O QUADRO

🖼

Retirando o meu roupão e ficando só com os tecidos confortáveis do meu pijama, me jogo na cama, apagando as luzes do quarto e deixando ligada somente a do abajur, escondo as minhas pernas e cintura debaixo do lençol caro de algodão egípcios. Apoiando as costas na cabeceira, retiro o meu livro de romance preferido, meu amor secreto, e abro na página 90 iniciando o capítulo 20.

"Diante de tudo que eu já vivi ou já senti, me nego a acreditar que eu tenha despertado uma paixão pelo Nicolas, não por ele ser ex de uma amiga, mas sim porque não me sinto pronta para entrar em um novo relacionamento. Porém, diante desses pensamentos existe um sentimento que já está florescendo e não posso controlar, apesar de eu detestar ele.

Mas eu não pude me conter quando aquela loira siliconada deu em cima dele, eu quase pulei na cara dela.

Balanço a cabeça a fim de levar esses pensamentos para longe. Olho para a cara dele e pergunto no tom de sarcasmo, a raiva sendo transborda na minha fala.

- Ela te chamou de amor?

- Ciúmes?

- Do que não é meu? Respondo revirando os olhos- nunca.

- Posso ser seu facilmente, se esse for o problema- Nicolas sugere dando um pequeno sorriso malicioso.

- Costuma ser tão fácil assim?

- Pra você? Facinho, facinho, até bem acessível"

Ah! Como eu amo esses d...

Um barulho na porta atrapalha meus pensamentos, fico um tempo analisando.

Tá, eu estou sozinho e algo está arranhando a porta.

Rapidamente fico em alerta, ao lado da cama pego o taco de beisebol e ando em direção a porta ligando todas as luzes do quarto. Ficando de frente com a porta o barulho some aos poucos, tentando criar coragem respiro suavemente contando de 1 até 3, quando abro a porta me deparo com Lady arranhando querendo entrar, respiro aliviada e o peso no meu peito some no passo de mágica. Sinto minha garganta seca e olho para a mesinha da cama e percebo que a jarra está vazia, significando que terei que descer as escadas para beber água. Chegando no térreo e passando pelo corredor da sala para chegar na cozinha percebo que o quadro não está mais coberto com o lençol que havia deixado antes de dormir. Mas não dou a mínima importância e vou em direção a cozinha, chegando lá hidrato a minha garganta com o líquido gelado e inodoro. Terminando o meu terceiro copo, todas as luzes da casa se apagam e escuto barulhos de algumas coisas sendo arremessadas e posteriormente quebrando que pela altura supondo que seja na sala.