Aquarela (SaIno)

Capítulo único

A loira colocou a mão no queixo, admirando o quadro à sua frente. Era uma pessoa modesta, porém na percepção dela, aquele vaso de frutas que acabará de pintar era de longe uma verdadeira obra de arte, digna de Picasso! O professor parou ao seu lado, analisando o quadro, o tempo que ele ficou ali parado a fez inflar o peito, estava tão lindo ao ponto de fazê-lo admirá-lo? Ino finalmente havia feito algo bom naquela aula?

— Yamanaka — o moreno negou, colocando a mão na testa, Ino sentiu o peito diminuindo — Por que a maçã está laranjada? 

— Hm, originalidade? — foi mais uma pergunta do que uma resposta, nunca havia sido sua intenção 

— Por que nunca consegue fazer isso? Você só precisa olhar e pintar, nada de difícil. 

— Pra mim é — murmurou baixo

— Olhe para Sai, tente fazer como ele. 

A loira ergueu os olhos em direção a o moreno do outro lado da sala, ele parecia concentrado na tela que pintava que nem se deu conta que ela olhava para si. Ela o olhou por algum tempo, parecia empenhado. 

— Estou lhe avisando, mais uma nota baixa na minha matéria e está reprovada. 

— Reprovada?! Iruka-sensei, eu não posso reprovar, eu morreria!

— Pois então trate de se esforçar mais. 

Iruka saiu, deixando uma Ino devastada e chateada para trás, a loira fez um biquinho encarando a tela, não era sua culpa.

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Meia hora depois

A aula havia acabado, Sai terminava de guardar seus livros no armário quando se lembrou de algo; havia esquecido seu celular na sala de artes, rapidamente fechou o armário, voltando para o local. Andou o mais rápido que pôde, porém parou de repente na porta ao ver que o lugar não estava vazio. Olhou mais atentamente pelo vidro, vendo que se tratava de Ino, sua colega da aula, e Sakura. Nunca foi de ouvir conversa dos outros, mas não queria interromper, então ficou ali parado, esperando elas terminarem. 

— Por que não conta para Iruka-sensei? Ino, não é algo de se envergonhar, não é nada demais — Sakura colocou a mão no ombro da loira, que estava sentada numa banqueta 

— Eu sei — respondeu — Mas não consigo falar, não quero um tratamento especial ou algo do tipo. 

— Ino! Seu daltonismo está influenciando nas suas notas, você tem que contar.

— Eu vou contar — a loira se levantou — Mas não agora, okay? Quando eu me sentir pronta. 

— Promete? 

— Prometo — a loira sorriu, pegando sua mochila sobre a mesa 

Sai entrou no local, cumprimentou ambas com um simples aceno de cabeça, vendo-as sair, então essa era a causa das notas baixas da Yamanaka? Ele não esperava, apenas achava que a loira não se importava tanto com a matéria de artes, levando em conta que a área das cheerleaders era mais a sua praia, talvez ele devesse parar com a mania de julgar antes de conhecer. Pegou seu celular na mesa e saiu, surpreso com o que descobriu. 

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Sai nunca foi amigo de Ino, eram no máximo colegas, e dividiam algumas aulas na grade semanal. Mas se isso era verdade, por que estava tão incomodado com a descoberta sobre a loira? Ele não era uma pessoa empática, era perceptível, não gostava muito de socializar — o oposto de Ino — e era muito bom com pinturas. Já havia reparado em Ino pelo colégio, era bem popular e comunicativa, líder de torcida genérica, provavelmente o sonho de quase todos os meninos do ensino médio, mas não dele.