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2 meses depois
Dia da audiência

Johnny entrava por aquela sala em total ansiedade e medo pelo o que aconteceria nas próximas horas, seus passos se mantinham num ritmo apressado em direção a cadeira ao lado de seu advogado e as algemas em suas mãos nem o incomodavam, igualmente as mãos dos policiais que o seguravam com firmeza o guiando para o seu lugar.

Assim que retiraram sua algema e ele pôde finalmente se sentar em seu lugar, olhou ansioso para o advogado que lhe cumprimentou em um balançar de cabeça e um sorriso tranquilizador, suspirou um pouco mais calmo.

Park Min Jun, seu advogado, havia o tranquilizado bastante nesses últimos meses. Mesmo Johnny estando preso, o advogado não faltou em nenhum dos dois dias da semana de visita da prisão, não apenas por estar fazendo seu trabalho, mas também por ter se aproximado de Johnny e ter sentido empatia por sua história.

Aqueles dois meses se passaram tão devagar para Pierce que se não fosse a visita de sua amiga e de seu advogado, ele surtaria naquele lugar.

Sua cela era dividida com mais três detentos e aquilo lhe dava calafrios. Saber que estava dormindo no mesmo lugar que assassinos e até pessoas piores, era assustador. Estar naquela prisão era assustador.

Mas mesmo pelo medo ele conseguia deixar que a razão lhe controlasse. Passava por eles de cabeça abaixada, e quando ficava no mesmo lugar que todos os outros detentos, fazia questão de não existir naquele espaço. Algumas vezes teve que se defender de brigas extremamente bobas para ele, mas também teve que se ajoelhar e implorar para que poupassem sua vida.

Essa era uma experiência da qual ele nunca imaginava passar em sua vida, pelo menos não nessa. Nunca fizera nada de errado em todos os seus dias de vida, nem mesmo quando seu progenitor batia em sua mãe e ele sentia o desejo de acabar com a vida daquele homem.

Teve uma infância difícil e perturbada, e só depois da morte de seu pai pôde voltar a ser criança e aproveitar o final de sua infância. Experimentara a felicidade pela primeira vez quando conheceu Ashley, mesmo que a noite estivesse fria e chuvosa, o garoto não se importava pois naquela noite suas bochechas doíam e o seu sorriso brilhava ao ver sua mãe feliz enquanto conversava com Ashley e sua mãe, Emma Murray, que havia se tornado uma segunda mãe para ele.

Quando se virou para trás, sentiu seu coração que antes batia acelerado, bater em em perfeita sincronia enquanto olhava para sua amiga sentada no banco mais perto de si. Ela sorriu para ele que retribuiu imediatamente, seu sorriso era tão encantador que por um momento ele se esqueceu onde estava.

- Todos de pé para receber o juiz Eliot Hershey - A voz do oficial ecoou por aquele ambiente lhe fazendo sair de seus devaneios.

Se antes estava ansioso, agora o pânico tomava conta de seu corpo. Olhou mais uma vez para seu advogado e respirou fundo quando ele se levantou e indicou com a cabeça que Johnny o imitasse, mesmo com as pernas tremendo, ele se levantou e observou ansiosamente o juiz entrar naquela sala e se sentar calmamente em sua cadeira.

Sentou-se novamente naquela cadeira desconfortável e orou aos céus para que conseguisse permanecer vivo até o final daquela audiência.

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Após o promotor e a defesa apresentarem sua argumentação, explicando aos jurados o que eles esperavam provar durante o julgamento, havia chegado o momento em que as testemunhas iriam depor.

- O promotor está com a palavra. - O juiz disse após ler o papel em suas mãos.

As pernas e mãos de Johnny tremiam mais e mais a cada minuto que se passava, não prestando atenção em nada que o juiz e os advogados disseram, a não ser aquela frase. Enquanto assistia o promotor se levantar lentamente, sentiu a mão de Park em seu braço, o aperto fora fraco, indicando que agora seria a sua vez de falar, como haviam ensaiado várias vezes.

Culpado Ou Inocente?Onde histórias criam vida. Descubra agora