5 razões para te amar

Primeira razão.

Por que você me defendeu naquele dia? Poderia ter me ignorado e ter me deixado ir em um piscar de olhos, talvez se não fizesse aquilo eu não teria me apaixonado tão profundamente por você, Ágata. 

Os meus olhos permaneciam fixados em apenas um lugar, na cama em cima da minha, a garota que dormia ali era tão barulhenta que a cada virada era um barulho de estalo diferente, com certeza aquela cama iria quebrar em cima de mim e eu não poderia me defender tão facilmente. De repente escuto barulhos de passos e risadas pelo dormitório, e eu já sabia quem era. As Dollys, como se chamavam, eram minhas amigas e me chamaram para sair de madrugada escondido de algum monitor. Sair escondido não era a minha ideia, mas eu tinha que ter amigas até o final do terceiro ano, se não meus pais pagariam uma diarista ou babá só para fazer amizade comigo, e era terrível. 

 — Karine!—Joana sussurra—Levanta garota! 

Me assusto com aquele tom de voz e me levanto como a garota pediu. 

— Não sei se estou confiante para ir… E se nos pegarem?—digo arrumando o cabelo 

— Não vão nos pegar bobinha, só vamos, sua tola—ela me olha dos pés até a cabeça e vai escondida em direção à porta. 

 Eu estaria me metendo em uma grande confusão se algum monitor pegasse, já que tenho que ser exemplo naquele internato, portanto, ando em direção à porta e ouço a voz de uma mulher, e de longe as minhas amigas já estavam de saída me deixando para trás sem nenhuma esperança já que escutaram também aquela voz. Meus passos vão mais devagar em direção à porta e em um piscar de olhos alguém me agarra e me joga na cama cheia de cobertores.

— Que porra…—um dedo tampa meus lábios e ao olhar para frente, era Ágata—Me solta!—a empurro

— Quem está aí?—A voz da mulher se instala novamente pelo dormitório, mas agora com uma lanterna. 

Eu e Ágata estávamos com os corpos colados em sua cama tão macia, ela às vezes olhava para mim em sinal de aprovação para me apertar mais ou para chegar mais perto de mim. 

 — Ágata, você me apertando desse jeito, vai me deixar sufocada—digo me soltando de seus braços. 

— Temos que ficar assim… Vai que a professora vê nós duas na mesma cama, não seria um momento tão legal.—ela diz me apertando. 

Meu coração estava batendo forte, minha barriga permanecia tremendo e a qualquer custo, minhas bochechas ficariam rosadas aos poucos, ela não poderia ver. 

 — A professora já foi, eu tenho que ir—olho para ela e a vejo dormindo—Que porra… Acorda Ágata, eu preciso ir para minha cama. 

— Não, você fica aqui, eu te protegi, e agora você quer sair—sua voz estava lenta e os olhos permaneciam fechados—Você é quente, fique aqui até o sol aparecer.

 Minha boca não conseguia se abrir, e meu corpo estava imóvel devido ao corpo pesado dela sobre o meu, sua perna me cobria inteira e sua cabeça ficava em cima da minha, era engraçado vê-la dormindo, pois sua boca abria e fechava, ela era estúpida demais. 

— Tá bom… Daqui a 5 minutos eu vou ir para minha cama 

 Ela não percebeu eu falar, portanto, aperta meu braço forte me fazendo arrepiar, aquilo não era normal, um toque não poderia fazer tantas atrocidades em mim tão fácil. Não sou familiarizada com toques, e por que me senti tão tensa e arrepiada, porque minha cabeça só estava em uma palavra, "Ágata, Ágata, Ágata"? De tanto repetir, sinto minha barriga queimar, ela parecia queimar tanto que minhas bochechas ficaram totalmente vermelhas. Solto a garota, me levanto e vou para minha cama. O meu coração palpitando tão rápido não era normal, não era como eu conversava com Joana, parecia ser de sentimentos, talvez eu pudesse ter sentimentos por ela, ou, talvez eu a considerasse tanto que minha cabeça fez com que eu me sentisse segura com aquela garota. Olho para trás e os olhos de Ágata fixava os meus, e sem nenhuma razão dou um pequeno sorriso, um pequeno sorriso que era enorme, e eu sabia que queria gargalhar e me deitar novamente com ela novamente mesmo tendo a conhecido de manhã.