O paizinho Kelvin é meu!

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Era manhã de domingo. Os finais de semana eram sempre bem aguardados desde a época em que Kelvin e Ramiro ainda eram namorados, é verdade que Kelvin costumava trabalhar ainda mais nos finais de semana, mas, em compensação, sábados e domingos sempre foram sinônimo de Ramiro por mais tempo perto de si, sinônimo de tempo de qualidade um com o outro.

Por volta das 7h30 da manhã, Kelvin e Ramiro ainda estavam na cama, acordando devagar. O menor ressonava baixinho no peito de Ramiro que, acordado, o encarava quase em devoção, velando seu sono. Seus dias começavam assim, normalmente mais cedo, vendo Kelvin dormir com o rosto amassado em seu peito e os cabelos bagunçados, aquela imagem lhe fazia sentir uma paz misturada com satisfação, ambas profundas.

Seu rosto iluminou-se ainda mais ao perceber que o ruivo acordava, apertando os olhos para acostumar-se com a claridade branda que entrava pelas janelas, Kelvin acordou sentindo os olhos de jabuticaba de Rams em si.

ㅡ Bom dia, meu benzinho ㅡ Ramiro disse com a voz ainda numa rouquidão matinal.

ㅡ Bom dia, meu Rams, cê tava me olhando era? ㅡ Brincou Kelvin, ao que viu o marido aproximar-se para um selinho, sentindo que o mais velho queria aprofundar o beijo, protestou, e Ramiro, já acostumado nunca o levava a sério e jamais entendia a implicância de Kelvin com seus beijos matinais.

Estava mais uma vez vencendo o marido pelo cansaço, mudou a posição até ter Kelvin preso embaixo de si. O ruivo sentiu um arrepio subir-lhe a espinha enquanto era prensado pelo corpo de Ramiro, que aparentemente havia acordado bem animado e agora lhe roubava um daqueles beijos de tirar o fôlego. O beijo de Ramiro podia ser calmo, bruto, afoito ou devagar. Mas agora ele estava quente. 

Conhecendo o corpo de Kelvin como ninguém jamais conheceu, Ramiro sabia muito bem como fazer o mais baixo ceder, agarrava e apertava-o na cintura nua, enquanto usava seu outro braço como apoio para o próprio peso, Kelvin, rendido, já começava a entrelaçar uma de suas pernas ao quadril de Ramiro em busca de mais contato, cessaram o beijo quando o ar lhes faltou.

O mais alto dava atenção ao pescoço branquinho, beijando e chupando a pele macia. A mão de Ramiro que antes apertava a cintura do marido, estava agora acariciando-lhe o rosto, de modo que Kelvin conseguia sentir a textura da mão áspera em seu queixo e o metal gelado da aliança igual a sua tocando-lhe a pele.

O ruivo pedia por outro beijo enquanto Ramiro acariciava-lhe o lábio inferior numa espécie de provocação, alternando seu olhar entre os lábios avermelhados e molhados e aquele olhar de Kelvin que apenas Ramiro conhecia e recebia. O olhar de quem pede por algo.

— Mato grosso do céu, — O agroboy disse numa voz mansa enquanto fazia menção de se levantar para trancar a porta.

Até que escutaram um choramingo.

Os finais de semana também eram bastante adorados pela família Santana-Neves, Kelvin e Ramiro podiam aproveitar a companhia um do outro com mais calma, longe das correrias e preocupações de seus trabalhos durante a semana, e, com a chegada do bebê, esses dias significavam aproveitar mais da companhia de Miguelzinho.

Kelvin ouviu os grunhidos do neném chegando mais perto. Miguel, o neném de quase quatro aninhos, apareceu andando meio desengonçado, devia ter descido de sua cama baixinha, e encarava a porta do quarto do casal entreaberta. Andou até a cama dos dois e tentava a todo custo subir e abraçar seus papais, bom, hoje talvez só o paizinho Kelvin.

Miguel não havia acordado de bem para acordos, o rapazinho doce de personalidade forte tinha seus humores a cada dia assim como ruivo, e bem, ao menos em alguma coisa a pequena cópia perfeita de Ramiro parecia consigo, era o que Kelvin sempre pensava.

Meu | KelmiroOnde histórias criam vida. Descubra agora