1- Chegada.

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Não tinha como ficar confortável em uma situação dessas, estar preso com algemas em seus pés e mãos era realmente assustador. O pior de tudo é que você não está sozinho, está com outras pessoas presas a você, pessoas desconhecidas."Quem caralhos eles são? Essas roupas são fedidas pra caralho... acho que alguém morreu usando isso." era isso que passava na mente de Roier e provavelmente na dos outros também.

Eram cerca de seis pessoas andando em fila reta, sendo guiadas por um único policial em um corredor alto que tinha no segundo andar da prisão. Olhando para o lado era possível ver algumas pessoas em suas celas, algumas brigando, outras dormindo, algumas... oque aquele cara ta fazendo com aquela revista? Ta, isso não importa agora. O que realmente chamava a atenção dos novos detentos era a gritaria abaixo de onde eles estavam, Roier vê uma das pessoas da fila olhando por cima do corrimão e decide fazer o mesmo.

- BRIGA! BRIGA! BRIGA! BRIGA! - Vários detentos gritavam e repetiam essa mesma palavra, era uma roda envolta de três pessoas que estavam brigando violentamente. Era possível ver respingos de sangue ao redor deles, por isso sabia-se que era algo violento.

A um certo ponto, todos da fila pararam de andar para ver o que estava acontecendo, até mesmo o policial se apoiou no corrimão para ver melhor.

Uma das três pessoas estava segurando uma faca, ela estava de costas para os que observavam de cima, tinha as mangas de sua roupa rasgadas e parecia atenta no que estava fazendo. As outras duas pessoas se pareciam com aqueles típcos criminosos, um parecia ser bruto e tinha cicatrizes por todo seu corpo, o outro, estava ajoelhado no chão com a cabeça baixa, dava para ver uma possa de sangue se formando no chão abaixo de seu rosto, com certeza ele não está bem.

- PEGA ELE CELL! FAZ ELE APRENDER! - Essa foi a única frase compreensível no meio daquela gritaria toda.

Era possível deduzir o nome do que estava com a faca, era "Cell". O de costas se aproxima lentamente do cara bruto que estava recuando. Em um piscar de olhos, "Cell" aparece atrás do que recuava, segurando uma faca contra o pescoço do outro, ele faz um movimento horizontal e corta a garganta do bruto, fazendo ele sangrar, e muito. Aquele cara ta morto.

- Ahg, que isso cara?! - Diz um dos que estavam na fila.

- Clássico. - Não estava impressionado. O policial que não estava mais de olho na briga, puxa a fila dos novatos novamente, fazendo eles continuarem andando pelo corredor.

Todos que estavam ao redor de "Cell" comemoram, o cara que agora estava no chão parecia ser muito odiado por aqui.

Ainda andando, Roier continua olhando de canto a situação lá em baixo, até que se surpreende ao perceber que o maluco com a faca o olhava de volta, olhava diretamente para ele.

- Ugh... - Roier engole a seco, ser encarado por um assacino não era a melhor das sensações.

O policial para na frente dos novos prisioneiros, soltando suas algemas uma por uma.

- Não quero gracinhas aqui, entenderam? Na manga da blusa de vocês tem o número de suas celas, andem logo e achem elas, não quero ninguém "zanzando" por aqui.

Todos conferem suas mangas, descobrindo a que cela pertenciam. Assim que iriam sair para procurar as celas, um dos novatos diz algo.

- É... A gente vai ficar aqui por um tempo, não seria bom nos apresentarmos? Não quero inimigos aqui.- Diz um garoto de cabelos pretos que chegavam até o ombro, ele usava uma touca azul com um pequeno sorriso desenhado. O ser tinha pequenas assas em suas costas e... orelhas? Bem, não vamos julgar.- Me chamo Quackity.

- Roier.- Diz o próprio, levantando a mão e fazendo um "salve". Era um garoto com cabelos castanhos curtos, abaixo de seus olhos tinham duas marcas vermelhas, não parecia maquiagem.

- BadBoyHalo, mas podem me chamar de BBH. - Um ser com pele completamente preta, com chifres de 30cm voltados para trás, seus olhos eram completamente brancos.

- Al- A pessoa é interrompida por um barulho muito alto, uma sirene.

- Anda porra! Falei para irem para suas celas! - O policial tira seu porrete do cinto e ameaça todos que estavam parados alí, fazendo eles irem apressados para suas celas.

Roier, Quackity, BBH e os outros vão para suas celas no mesmo instante, sem nem pensar muito.

Roier entra em sua cela, não era reconfortante, nem um pouco. "Aquilo é sangue?" Perguntou para si mesmo enquanto olhava um canto do local que tinha algumas manchas vermelho escuro.

- Ei, pega suas coisas. - Um outro policial aparece nas grades da cela, jogando em Roier uma pequena caixa de metal, logo após isso, o policial fecha a cela com uma chave.

- ... Coisas? - Roier senta em uma das camas, ambas estavam no mesmo estado, ele não tinha muito oque escolher, não iria fazer diferença mesmo. Ao abrir a caixa, ele encontra... nada? Como assim nada?! Que perda de esperança.

- ME SOLTA PORRA!- Um grito vindo proximo da cela em que Roier estava chama sua atenção, ele fica atento.

Roier vê "Cell", o mesmo que tinha matado uma pessoa a poucos minutos atrás, sendo segurado por dois policias, seus braços estavam atrás de suas costas, ele estava se debatendo constantemente, querendo se soltar. Um dos policias abre a cela e joga o individuo lá dentro, junto com Roier.

- Você sabe que eu posso muito bem acabar com v- ... O que é isso? - O rapaz de cabelos loiros e de roupas manchadas com sangue se vira lentamente, olhando Roier. - ...Que porra é essa Rodrigo? Cê ta tirando com a minha cara ou algo do tipo? Isso é um mimo pra mim?- Ele olha com um sorriso sarcástico para o policial que estava do outro lado da grade, já trancando a cela.

- Pega leve Cellbit, ele chegou hoje. - O Polícial diz enquanto se afasta da cela e anda até ficar fora de vista.

Roier assustado, se levanta e corre para as grades, segurando nelas e gritando:

- SOCORRO! ME TIRA DA-... - Ele sente algo atrás de si, era Cellbit.

Uma das mãos de Cellbit tampa a boca do outro, trazendo sua cabeça um pouco para trás, fazendo Roier apoia-la no peito do que o segurava, enquanto isso sua outra mão segurava uma faca em frente ao pescoço de Roier.

- Se você fizer escandalo, eu não vou ter piedade com você. - Cellbit diz, logo virando o garoto de cabelos marrons de frente para si, segurando seus pulsos contra as grades, ainda segurando a faca. - ... Você não parece um criminoso de respeito para uma prisão de máxima proteção. Você nem sequer tem uma cicatriz amostra. - Ele solta um dos pulsos de Roier, logo segurando no queixo do mesmo, e com o polegar, ele mexe no lábio inferior do outro.- Faz tempo que não tinha carne nova aqui... - Ele diz sorrindo, com a cabeça inclinada olhando os lábios do outro.

Roier, com uma rapidez inimaginavel, tira a faca da mão de Cellbit, livrando seu outro pulso. Ele aponta a faca no meio dos olhos do de cabelos loiros, quase encostado a ponta da lâmina em sua pele. Ele percebe que Cellbit está genuinamente surpreso com tal ação, até se sentindo um pouco desafiado.

- Não me chame assim. - Diz Roier, sem perder a pose.

Parceiros de cela - GuapoduoOnde histórias criam vida. Descubra agora