Capítulo 1

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MARIA

Jogo minha Glock em cima da mesa e vejo meu chefe vim na minha direção, fecho os olhos e respiro fundo.

Ronaldo: Na minha sala agora! - ele segue na frente e vou atrás, fecha às persianas quando entro na sala começa com o falatório.

Maria: O que foi agora?

Ronaldo: O que foi? Você tá maluca? Tá querendo ferrar todo mundo porra? Acha que sua ações não tem consequências?!

Maria: É sério? É por isso mesmo que você virou policial? Não sente nojo de si mesmo escondendo policial corrupto porra? Eu denuncio e ainda sou errada?! Não virei policial pra isso não caralho!

Ronaldo: Abaixa o tom. O conselho vai decidir o que fazer com você, provavelmente vai ser redução de salário e suspensão por um mês.. - fala já calmo, se senta na cadeira.

Maria: Como se isso tivesse certo, como isso pode acontecer e eu ainda ser errada!?!

Ronaldo: Você DENUNCIOU seus colegas, se tivesse reportado pra mim eu teria dado alguma punição tá achando que conselho é o que? brincadeira?

Maria: Foda-se! Por isso mesmo não falei nada pra tu, namoral mesmo se eu fosse tu morria de vergonha das atitudes que tu tá tomando! - nem espero ele responder, saio batendo a porta.

Pego minha Glock e saio daquela delegacia seguindo pra casa, tava cansada demais. Fecho a porta atrás de mim sentindo o cansaço me vencer, tomo um banho gelado e deito na cama apagando.

10:47AM

Havia recebido uma ligação do conselho, tinham decidido o que fazer e pediram pra comparecer.

Maria: Não podem simplesmente jogar a bomba logo? Que enrolação da porra!

Ronaldo: Cala boca! Aceita qualquer coisa e fica quieta se você quiser manter sua carreira.

Maria: Dessa vez vou deixar passar. - aponto o dedo pra ele, me referia ao " cala boca ", não tava afim e muito menos aqui.

Chegamos no local e saio do carro entrando no prédio a minha frente. Moça da recepção levou a gente até a sala onde tava os grandões da policia. Ela abre a porta dando passagem pra gente, parecia que eu tava num tribunal, vários cara em volta, me olhando.

— Maria Siqueira.. - um deles fala olhando pra minha ficha, acho que ele era o que falava por todos ali.

Maria: Sim, senhor.



— Eu sou o presidente do conselho. Pode se sentar. - aponta pra cadeira, me sento nela e logo o Ronaldo também se senta ao meu lado.

Ronaldo: Me desculpe por não conseguir manter as coisas no controle senhor, prometo fazer o meu melhor de agora em diante.

— A única mulher na tua delegacia Ronaldo e tu não consegue botar cabrecho nela. - fecho logo a cara, odeio isso.

Ronaldo: Me desculpe senhor, isso não vai mais se repetir. - me lança um olhar mortal e faço cara de deboche fazendo ele ficar mais puto ainda.

— O que fazemos com você Maria? Sabe que esses negócio de dedo-duro não pega bem nem no tráfico quem dirá na polícia..

Ronaldo: Podemos da um castigo de 3 meses sem salário.. - interrompem ele.



— Iremos te dar uma missão de máxima importância e risco. Se concluir com sucesso esqueceremos o acontecido mas se fracassar.. vai levar a culpa sozinha! - aponta pra mim.

Maria: Qual seria a missão senhor?

Ele joga a ficha criminal em cima da minha mesa, dou um olhada rápida.

— Esse é o Pitbull. Recebemos informações de dentro que ele está vendendo pra fora, Roma, Portugal, México e quer transportar pra mais lugares coisa que não podemos deixar acontecer.

Maria: E onde eu entro?



— Quero que se disfarça e descubra como ele faz pra transportar pra fora e quando ele irá fazer, queremos pegar ele em flagrante.

Maria: Me disfarçar?

— É, vira puta dele, sei lá. Ele só não pode saber que tu é polícia pô.

Aquilo já estava me dando nos nervos, tudo tem limites e eu já nasci com falta de paciência.

Ronaldo: Senhor, essa não é uma missão apropriada pra patente dela.. - toma a frente, sabia que eu ia falar um monte.



— Queremos uma pessoa inteligente e corajosa pra conseguir executar essa missão com sucesso, quem mais seria indicada do que ela? A decisão é dela, você só precisa prestar suporte. Quer pensar sobre Maria? - Humrum, se der errado quem se fode sozinha sou eu, alvo perfeito pra eles, uma mulher.

Maria: Não senhor, aceito a missão.

Vou mostrar pra todo mundo do que sou capaz, eles vão ter que repensar milhões de vezes antes de tentar menosprezar uma mulher de novo.



Maria: Obrigada pela oportunidade senhor.

Alem de mim, tinha uma informante no morro, inclusive foi ela que passou as informações disso tudo pra eles. Ela vai me colocar lá dentro e ser minha " tia ".

Arrumo minha mala e deixo alguns alugueis adiantados. Meu carro deixei na delegacia, pra não ficar pagando estacionamento. Meus documentos falsos, ficaram prontos do dia pra noite, nem sei pra que isso tudo mas falaram que é melhor estar preparada.

Me mandaram ir pro morro imediatamente. Peguei dois ônibus e um Uber pra conseguir chegar lá, a " Tia Vanuza " me esperava no pé do morro.

Tinha uns cara armados logo na subida, fiquei me segurando pra não meter bronca e eles ainda param a gente.

— Ô tia Vanuza, quem é a delicinha? - pergunta um cara que tinha uma metralhadora camuflada, o cabelo tava de reflexo e estava sem camisa, ele ainda era bem novo dava pra ver.

— Tia é o caralho, sou da tua família folgado?! - ele fica todo sem graça. Um cara moreno desce mais chegando perto e da um tapa na cabeça desse outro.

— Qual foi Vanuza, da o papo aí pra gente.

O raidinho na cintura dele toca, uma voz grossa e rouca ecoa dele.

" Pode liberar a subida da Vanuza e a sobrinha dela. "

— Jaé Pitbull. - o moreno responde dando passagem.

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⏰ Última atualização: Oct 14 ⏰

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