, é claro, o começo do verão passado, quando de repente furtos maiores começaram à serem feitos fora das noites de lua cheia, e a atenção de Lupin passara a ser dividida no jornal com um suposto novo-golpista que gostava de assinar seus roubos pichando paredes com uma gigante estrela em preto.

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⏰ Última atualização: Oct 24, 2023 ⏰

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