Capítulo 4

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Sirius acordou com uma forte dor de cabeça. Honestamente, por que ele bebeu tanto no bar da esquina? Ele sabia por quê; essa não foi uma pergunta retórica. E o nome desse motivo era Remus Lupin.

Remus Lupin, que era tão irritantemente bonito, atencioso e preocupado com tudo que Sirius fazia: Sirius, um completo estranho que ele conheceu apenas quatro dias antes. Remus, que se esforçou mais do que qualquer outra pessoa para entrar em sua cabeça e descobrir como ele funcionava. Talvez, talvez, Sirius pudesse confiar nele, mas como ele nunca confiou em ninguém antes (além de Regulus), ele estava cético. Ele mal conseguia se lembrar dos acontecimentos da noite anterior. Ele sabia que ele e Remus haviam brigado durante o café da manhã e, em um ataque, Sirius saiu de sua casa e saiu furioso em sua moto - que ele alugou até sua partida programada no final das férias.

Ele se lembrou de ter ligado para Regulus, e de como seu irmão alegou que não podia falar naquele determinado momento - ele estava visitando os pais deles, ou como Sirius se referia a eles, os 'malditos' de sua existência - e Walburga Black tinha acabado de preparar um bom jantar para todos eles. Sirius desligou o telefone com seu irmão, amargurado pelo fato de seus pais o odiarem tanto, embora ele se recusasse a deixar transparecer.

Ele continuou dirigindo, desviando ao longo das encostas do penhasco até que finalmente parou o veículo ao lado de um lugar que dava para as ondas quebrando abaixo. Havia outras pessoas paradas, observando a água martelando continuamente contra as rochas enegrecidas. Seus rugidos estrondosos forneceram o ruído de fundo perfeito para sua mente inundada. Ele permitiu que sua mente se torturasse com as perguntas de Remus e, por sua vez, com o próprio Remus.

Sirius ficou muito apaixonado pelo homem assim que o conheceu. Claro, inicialmente ele lhe causou dificuldades porque era uma pessoa desconfiada, mas a cada noite ele não podia negar que esse estranho se sentia mais como um velho amigo. Mesmo agora, ele sentia falta da companhia.

Ele não queria mais deixar sua mente pensar assim: depender desse homem que o abandonaria em três dias e eles nunca mais se veriam nem ouviriam falar um do outro. Ele não podia deixar sua mente pensar assim. Ele não faria isso. Ele correu de volta para sua moto, já se sentindo tonto com a ideia de que suas férias juntos terminariam e correu para um bar que encontrou alguns quilômetros atrás.

As pessoas eram bastante amigáveis, e logo Sirius estava bebendo quase tanto quanto nos tempos de universidade. Então ele estava ultrapassando esse limite: ultrapassando-o, e logo sua mente divagou para um estado infantil, ele se tornou uma bagunça balbuciante. Nesse momento, o barman o interrompeu e disse-lhe para ir para casa.

Sirius chegou lá a pé, pegando uma garrafa de outro cliente ao sair e em algum momento quebrando o vidro. Ele nem sentiu o sangue escorrendo pela mão e caindo nas calças escuras. Na casa de campo, Remus tomou cuidado extra ao cuidar do estado de embriaguez de Sirius, e ele caiu em um sono tranquilo com sonhos dos quais não conseguiria se lembrar pela manhã.

Agora, Sirius estava deitado em sua cama, olhando para o teto branco acima dele e sentindo a pior dor de cabeça de sua vida. O álcool francês era muito mais doce – assim como a maioria das coisas francesas – mas continha uma quantidade mais concentrada da substância intoxicante em cada bebida. Sua colcha estava bem enrolada em torno de si, revestida com uma substância marrom perto da parte superior que o fez jogá-la fora assim que percebeu. Ele se sentou, arrependendo-se imediatamente da ação, mas mesmo assim avançou em direção à porta do quarto, quase tropeçando na mochila que continha suas roupas.

Ele saiu para o corredor, notando que a porta de Remus permanecia fechada. Ele foi ao banheiro e tomou um banho completo, com medo de saber onde mais havia vomitado. Ele ficou confuso com as bandagens enroladas firmemente em seus dedos da mão direita, e as retirou para encontrar marcas já formando crostas, cortadas irregularmente como se fossem feitas de vidro. Cristo, ele estava bêbado.

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