Segunda razão

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Eu não entendo Por que que Ágata insistiu tanto para matar aula, ela não deveria ter feito isso.

Hoje era um daqueles dias que eu precisava estudar. A prova de matemática estava chegando, e eu mal havia começado a revisar o material. Já estava me preparando mentalmente para passar o dia inteiro enfiada nos livros quando Ágata apareceu na minha porta.

— Karine, vamos matar aula hoje! — ela disse com um brilho travesso nos olhos.

Eu suspirei, sabendo que a insistência dela seria implacável.

— Ágata, eu realmente preciso estudar. Tenho uma prova importante na semana que vem.

— Ah, qual é! Você estuda demais. Só um dia de folga, não vai te matar — ela insistiu, puxando meu braço.

Eu hesitei.

— Mas... e se a gente se meter em encrenca? Você sabe que meus pais me matam se descobrirem?

Ágata riu, um som despreocupado que eu sempre invejava.

— Relaxa amiga. A gente vai ser cuidadosa. Prometo que vai ser divertido.

Contra a minha vontade, um sorriso começou a se formar nos meus lábios. Era difícil resistir à energia dela.

— Tá bom, mas só dessa vez.

— Isso, garota! Vamos lá — Ela puxou minha mão, me arrastando para fora de casa. A adrenalina começou a tomar conta de mim enquanto corríamos em direção à escola.

Pulamos o muro com agilidade surpreendente. Eu estava nervosa, mas Ágata parecia no controle de tudo, como sempre. Pegamos a bicicleta dela, uma velha e robusta mountain bike que eu estava acostumada a ver pela cidade.

— Vamos, sobe na garupa — ela ordenou, já montada no assento.

Eu hesitei novamente.

— Eu não sei se isso é uma boa ideia...

— Karine, você prometeu — ela me lembrou com um olhar desafiador.

Respirei fundo e subi na garupa, sentindo meu rosto corar instantaneamente. Para me segurar, precisei colocar as mãos na cintura dela. O toque foi estranho e familiar ao mesmo tempo.

Ágata começou a pedalar, e eu me segurei mais firme. O vento batia no meu rosto, e eu não pude deixar de sorrir. Foi nesse momento que percebi o quanto ela era incrível. Mesmo com todas as encrencas em que se metia, Ágata tinha um jeito de fazer tudo parecer uma aventura.

— Você está bem aí atrás? — ela gritou sobre o som do vento.

— Sim, estou! — respondi, tentando manter a voz firme.

Durante o passeio, comecei a notar coisas que nunca tinha percebido antes. A maneira como o cabelo dela balançava com o vento, a segurança em seus movimentos, e a risada que parecia iluminar qualquer ambiente. Mesmo odiando algumas das coisas que ela fazia, comecei a perceber que meus sentimentos por ela estavam mudando.

Finalmente, chegamos a um parque afastado, onde deixamos a bicicleta e nos sentamos na grama. Ágata se deitou de costas, olhando para o céu.

— Não é maravilhoso? — ela perguntou, sem tirar os olhos das nuvens.

— É... é sim — respondi, ainda um pouco atordoada com tudo — Obrigada por me tirar de da escola hoje.

Ela se virou para mim, seus olhos azuis brilhando.

— Eu sabia que você ia gostar. Às vezes, a gente só precisa sair da rotina, sabe?

Eu apenas sorri, sentindo um aperto no peito. Talvez, só talvez, essa amizade estava se transformando em algo mais. E, pela primeira vez, eu estava disposta a descobrir o que isso significava.

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⏰ Última atualização: Jul 19 ⏰

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