1.te fumo 🚬

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Amapá e uma pessoa quieta e silênciosa, apesar das brigas e confusães constantes, ele consegue passar despercebido em muitas ocasiões,mas.... Não pra mim,os meus olhos o procuram imediatamente em qualquer reunião ou festa,esteja ele dançando ou só sentado bebendo com os amigos,quando os olhos estreitos com ires escuras o suficiente para ver as pupilas,olham para mim vejo elas dilatarem e ele desvia o olhar discretamente como se não tivesse me olhando,me vendo queimar, o som alto tocando algum típico cantor de forró que a maioria dos meu colegas de região dançavam ,Rio e Ceará faziam a poeira subir no meio do quintal da Piauí(patrícia),os gritos agitado da galera chegavam abafados.

- Ele não tem noção de que está me virando do avesso sem nenhum esforço

Eu falava sozinho enquanto meu olhar vagavam pelos lábios naturalmente emburrados,a boca cheinha em uma cor marrom que ornava perfeitamente com a sua pela,mais essa mesma boca em um tom puxado por vermelho ultrapassaria a perfeição,meu nome escapando em deliciosos suspiros. Ai sim,eu morreria em paz..... Poha

🚬
.....

As três vezes que eu olhei pro Maranhão ele me encarava vidrado,arrumei o cabelo com a mão e passei a ponta dos dedos nos lábios verificando se estava tudo em ordem, porque só podia ser isso,não e como se eu não tivesse notado que sou percebido por ele em todos os lugares,mais ainda sim o produto que passei nos labios mais cedo me encomodava,não estou acostumado com esses produtos que a Iara (Amazonas) usa,ou poderia ser o brinco que eu estava usando,(aqueles bijoterias bregas de reggae)
ele me presenteou com a peça em um festejo de alguma cidade do Maranhão,no dia foi uma galera,mais eu e o Mateus (vulgo:Maranhão) nos "perdemos" do resto e perambulando achamos uma barraquinha de bijuterias,brinquedos e algums artesenatos,quando ele me entregou eu tive que zoar tamanha breguise, mesmo ele com um sorriso pequeno e calmo eu continuei rindo ate o maldito cacheado soltar

-Não importa, em você tudo fica bem

Maldito,maldito,maldito,eu quebrei. Virei conferindo se ele ainda me olhava, mais ele não estava mais na mesa ao lado

-Eu vou no banheiro

Disse avisando aos demais da mesa

🚬
.....

Acabei saindo da bagaceira e vindo para os fundos da casa patrícia(Piauí) tinha um quintal grande aonde tinha alguns pés de frutas variadas sentei embaixo de um cajueiro para relaxar e ver se meu "amigo" acalmava aquela eresão que foi causada pelas imagens traiçoeiras da minha própria mente,depois de um tempo sentado no chão de terra olhando o céu através das folhas meio redondas tirei do bolso um caixa de cigarro com um maço da erva verde enbalada em um papel de ceda, segurei entre os dedos e com a outra mão procurei o isqueiro nos bolsos. Adivinhem? Eu esqueci que a poha da calça que eu usava tinha os bolsos rasgado. Eu gostava daquele isqueiro, suspirei,ouvi alguém chegar devagar por trás, virei a cabeça parcialmente para ver de quem se tratava e levantei arrumando a postura que era meio curvada para comprimentar a figura

-Boa noite jovem, por que não está lá dentro?

Ele não me respondeu tirando um isqueiro do bolso sem falar nada e me entregando,eu não peguei o objeto,movi o baseado em direção aos lábios e avançando a cabeça na direção do moreno com olhos afiados deixando minha coluna ainda mais curvada, o mais baixo retorseu os lábios para baixo seus olhos se revirando levemente, mais ainda sim aproxima as chamas no meu cigarro

-Por que anda com isqueiro? Você nem fuma.

-Não é meu, é do Sandro,ele me entregou pra acender a fogueira e esqueceu de pegar, e eu de devolver

-E por que não está lá dentro?

-E por que você está aquí fora?

-Eu perguntei primeiro

Você E Uma DrogaOnde histórias criam vida. Descubra agora