— Encontramos um fio de cabelo seu na cena do crime. — O detetive falou, quebrando o silêncio que estava naquela sala.
Johnny arregalou os olhos.
Agora que sua ressaca havia passado, ele pensava com clareza sobre a situação em que estava, mesmo que ainda não se lembrasse do ocorrido.
Confuso.
Era a palavra que definia Johnny nesse momento.
— O quê?
Então ele realmente fez isso? Não conseguia acreditar. Mas havia provas. Não seriam capazes de forjar uma prova, né?
Johnny estava enlouquecendo com aquele pensamento. Não sabia no que acreditar. Mesmo que seu emocional acreditasse que era inocente, seu lado racional acreditava sem pestanejar nas provas a sua frente.
Jackson não falou mais nada, apenas continuou observando o rapaz à sua frente. Suas feições eram lidas pelo mesmo, que está focando mais ainda naquele rosto confuso quando Johnny abriu sua boca. — Eu não... — Ele parou de repente, respirando fundo. Seus olhos foram fechados com força. Sua cabeça mais uma vez girava, mas dessa vez, não era por causa da bebida, e tampouco por causa da ressaca.
Miller abriu o laptop que estava em cima da mesa e colocou um vídeo, virando o aparelho para que Johnny também o pudesse ver.
— Essas são as imagens da câmera de segurança da boate. — O detetive falou, fazendo o rapaz a sua frente abrir os olhos e o encarar. — Você e a vítima parecem bem próximos enquanto conversam. O que estava dizendo pra ele?
Pierce se segurou para não revirar os olhos. Que parte do "Eu não me lembro de nada" o detetive não entendeu?
Aquilo estava ficando cansativo. Não aguentava mais ficar naquela cadeira. Naquela sala. Naquela delegacia, e, muito menos, na presença daquele detetive.
Tudo o que ele queria naquele momento era um banho, algo para comer e um analgésico para aliviar a dor de cabeça.
— Detetive, eu não — deu ênfase. - me lembro de nada. — O que meu a... — Parou, lembrando que em nenhum momento o detetive falou sobre ele chamar um advogado ou fazer aquela ligação a qual tinha direito. — Acho que você terá grandes problemas. — Jackson lançou um olhar pedindo para o rapaz continuar. Johnny sorriu confiante. — O que seu chefe irá dizer quando uma carta de processo contra você chegar em sua mesa?
— Do que está falando?
— Desde que eu cheguei aqui, — deu uma pausa. — não tive a chance de ligar para meu advogado.
Miller arregalou os olhos. Como pôde esquecer disso? Fazia aquilo tantas vezes que já era até parte de sua rotina.
Ele estava tão concentrado em tirar alguma informação do rapaz a sua frente, que esquecera totalmente sobre as condições do preso. Se levantou e caminhou apressadamente para a saída, precisava consertar aquilo imediatamente, mas antes, precisava falar com seu chefe.
Johnny - mais uma vez - respirou aliviado assim que o detetive saiu daquela sala. Não esperava que seu comentário faria o detetive se desesperar e sair daquele ambiente. Não que estivesse reclamando, apenas estava surpreso, pensou que o detetive apenas o deixaria fazer a ligação e que não sairia do seu pé até que seu advogado chegasse.
Agradecido por conseguir pensar naquilo e ter confiança - mesmo que mínima - para tirar o detetive de seu pé, ele encarou o espelho a sua frente. Precisava de um tempo sozinho para pensar sobre as provas que o detetive Miller lhe mostrou. Não conseguia entender como havia esquecido de algo tão importante quanto assassinar alguém.
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Culpado Ou Inocente?
Short StoryEm uma manhã de domingo qualquer, Johnny acorda em sua casa sem memória e confuso sobre o que aconteceu na noite passada. Batidas na porta foram ouvidas. Mesmo sem entender o que estava acontecendo e sem saber quem poderia ser aquela hora, ele segui...